Santa empata com o Luverdense e se complica de vez

Em casa, o tricolor não conseguiu balançar as redes adversárias e chegou ao oitavo jogo seguido sem vitória

por Renato Torres sab, 28/10/2017 - 18:31

Clima de guerra. Desde o início da semana todos sabiam que o Santa Cruz teria que mostrar todas as suas armas contra o Luverdense, neste sábado (28), no Arruda. Precisando vencer todas as partidas em casa para evitar o rebaixamento, era hora de quebrar a sequência de sete jogos vem vitórias. Tirar sete pontos de diferença para os times fora da zona do rebaixamento é uma missão grande e que não permite tropeços. Porém, quando a fase é ruim, as coisas não acontecem e foi assim que a Cobra Coral viu dois pontos escaparem em casa; 0x0.

Muita vontade, pouca criatividade

Empurrado por 10 mil torcedores confiantes em um bom desempenho, o tricolor começou a partida tendo mais posse de bola. Em duas tentativas de finalização, João Paulo e Ricardo Bueno mostraram os extremos que viviam as emoções dos atletas. Um assustou o goleiro com chute forte, à meia altura. O outro pegou mal e quase coloca a bola fora do estádio. Era muita vontade, e também, ansiedade. O Santa precisava equilibrar tais sentimentos para construir o resultado. E o relógio sequer marcava 10 minutos ainda. A tensão virava expectativa quando havia uma falta diagonal para levantar na área. Faltava apenas sair do impedimento para abrir o placar.

A reposta do Luverdense surgia em contra-ataques rápidos pelos lados do campo. Marcos Aurélio lançou Rafael Ratão que empurrou o defensor antes de bater travado por Salles. Diante da marcação adiantada dos mato-grossenses, a dificuldade de sair jogando dos anfitriões era o caminho que poderia complicar o jogo. Enquanto o tricolor precisava de, ao menos, sete passes para ir da zaga até a área adversária, os visitantes chegavam com facilidade, tanto pelo meio, quanto nos lados do campo. Foi assim que Ricardo, aos 40, recebeu pela direita e invadiu a área para bater cruzado. Colocando Julio César para sujar o uniforme e encaixar a finalização rasteira.

O Santa ainda teria uma chance de finalizar com Grafite que, na área, girou em cima de William para bater. O problema é que o centroavante foi lento e deu chance do zagueiro se recuperar e travar a batida. O intervalo chegou para dividir a torcida entre aplausos e vaias discretas.

Drama, ataque e nada de gol

Recomeçando a partida com um zagueiro no lugar do lateral esquerdo, foi difícil enxergar de cara que a Cobra Coral teria mais ofensividade. Porém, Martelotte tirou de Bruno Paulo qualquer responsabilidade de marcar pelo lado, virando mais um homem fixo no ataque. E quase conseguiu um pênalti ainda no primeiro minuto, porém o árbitro entendeu que o ponta se atirou na área, antes do contato com Pablo. O Santa estava mais agressivo e arriscou com Bueno e João Paulo, antes do atacante ter a chance na pequena área em sobra de escanteio. Grafite pisou e, ao tentar colocar, o camisa 99 mandou em cima de Diogo Silva, e ninguém aproveitou o rebote.

Só esperando uma chance de contra-atacar, o Luverdense deixou a torcida coral sem fôlego quando, aos 13, Moacir ganhou na esquerda e chutou em Julio Cesar. O rebote também foi do volante, mas o tiro passou direto para fora. Mas o jogo era todo do tricolor no segundo tempo. Aos 19, Anderson Salles teve falta para cobrar pela esquerda e colocou com carinho. A bola, caprichosamente, explodiu na trave de Diogo que só olhou torcendo que não entrasse. Demorou até os 30 para que o tricolor voltasse a finalizar com Ricardo Bueno, colocado, de fora da área, para assustar a defesa visitante.

Na agonia da reta final, o Santa ameaçava pela direita com André Luís, porém, até quando conseguia invadir a área e cruzar, ninguém aproveitava as sobras. Cada tentativa coral abria espaço para um contra-golpe, cada vez mais letal. Aos 38, em falta ensaiada, Marcos Aurélio enfiou para Guli que já foi travado por Guilherme Mattis quando ia abrir o placar. Entre os 40 e 42, o tricolor teve duas chances de finalizar dentro da área, com André e Bueno, porém faltava aquele capricho que decide resultados. Não era mesmo o dia do tricolor. E ficou na cara quando, aos 47, Ricardo Bueno acertou um belo chute de meia distância e carimbou o travessão. 

FICHA DE JOGO

Campeonato Brasileiro da Série B - 32ª rodada

Local: Estádio do Arruda

Santa Cruz: Julio Cesar; Walber, Anderson Salles, Guilherme Mattis e Tiago Costa (Bruno Silva); Wellington Cézar, João Ananias e João Paulo; Bruno Paulo (Halef Pitbull), Ricardo Bueno e Grafite (André Luís). Técnico: Marcelo Martelotte.

Luverdense: Diogo Silva; Aderlan, William, Pablo e Paulinho; Ricardo, Moacir (Guli) e Douglas Baggio (Léo Cereja); Marcos Aurélio, Rafael Ratão (Cléo Silva) e Alfredo. Técnico: Júnior Rocha.

Arbitragem: Rodolpho Toski Marques - PR

Assistentes: Bruno Boschilia - PR / Victor Hugo Imazu dos Santos - PR

Cartões amarelos: Wellington Cézar (SCZ) / Moacir e Aderlan (LUV)

Público: 10.520 torcedores

Renda: R$ 48.875,00

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