Dívida do Santa é maior que valor bloqueado pela Justiça

Vice-presidente Constantino Júnior afirma que os dirigentes estão comparecendo no cotidiano do clube, mas não fazem promessas quanto aos salários atrasados

por Renato Torres ter, 31/10/2017 - 12:58
Renato Torres/LeiaJáImagens Vice-presidente esteve presente no lançamento da campanha contra o racismo Renato Torres/LeiaJáImagens

Presente ao Ministério Público de Pernambuco, para o lançamento da campanha contra o racismo no futebol, na manhã desta terça-feira (31), o vice-presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior conversou sobre a situação de bastidores do clube e esclareceu alguns pontos ao LeiaJá. Dentre eles, a presença dos dirigentes no cotidiano do clube, algo que ele afirma ser mal interpretado por parte da imprensa.

"Em nenhum momento a direção chegou no elenco para prometer pagamento. Não adianta, o jogador não quer conversa, ele quer efetividade. Mas estamos junto, sem falsas promessas. Estamos presentes em treinamento, porém eu passei 70 dias afastado por problema de saúde. A gente não fala mais em data, nosso departamento jurídico tem se mobilizado para tentar o desbloqueio de processos antigos. Temos que assumir porque é do Santa Cruz. Quero elogiar o comprometimento dos atletas e estamos juntos para tirar o Santa dessa situação", afirmou.

Sobre os bloqueios na justiça, Tininho afirma que o dinheiro preso ainda não é o suficiente para cobrir todas obrigações do clube. Por isso, além da briga nos tribunais pela liberação dessas verbas, a diretoria trabalha em outras frentes para conseguir dar conta de tudo. "Ainda não é o suficiente para o total. Santa Cruz teve uma dificuldade de receitas com jogos deficitários, o número de sócios diminuiu e o patrocínio é o mesmo. Acaba que é preciso de uma engenharia financeira. Confio em nosso departamento jurídico e no presidente que já conseguiu em 2015, espero que consigamos mudar o cenário para poder falar de futebol", disse o vice-presidente.

Com a proximidade das eleições presidenciais no clube, existe a preocupação de como fica o grupo para 2018, principalmente em um caso da atual gestão não ter continuidade. Nada que supere a atual preocupação em segurar o Santa na Série B.

"Na condição de jogar a Série B tem uma cota de TV garantida, que no nosso caso acaba sendo bloqueada. O nível da competição, o patamar dos atletas e folha salarial são condizentes. Tem também um pleito eleitoral, e nem todos os atletas ficam para o ano seguinte, é uma prática nossa fazer contratos de um ano. É um processo que já existiu em outros momentos, o que importa nesse momento é focar na manutenção da Série B para que, quem assuma o clube, pegue uma situação melhor", garantiu Constantino.

Questionado sobre as semelhanças com o acesso em 2015, o dirigente lembra que um resultado positivo pode ser o começo de uma boa arrancada. Colocando o Náutico, assim como naquele ano, como o divisor de águas. Ele lembra que a reação naquela temporada começou após uma derrota para o rival no Arruda. 

"Às vezes a diferença é a questão da bola entrar. Temos poucos remanecentes daquele grupo Em 2014 já batemos na trave, mas tivemos o grupo mantido para o ano seguinte e deu liga. Estamos apresentando um bom nível de futebol, mas a bola bate na trave, tem gol legítimo anulado, situações que atrapalham, dando essa diferença. Estamos dando tranquilidade para os atletas conseguirem uma vitória e quem sabe pode ser justamente o divisor de águas no clássico como foi naquele ano", relembrou Tininho.

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