Depois dos saques, restou o alento do emprego garantido
Empresas vítimas dos roubos garantem que seus funcionários não serão demitidos. Em muitos estabelecimentos, o cenário é de destruição
Ver o cenário do supermercado Arco-Íris após o bárbaro ato de vandalismo ocorrido na última quarta-feira (14) é chocante. A destruição do local, os restos dos produtos espalhados pelo chão e o cenário de “guerra” deixam claro como impiedosas foram as pessoas que participaram do saque. Porém, diante do prejuízo, resta saber se os funcionários da unidade atingida, localizada no bairro de Caetés, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, terão seus empregos garantidos.
A resposta sobre a situação dos funcionários é um alento após a barbárie. O gerente administrativo da rede de supermercado Arco-Íris, Joselito Silva, garante que os empregos dos trabalhadores estão mantidos, apesar do prejuízo que ainda não foi calculado - mesmo sendo visível que foi enorme -. “A gente não está pensando em demissão. Nossos funcionários vão nos ajudar a recuperar a loja. É uma tristeza enorme, mas, vamos recuperar tudo”, disse o gerente, em entrevista ao LeiaJá nesta sexta-feira (16).
A decisão pela manutenção dos empregos dos funcionários também sara um pouco da angústia do gerente do estabelecimento, Gerbesson Lins, que há 9 anos atua na empresa. Ainda chocado com o que presenciou, ele diz que o clima entre os trabalhadores é de muita tristeza. “Nunca vi um coisa dessas. Foi uma reação de tristeza para todos nós. Tenho fé em Deus que vamos recuperar tudo”, declarou Lins.
O chefe de segurança do Arco-Íris de Caetés, Diogenes Rodrigues Ramos, também relatou que nunca presenciou um crime dessa dimensão. Ele revelou que os envolvidos tiveram acesso até ao caixa geral do supermercado. “O que aconteceu é inexplicável. Uma empresa que emprega gente da comunidade e ainda faz caridade passou por isso”, lamentou. Sobre se o saque contou com a ajuda de funcionários do local, Diogenes não tem uma opinião formada. “É muito prematuro falar disso. Mas, a investigação está em curso”, disse.
No Centro de Abreu e Lima, também no Grande Recife, o cenário é de reconstrução. O prejuízo registrado pelos lojistas foi de R$ 1 bilhão, entretanto, a grande maioria das empresas atingidas não vai demitir os funcionários. Na Di Santini, lojas de calçados, o subgerente da unidade, Sergio Antonio Marcelino, apesar do trauma, afrmou que os funcionários estão se recuperando. No momento, não há informações de demissão. “A loja já está sendo toda organizada e esperamos voltar a receber nossos clientes o mais rápido possível”, disse o subgerente.
Mais um alento
A reportagem do LeiaJá, também na manhã de hoje, flagrou o momento em que a Polícia Militar fez a detenção de um suspeito de ter participado dos roubos em Caetés. Identificado com David, na casa do rapaz de 31 foram encontrados vários eletrodomésticos sem nota fiscal. Confira a matéria.