PGR pede tornozeleira eletrônica para Eduardo da Fonte
A procuradora-geral Raquel Dodge também pediu outras medidas cautelares contra o parlamentar, que responde a pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em processo da Lava Jato
A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigue o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) a utilizar tornozeleira eletrônica e a não sair de casa após o trabalho na Câmara Federal. A solicitação foi divulgada nesta terça-feira (16), como parte da ação que o parlamentar responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O pedido se deu porque, de acordo com a PGR, Da Fonte teria pago testemunhas que prestaram depoimento em sua defesa para que desqualificassem a Lava Jato. O LeiaJá tentou contato com o parlamentar, por meio da assessoria de imprensa, mas não obteve sucesso até o fechamento desta matéria.
O pedido assinado pela procuradora-geral Raquel Dodge também solicita ao ministro Edson Fachin que o deputado seja proibido de manter contato com testemunhas das investigações que tramitam contra ele no STF.
Ainda de acordo com a reportagem, a PGR apontou que durante uma audiência no último dia 10, um perito aposentado da Polícia Federal disse ser sócio-administrador de uma empresa especializada em perícias que foi contratada pelo deputado e confessou ter tido acesso prévio às provas sobre as quais falaria como testemunha, o que é proibido por lei.
Na avaliação de Raquel Dodge, o deputado afrontou a veracidade, a imparcialidade e a credibilidade da prova testemunhal. “Seu comportamento nestes autos, quando comparado ao histórico, indica verdadeira reiteração de atos de obstrução à Justiça, em flagrante e lamentável desrespeito aos órgãos que a integram", observou. “Tamanha ousadia deve ser prontamente tolhida porque afronta o devido processo legal e o Supremo Tribunal Federal”, completa na solicitação.
O deputado pernambucano é réu em uma ação da Lava Jato com a suspeita de ter recebido, da UTC, R$ 300 mil em propina para a campanha de 2010. O progressista nega as acusações.