Jornal sugere 'caixa 2' de Bolsonaro e presidente reage
Chefe do Executivo federal negou qualquer irregularidade. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, também defendeu o presidente
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) reagiu a uma denúncia feita em reportagem do jornal Folha de São Paulo apontando que a campanha dele e do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que concorreu à Câmara dos Deputados em 2018, teriam sido beneficiadas com o esquema de candidaturas laranjas do PSL de Minas Gerais.
A informação foi publicada nesse domingo (6). De acordo com a reportagem, um depoimento do ex-assessor parlamentar de Álvaro Antonio, Haissander Souza de Paula, dado à Polícia Federal (PF) e uma planilha apreendida em uma gráfica sugerem o suposto desvio. Haissander, que ficou preso por cinco dias, disse à PF que "acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro".
Já sobre a planilha, o jornal observa que uma nomeada como "MarceloAlvaro.xlsx", há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão "out", o que significa, segundo os investigadores, pagamento "por fora".
O presidente negou as acusações e disse que a Folha de São Paulo “avançou a todos os limites, transformou-se num panfleto ordinário às causas dos canalhas” e “com mentiras, já habituais, conseguiram descer às profundezas do esgoto”.
“Não usei dinheiro do fundo partidário. Foram R$ 1,7 bi distribuídos aos partidos. Arrecadei na internet R$ 4 milhões e usei apenas a metade. Tentei doar a sobra de R$ 2 milhões para a Santa Casa de Juiz de Fora, mas a legislação não permitiu”, explicou em publicação nas redes sociais.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, também usou o Twitter para defender o presidente. “O presidente Jair Bolsonaro fez a campanha presidencial mais barata da história. Manchete da Folha de São Paulo de hoje não reflete a realidade. Nem o delegado, nem o Ministério Público, que atuam com independência, viram algo contra o presidente neste inquérito de Minas. Estes são os fatos”, escreveu.
Ainda de acordo com a Folha, a PF sugeriu a abertura de uma segunda investigação sobre as candidatas laranjas do PSL, agora especificamente sobre as contas de campanha do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. O auxiliar do presidente foi indiciado, na semana passada, sob a suspeita dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.