Atendente humilhada em bar na praia vai processar agressor
Os ataques machistas contra a profissional repercutiram nas redes sociais nessa quinta-feira (26)
Após repercutir o vídeo em que é constragida por um homem na Ilha de Santo Aleixo, em Sirinhaém, Litoral Sul de Pernambuco, a funcionária do Restaurante e Petiscaria JP vai prestar queixa na delegacia do município nesta sexta-feira (27). No registro, o cliente a constrange e dispara xingamentos sexistas contra a vítima.
O proprietário do estabelecimento, João Pires, conta que não estava presente no momento dos ataques ocorridos no dia 15 de dezembro do ano passado, mas aconselhou a atendente de 20 anos a denunciar o agressor. Ele foi identificado como Felipe Brasileiro, dono da Pousada Santa Ilha, na praia de Serrambi.
"Fiquei muito revoltado na hora e pedi para a gente ir para uma delegacia para prestar queixa. Só que ela ficou tão constrangida na época, tão abalada, que ela ficou com medo e pediu para não fazer nada", relatou ao LeiaJá.
Com o destaque que o caso ganhou nas redes sociais nessa quinta (26), o prejuízo psicológico a vítima, Jennypher Costa, voltou à tona e ela já recebe acompanhamento jurídico para abrir um processo.
"Tudo que a lei determinar em relação ao constrangimento que ela passou, a gente vai fazer de tudo para resolver. Não tá sendo fácil, uma cidade pequena como a nossa, os comentários você sabe como é. E nem tá só na cidade, tá no país inteiro", confirmou o patrão.
O motivo dos ataques
Ainda de acordo com o proprietário do estabelecimento onde ocorreram as agressões, Felipe aparentava estar embriagado e perdeu a cabeça com Jennypher por conta de um som. Antes, o próprio cliente havia entrado em contato com a petiscaria para firmar uma parceria para seus hospedes.
"Como todos os turistas já tinham ido embora, a música ao vivo parou e ele queria botar um som lá. Ela pediu para os garçons desligarem o som porque já tinha terminado e ele não gostou da situação", descreveu.
João Pires lembra que recebeu as imagens quando estava hospitalizado e chegou a repreender os demais colaboradores por não terem prestado apoio à única funcionária da equipe. "Eu até reclamei com os meninos porque não fizeram nada. A única mulher que tem no grupo e ninguém chegou lá para defender", pontuou.
Contudo, os garçons informaram que não souberam como reagir porque o agressor parecia estar armado. "A turma já tava com medo dele, as pessoas disseram que ele tava armado e os meninos ficaram tudo coagido, com medo da situação", explica.
Há dois anos como colaboradora do restaurante, Jennypher nunca teve problemas durante o atendimento. Ela foi apontada como uma "funcionária excelente" pelo patrão.
Em seu perfil, ela agradeceu as mensagens de solidariedade que vem recebendo.
Foto: Reprodução/Instagram
O LeiaJá entrou em contato com a Pousada Santa Ilha para saber o posicionamento de Felipe Brasileiro, mas não obteve retorno.
Desde a repercussão do caso, uma campanha virtual vem boicotando a Pousada Santa Ilha com comentários negativos nas redes sociais e derrubou a aprovação em sites de turismo. A opção para realizar reservas está bloqueada.