5 temas que o BBB 19 te explicou melhor do que a vida

Participantes do reality têm levantado verdadeiros debates sobre assuntos muito importantes

por Paula Brasileiro dom, 27/01/2019 - 10:00
Reprodução/Twitter O BBB tem promovido discussões sobre temas sérios Reprodução/Twitter

A 19ª edição do Big Brother Brasil ainda nem completou seu primeiro mês no ar e já surpreendeu, de maneira positiva. Normalmente tachado como ''fútil', mas nem por isso menos assistido, o reality reuniu, desta vez, participantes envolvidos com causas e questões tais como direitos humanos, das mulheres e negros, entre outros.

Para surpresa de uns, e alegria de outros, o elenco do BBB 19 tem protagonizado cenas dignas de 'textão' na internet e promoção de debates na sociedade como um todo. Confira alguns assuntos que têm permeado as rodas de conversa na casa e que são verdadeiras lições de vida.  

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Feminismo

O feminismo e assuntos correlatos vêm sendo tratados durante as conversas dentro da casa. Em um determinado momento, Gustavo reclamou do movimento dizendo: "Antigamente não tinha essa tolerância zero do feminismo", ao que Vinícius, o primeiro eliminado desta edição, corrigiu: "Feminismo não é tolerância zero, é igualdade. E nós fomos criados ao contrário, né?". O próprio Vinícius levou uma bronca de Hana quando, durante uma festa, deu um tapa no bumbum da sister enquanto ela dançava. Ela repreendeu: "Não encosta".

Durante outra conversa, algumas sisters relataram situações de abuso sofridas ao longo da vida. Hana desabafou sobre quando foi abusada aos 15 anos, pelo amigo de um ficante, e deixou uma lição: "Enquanto a gente continuar culpando a vítima não tem jeito de melhorar. Se alguém ficar perguntando: 'por que você foi pegar o garoto'?, nada vai melhorar. Preciso abrir mão da minha liberdade sexual para não ser estuprada?"

Racismo

O racismo, privilégios e diferenças entre classes sociais também são assuntos que aparecem nas rodas de conversa entre os brothers e sisters. Rodrigo explicou que o termo nasceu em um período em que havia no Brasil uma "ideologia do 'embranquecimento'", e Gabriela completou: "Uma pessoa negra com a pele clara continua sendo negra. A grande questão é que até hoje como se coloca a cultura negra, as características negras como algo ruim, negativo, você encontra pessoas com a minha tonalidade dizendo que são 'morenos', 'chocolate', e aquela palavra horrorosa, 'mulato'".

Em um outro momento, Tereza e Izabela afirmaram ter sofrido preconceito por serem brancas. Gabriela também interveio de forma categórica: "Racismo vem de um sistema de opressão. Para nós, negros, sermos opressores, a gente tinha que estar no poder e não estamos. Para existir o racismo, vocês teriam que ter antepassados com 300 anos de escravização de brancos".  

 

Violência

Danrley falou o que acha a respeito de um conceito bastante difundido no Brasil, o de que 'bandido bom é bandido morto'. O jovem discorda totalmente de tal frase e explicou seus motivos: "Aí chega alguém falando assim, eu vou acabar com o crime, vou matar um bando de bandido e prender todo mundo. Se matar bandido fosse acabar com alguma coisa, cara, hoje não teria mais bandido, porque o bando de gente que já morreu".

Educação e Cotas

Ao conversarem sobre Cotas Sociais e Raciais nas universidades, o brother Maycon declarou ser contra elas. Gabriela disparou: "Cota não é esmola". A declaração, inclusive, lembrou um momento em que Danrley contou que só conseguiu entrar na faculdade recebendo a ajuda de professores que lhe emprestavam livros e até o dinheiro para fazer a inscrição no Enem.

O próprio Danrley, que está se preparando para ser professor de Biologia, deu uma aula sobre seu futuro ofício durante um despretensioso banho de piscina. "O papel do professor é você ajudar o aluno, fazer com que ele aprenda. A escola é o primeiro convívio com a vida social. Você está ali para aprender muito mais do que com a matéria em si".

 

Padrões de estética

O que deveria ser uma simples negociação em relação ao empréstimo de shampoo entre as meninas, acabou virando uma aula contra o preconceito. Gabriela dizia que Elana poderia usar seus cosméticos por ela também ter cabelo cacheado, ao que Paula protestou: "Eu também tenho cabelo ruim". Gabriela reagiu: "Não fala isso! Ruim é preconceito, cabelo, não. Precisamos mudar isso".

Em outra ocasião, Isabella comenta positivamente que Hana perdeu peso, ao que a sister agradece mas responde: "Tá, mas isso não é elogio"; e se explica: "É que assim você taxa que ser gordo é algo ruim, eu nem deveria ter agradecido, foi um erro da minha parte".

 

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