Presidente do PT Recife sobre Marília: "projeto pessoal"
Cirilo Mota criticou abstenção da deputada pernambucana diante da votação do projeto de lei que autoriza a privatização de vacinas contra a Covid-19
Em entrevista ao LeiaJá, o presidente do PT Recife, Cirilo Mota, afirmou que recebeu com indignação a abstenção da deputada Marília Arraes (PT-PE) diante do PL 948/21, que abre caminho para a privatização das vacinas contra Covid-19. Nesta quarta (7), Cirilo também se manifestou por meio de nota pública, reiterando que a orientação do partido seria a de impedir a aprovação do projeto, majoritariamente apoiado pela bancada governista.
“É com muita tristeza que eu, enquanto presidente do partido, observo essa questão do projeto pessoal e privado da deputada Marília Arraes. Nenhum país do mundo se propôs a discutir a privatização da vacinação, a gente tem que estar muito atento. Essa decisão afeta diretamente os mais pobres do país, em um momento em que ultrapassamos mais de 4 mil mortes por Covid-19 em um único dia”, observa Cirilo.
Não é a primeira vez que Marília Arraes desobedece às orientações do PT. A deputada é alvo de uma Comissão de Ética aberta pela legenda, em razão de sua iniciativa de se lançar de forma independente à eleição da mesa diretora da Câmara, vencendo o deputado João Daniel (PT-SE), candidato escolhido pelo próprio partido.
Graças ao pleito, Marília passou a ocupar o posto de segunda secretária da mesa diretora da câmara. No caso da PL 948/21, o outro deputado pernambucano na casa legislativa, Carlos Veras (PT-PE), votou contra o projeto.
Diante da repercussão negativa da abstenção, Marília publicou um posicionamento oficial em suas redes sociais, afirmando ter cometido "um erro". Leia a nota do diretório do PT Recife sobre o posicionamento de Marília na íntegra:
“O presidente do PT Recife, Cirilo Mota, recebeu com indignação o voto da Deputada Federal Marília Arraes no PL 948/21. Tal ato, que vai contra toda a nossa bancada, é favorável à bancada Bolsonarista.
No momento que ultrapassamos mais de 4 mil mortes nas últimas 24 horas, causada por um governo genocida e vivemos a maior crise sanitária da história deste país, Bolsonaro é responsável pelo desmonte do SUS e defender a PL vai contra a maioria da população brasileira e todos os princípios defendido historicamente pelo Partido dos Trabalhadores em defesa do SUS”.