8M: mulheres marcham no Recife em defesa de seus direitos
Encabeçado pela Marcha das Margaridas, o ato do 8M reivindica direitos das mulheres em todo o país, unindo as vozes de diversos coletivos
Nesta quarta-feira (8), no Dia Internacional da Mulher, movimentos e coletivos se reuniram no centro do Recife, em frente à Câmara Municipal, para caminhar em defesa dos direitos das mulheres. Encabeçado pela Marcha das Margaridas, o ato do 8M reivindica direitos das mulheres em todo o país, unindo as vozes de diversos coletivos.
Um deles é o Movimento Pão e Rosas, que levanta pautas em prol dos direitos das mulheres. Ao LeiaJá, Cristina Santos, militante do movimento, a marcha é símbolo das muitas lutas diárias vividas pelas mulheres em todo o país. "A gente vem de anos de governos onde as mulheres fizeram uma forte linha de combate”, explicou Cris.
A caminhada tem como objetivo levar o Manifesto Feminista 8M à governadora Raquel Lyra, reivindicando pelas vidas das mulheres em todo o estado.
Para Maria Rejane, assistente social e ativista do movimento da Marcha das Margaridas, se faz presente no ato para defender diversas pautas. “A questão da equidade de gênero, da equiparação salarial Eu acho que devem se juntar os poderes legislativo e executivo do estado, além de suas secretarias, para levantar pautas, e todos juntos buscarem soluções. Eu acho que não pode permanecer nessa dimensão que está.”, declarou Rejane.
Feminicídio em Penambuco
Em 2022, Pernambuco contabilizou 72 casos de feminicídio, quando mulheres são mortas apenas por serem mulheres. No Brasil, o número chegou a 1,4 mil mulheres mortas no ano passado. Dentro da militância, Cristina vê uma necessidade crescente de reunir forças para continuar na caminhada.
“A gente sempre parte que para enfrentar a violência contra a mulher, a gente tem que construir um forte movimento de mulheres. Aqui a gente tem números alarmantes quanto ao feminicídio, e particularmente em relação às mulheres trans. Dentro do nosso movimento, a gente acha que tem que defender programa de emergência contra o feminicídio e o transfeminicídio, e isso passa por abrigos, passa pela garantia de emprego pleno, passa pela defesa, no caso das mulheres trans, ao acesso da livre construção dos seus corpos, para não acontecer novamente o que aconteceu com Lorena Muniz.”, relembra Cris.
Lorena Muniz, mulher trans, do Recife, morreu em fevereiro de 2021 em uma clínica de estética em São Paulo. Ela estava inconsciente na mesa de cirurgia quando um incêndio tomou conta do local e ela não foi retirada pelos responsáveis.
A ex-deputada estadual Robeyoncé esteve no ato em defesa da vida das mulheres trans negras. “Estamos unindo forças. Nós, mulheres brancas, negras, trans, os diversos tipos de mulheres, porque a gente sofre o mesmo tipo de machismo, e a gente precisa que o governo do estado tome providências ao enfrentamento desse tipo de violência”, defendeu a advogada.
“A gente acha que passa por um forte movimento de mulheres na rua para enfrentar o patriarcado e o machismo, e passa por um plano de emergência para enfrentar as consequências do patriarcado e do machismo.”, finalizou Cris Santos.