Brasileira é aprovada em sete universidades internacionais
Oriunda de escola pública, aos 18 anos, Isabelly Moraes Veríssimo dos Santos vai cursar Neurociência na Nova Southeastern University (NSU), localizada na Flórida, EUA
O ano de 2020 se tornou um período de realizações para a estudante Isabelly Moraes Veríssimo dos Santos, moradora da Vila São José, periférica de Cubatão, em São Paulo (SP). Com apenas 18 anos, ela foi aprovada em sete das dez universidades internacionais as quais prestou vestibular. Agora, vai cursar Neurociência na Nova Southeastern University (NSU), localizada na Flórida, nos Estados Unidos (EUA).
A estudante começou a trajetória em 2015, quando cursou o ensino médio e tecnológico no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), no qual entrou como cotista de escola pública. A jovem ainda conta que foi através dessa condição que construiu a consciência social que tem.
“A maioria dos estudantes que estão lá escolhe sua profissão pensando em fazer alguma mudança na sociedade, em fazer diferença pra alguém e ser agente de melhora no país”, disse a estudante, segundo informações da assessoria de imprensa do IFSP. No Brasil, o sonho de se tornar neurocientista poderia demorar mais tempo. A estudante teria que passar pela etapa da graduação em medicina, depois se especializar em neurologia, para só depois se especializar em Neurociência.
Por isso, em junho de 2019, a cubatonense começou a se preparar para o vestibular. E para garantir sua aprovação em uma universidade estrangeira, Isabelly investiu o dinheiro que ganhava em um estágio para qualificar sua educação. Em um dos feitos, contratou um profissional para fazer mentoria.
Através dessa mentoria, ela compreendeu melhor sobre graduação, mestrado, doutorado e bolsas de estudo no exterior, e abriu os olhos para a oportunidade de concorrer a vagas em universidades internacionais. O resultado foi a aprovação em sete instituições de ensino superior fora do país, sendo seis delas no EUA e uma na Austrália.
Isabelly ainda ressalta que um dos fatores que a fez escolher a universidade e optou prestar vestibular fora do Brasil vem da falta de investimento do governo brasileiro em iniciativas científicas.
Além da aprovação, a estudante comemora a bolsa de estudos por mérito-estudantil - quando um estudante tem um bom desempenho registrado em histórico escolar -, no valor de 16 mil dólares por ano. Mesmo com a bolsa, que cobre quase todas as despesas, Isabelly explica que devido a alta do dólar ainda precisará de ajuda, e com isso, lançou uma campanha de arrecadação on-line para obter recursos e se manter na universidade.
Foto: Arquivo Pessoal