Elon Musk e a compra que iniciou a decadência do Twitter

Em 2022, o magnata da tecnologia realizou mais um de seus desejos e comprou o Twitter. Em poucos meses como CEO, Musk vem acumulando críticas e polêmicas

qua, 28/12/2022 - 09:48
Olivier Douliery/AFP Usuário da rede com perfil do novo CEO aberto. Elon Musk ao fundo Olivier Douliery/AFP

Depois de flertar com o Twitter, Elon Musk iniciou o processo de compra da rede social em abril deste ano, quando desembolsou cerca de US$ 2,9 bilhões por 9,2% da empresa. Ter seu nome ligado ao conselho administrativo da plataforma fez as ações dispararem. A resposta do mercado lhe incentivou a apostar no desejo de adquirir a empresa e transformá-la em mais um de seus investimentos. 

O magnata da tecnologia conhecido por polêmicas nos negócios e na vida pessoal, Musk recusou a cadeira no conselho e lançou a oferta de US$ 54,20 por cada ação da rede. O Twitter tentou resistir, mas anunciou que venderia o controle da plataforma por US$ 44 bilhões, equivalente a cerca de cerca de R$ 235 bilhões. 

Trump banido 

Ainda como usuário, o empresário sul-africano costumava questionar se a liberdade de expressão era respeitada pelos diretores da plataforma e chegou a reclamar do banimento do ex-presidente Donald Trump. Expulso de diversas redes sociais, Trump perdeu a conta no Twitter depois que estimulou apoiadores a invadir o Congresso para evitar que Joe Biden fosse legitimado na Presidência dos Estados Unidos. Ele denunciava uma suposta fraude eleitoral em seus posts, mas não apresentou provas. 

Acordo suspenso

Em maio, Elon Musk voltou atrás e suspendeu o acordo de compra. Ele acusou a empresa de repassar informações falsas sobre os processos de segurança e sobre a atuação de bots e spans. O empresário chegou a anunciar que o trato com o Twitter havia sido cancelado, mas a direção do aplicativo foi à Justiça para que o acordo fosse cumprido. 

Demissões

A compra finalmente foi celebrada e, como primeira medida, o bilionário desencadeou um processo de demissão em massa. Metade dos 7.500 funcionários da sede foram para a rua dez dias depois dele se tornar o único proprietário. As demissões em todo o mundo incluíram a saída - ou a renúncia - dos principais executivos do Twitter. Antes, Musk publicou que a rede seria incentivada a se tornar um local de debate saudável. 

Assinatura

O alcance dos perfis foi alterado pela sua direção e a plataforma incluiu o serviço de assinatura pelo selo de perfil verificado. Viu-se a disparada de contas falsas e a mudança do algoritmo que extinguiu a política contra a desinformação sobre a Covid-19. 

Suspensão de contas

Entre as polêmicas mais recentes, o novo CEO suspendeu a conta que rastreava seu jato particular através de dados públicos e, em seguida, a de jornalistas que faziam a cobertura sobre sua vida. As críticas sobre as mudanças do Twitter desde a sua chegada foram aumentando e começaram a abalar o novo chefe.

Enquete

Em dezembro, o bilionário publicou uma enquete aberta sobre sua continuidade na condução do Twitter e, como resposta, viu que a maioria votou pelo seu afastamento. Aparentemente surpreso com a posição dos usuários, ele escreveu: "Vou renunciar ao cargo de CEO assim que encontrar alguém tolo o suficiente para aceitar o cargo! Depois disso, apenas executarei as equipes de software e servidores". 

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