CGU diz que Bolsonaro gastou R$ 2,3 milhões trabalhando

Entre dezembro de 2021 e janeiro de 2020, o presidente viajou ao Guarujá, em São Paulo, onde andou de jet ski, e para Santa Catarina

por Jameson Ramos ter, 20/04/2021 - 18:58
Valter Campanato/Agência Brasil Ministro foi chamado para esclarecer Valter Campanato/Agência Brasil

Para justificar os gastos de R$ 2,3 milhões do presidente Jair Bolsonaro entre dezembro de 2020 e janeiro deste ano, o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, afirmou que o presidente não estava de férias entre 18 de dezembro e 5 de janeiro quando viajou para São Paulo e Santa Catarina. 

O ministro foi convocado nesta terça-feira (20), pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre a viagem de fim de ano de Bolsonaro. Wagner disse que o presidente não passou o comando do país para o vice Hamilton Mourão e gastou os R$ 2,3 milhões trabalhando em “fora do local costumeiro”.

O ministro da CGU garantiu que o presidente despachou diariamente com todos os seus ministros e assessores e, também, só nesse período assinou um decreto, sete medidas provisórias e sancionou seis projetos de lei. 

“Então, só por aí a gente entende que o presidente da República não estava de férias, ele estava a trabalho no local fora do local costumeiro, onde ele realiza as suas atividades", apontou.

O deputado Kim Kataguiri confrontou a justificativa e disse que "viagem ao Guarujá durante o Ano Novo não é pra despachar. Me desculpe, senhor ministro, mas é férias". Wagner respondeu que quem não estivesse satisfeito com as explicações que tentasse aprovar uma lei no Congresso "proibindo" o presidente de sair do Palácio do Planalto. 

O ministro assegurou que 70% dos gastos no cartão corporativo foram com hospedagem. Segundo ele, com a pandemia da Covid-19, os seguranças ficaram em quartos separados, o que dobrou a despesa.

Os cartões corporativos são usados ​​para despesas, prestação de serviços e abastecimento de veículos oficiais, por exemplo. Há sigilo sobre despesas considerado de segurança nacional, como a alimentação e o transporte do presidente.

No caso do uso da aeronave usada para o descolamento na viagem, que teve uma despesa de cerca de R $ 1,2 milhão, segundo a CGU o recurso seria gasto mesmo com o avião parado.

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