Ministro se reúne com defensores de ozônio no reto

Profissionais de saúde defendem o tratamento de ozonioterapia em pacientes com covid-19

qua, 05/08/2020 - 19:03
Reprodução/Facebook/Giovani Cherini Método de ozonioterapia não tem eficácia comprovada Reprodução/Facebook/Giovani Cherini

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, recebeu, na última segunda-feira (3), os médicos defensores do tratamento de ozonioterapia em pacientes com covid-19. O método, sem eficácia comprovada, foi destaque no país após o prefeito Volnei Morastoni (MDB), de Itajaí-SC, defender a aplicação de ozônio no ânus.

O deputado federal Giovani Cherini (PL) divulgou nas redes sociais uma foto de Pazuello ao lado da presidente da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica (Sobom), Maria Emília Serra. Na publicação, o deputado diz que foi apresentado um projeto de tratamento da ozonioterapia em pacientes com covid-19, além de projeto de pesquisa que "teve sinal verde por parte do ministério".

Em um vídeo compartilhado pelo parlamentar, a presidente da Sobom disse ter pedido apoio financeiro do ministério para o projeto. "Nós viemos pedir apoio do Ministério da Saúde, inclusive financeiramente, para apoiar a realização desse projeto que interessa a saúde da população brasileira", disse Maria Emília Serra.

A médica, em seu perfil no Facebook, defende o tratamento da covid-19 por ozonioterapia, destacando que um dos métodos do tratamento é a insuflação retal. "A Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica (Sobom), que tenho a honra de presidir, tem protocolo de pesquisa clínica aprovado junto à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) para aplicar Ozonioterapia no tratamento da COVID-19 e um dos braços utiliza exatamente a insuflação retal... A sonda é fina e não oferece riscos", ela escreveu. O texto está acompanhado de uma imagem que diz "nem Freud explica o 'medo' da insuflação retal de ozônio medicinal..."

Por nota, o Ministério da Saúde afirmou que o efeito da ozonioterapia em humanos infectados por coronavírus ainda é desconhecido. A pasta ressaltou que o método não deve ser recomendado como prática clínica ou fora do contexto de estudos clínicos.

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