Por dentro do curso de medicina

Uma das áreas mais concorridas nos vestibulares de todo o país, a carreira de medicina exige dedicação integral dos estudantes

qui, 09/08/2018 - 12:58
Julio Gomes/LeiaJáImagens Boneco simula atividades práticas de uma sala de cirurgia Julio Gomes/LeiaJáImagens

No Brasil, a carreira de médico ainda é vista com prestígio e a possibilidade de estabilidade financeira. Milhares de jovens têm o sonho de ingressar no curso em Instituições de Ensino Superior (IES); o profissional é qualificado para o acompanhamento e tratamento de pessoas doentes.

“Ajudar a quem precisa é uma das maiores realizações. Esse foi um dos maiores motivos para ingressar na área, além de proporcionar uma segurança financeira”, explica Lucas Fagundes, estudante do curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O sonho encontra um intenso processo de preparação para o vestibular, principalmente nas instituições que adotam o Sistema Seriado de Seleção (Sisu). A realidade é que, por exemplo, para cada vaga, há 278,9 concorrentes, uma média de concorrência para o vestibular de medicina da Universidade Estadual de Campinas, um dos mais concorridos para o curso em todo o país.

O panorama reflete na rotina diária de estudos durante o ensino médio e, também, a graduação exigirá forte dedicação. “Nosso dia a dia requer bastante disciplina, uma vez que a carga horária é extensa e o curso é integral. Tem que haver constante estudo e interesse”, explica Lucas Soares Bezerra, estudante do 10º período, do curso de medicina da UNINASSAU. Com duração de seis anos, a graduação é dividida em módulos - a depender da metodologia adotada pela instituição de ensino -. Durante eles, o graduando terá contato com disciplinas que abordam questões básicas, teóricas e práticas da realidade de um médico.

A grade curricular dos cursos de medicina seguem as recomendações estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Em geral, os estudantes encontram ciclos básico, clínico e de internato. Em entrevista ao LeiaJá, o coordenador do curso de medicina da UNINASSAU, Dr. Cláudio Lacerda, detalha como são esses processos. Além de pontuar as características do curso da IES e o mercado para o profissional formado.

A dinâmica em sala proporciona uma integração entre os conteúdos teóricos e práticos. Na UFPE, o curso de medicina é um dos mais concorridos. O coordenador da graduação, Silvia Caldas, explica como funciona a junção entre as atividades desenvolvidas em sala com as vivências de um futuro médico: desde o primeiro semestre, o estudante é colocado em contato com disciplinas que funcionam de forma integrada. Elas são divididas em módulos que se sucedem desde as ciências básicas até as áreas de conhecimento mais profissionais ligadas ao exercício da medicina. De acordo com o coordenador, essa ligação entre prática e teoria proporciona um ganho na construção do conhecimento do aluno. No final, eles terão noção de como aplicar os conteúdos como um profissional que tem bagagem interdisciplinar e interprofissional.

“Durante as aulas, o contato com a parte teórica e prática é muito importante. Conquistamos, através dessas vivências, uma bagagem muito legal e necessária no exercício da profissão”, explica o estudante Lucas Fagundes. O aluno ainda destaca que um dos maiores desafios é manter a rotina de estudos organizada. Uma característica da graduação é o curso integral, que exige dedicação exclusiva. "Existem amigos de sala que não conseguem manter nada, assim como eu, além da graduação. Considero esse o ponto negativo. Ela exige, de fato, uma dedicação muito grande. Ainda mais, quando é atrelada a responsabilidade e pressão da sociedade e familia no exercício da carreira de médico no país", acrescenta o estudante.

Depois de passar quatro anos no curso, o aluno de medicina agora encara uma nova etapa da formação: o internato. Nele, a rotina de dentro de um centro de atendimento a pacientes é vivenciada diariamente. “A experiência é muito enriquecedora, passamos por diversas áreas da medicina (Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Saúde Coletiva) e temos um acréscimo de responsabilidades perante o paciente e o serviço de saúde. Durante esse processo, não tenho mais aulas teóricas na instituição, com exceção de orientação para o TCC”, pontua o também Lucas Bezerra.

Com o diploma em mãos, após cumprir todas as disciplinas obrigatórias do currículo, o graduado se tornará médico, como explica Silvio Caldas. “ De posse do diploma, ele pode exercer a medicina em qualquer área. Mas ele não poderá se intitular especialista em determinada área. Para ter esse título, ele deverá fazer um programa de treinamento na especialidade - como residência médica ou prova -.”

Os vestibulandos que desejam ingressar em algum curso de medicina deve estar atento aos vestibulares das instituições de ensino. A nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderá ser utilizada, em alguns casos, como a porta de entrada na graduação. Em outras ocasiões, os exames de entrada das IES incluem os conteúdos já cobrados para o Enem.

Vai Cair No Enem

O programa produzido pelo LeiaJa.com traz uma série de conteúdos específicos do Exame. Semanalmente, vídeo aulas são compartilhadas no canal do YouTube da iniciativa e redes sociais. Os feras ainda podem ter acesso, através do Instagram do projeto (@vaicairnoenem), a dicas rápidas e material de estudo exclusivo desenvolvido por professores de todo o país.

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