Relatório sobre 'milícia digital' cita Bolsonaro e filhos
Ministro Alexandre de Moraes arquivou investigações sobre os atos antidemocráticos, mas abriu outras frentes de investigações sobre ataques contra a democracia
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o senador Flávio Bolsonaro (Patriota), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) foram apontados em relatório da Polícia Federal como envolvidos na "milícia digital". A informação consta em decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que mandou arquivar o inquérito dos atos antidemocráticos que aconteceram no ano passado pelos bolsonaristas.
Essa decisão atende apenas parte do pedido da Procuradoria-Geral da República. Na prática, Moraes abriu outras frentes de investigação para apurar uma "organização criminosa" de ataques contra a democracia. O ministro também abriu apurações específicas de caixa dois e uso irregular de servidores contra duas deputadas federais bolsonaristas: Paula Belmonte (Cidadania) e Aline Sleutjes (PSL).
O ministro afirma que o inquérito havia sido aberto “em virtude da presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e politico absolutamente semelhante àqueles identificados no Inquérito 4.781, com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”.