Família de jovem morto por PM fará protesto no Recife

Parentes do rapaz irão protocolar um pedido de audiência com o governador Paulo Câmara

por Jameson Ramos qua, 12/08/2020 - 20:19
Fato aconteceu no dia 5 deste mês Polícia Civil está investigando Fato aconteceu no dia 5 deste mês

A família de Jhonny Lucindo, adolescente assassinado com um tiro na cabeça em uma abordagem policial, espera conseguir justiça para a vítima, que foi morta no dia 5 de agosto, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Para isso, os familiares estão organizando uma manifestação que sairá em passeata até o Palácio do Campo das Princesas, no Centro do Recife, nesta quinta-feira (13).

A concentração vai ser em frente à Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS), localizada na Praça da República, no bairro de Santo Amaro, Centro do Recife, às 13 horas. Na sede do Governo de Pernambuco, a família espera ser atendida por algum representante, para poder protocolar um pedido de audiência com o governador Paulo Câmara, além de um ofício pedindo o afastamento do policial responsável pelo disparo fatal.

Entenda o fato

Jhonny tinha ido, juntamente com um amigo, pegar uma ferramenta na casa de sua tia, que fica no bairro Rio das Velhas, Jaboatão dos Guararapes. Nesse percurso, a polícia abordou os jovens, que estavam trafegando em uma moto. Algumas pessoas, que dizem ter visto o momento da abordagem, disseram à família que um dos policiais pediu para Jhonny correr e disparou - já outras testemunhas dizem que o adolescente se assustou com a abordagem, correu e acabou sendo atingido pelo disparo da arma de um dos policiais.

A família alega que as câmeras de segurança que estavam instaladas em um mercadinho próximo de onde o fato aconteceu foram arrancadas pelos policiais envolvidos. Jhonny foi atingido com um tiro na nuca, que saiu pela boca. Ele ainda foi socorrido pelos próprios PMs para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Sotave, localizada em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes.

Antes de ser transferido para o Hospital da Restauração, no Centro do Recife, o jovem revelou a sua tia Clécia Lucinda Ferreira que estava com muita dor. "Eu estou aqui com você. Quem está com você é a sua tia", talvez foram as ultimas coisas que Jhonny escutou, já que ele não resistiu aos ferimentos e morreu pouco tempo depois de dar entrada no HR. 

"Foi só um tiro na orelhinha"

Os familiares revelam que os policiais envolvidos na morte do Jhonny chegaram a brincar com a situação da vítima, dizendo que "foi só um tiro na orelhinha". Para Jéssica Maria Ferreira, irmã do jovem, isso foi um "deboche" daqueles que deveriam proteger a população. "Quando ele veio a falecer, a assistente social e o Conselho Tutelar falaram com a minha tia para que ela vinhesse a fazer justiça porque, realmente, eles queriam matar o meu irmão. Eles (os policiais) são assassinos e criminosos", exclama Jéssica.

Posicionamento da Polícia Civil de Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco, por meio da 11a Delegacia de Polícia de Homicídios/Divisão de Homicídios Metropolitana Sul, informa que as investigações sobre o caso prosseguem sob a responsabilidade do delegado Victor Hugo. A PCPE informa que só irá se pronunciar após a conclusão do inquérito policial.

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