Professor é morto em ataque a faca em escola da França
O ataque está sendo investigado como ato terrorista, quase três anos depois do assassinato de outro professor nas mãos de um jihadista
Um homem armado com uma faca matou um professor e feriu gravemente outras duas pessoas nesta sexta-feira (13), em uma escola de ensino médio em Arras (norte da França), disseram à AFP a prefeitura e uma fonte policial.
O ataque está sendo investigado como ato terrorista, quase três anos depois do assassinato de outro professor nas mãos de um jihadista.
O episódio se deu na escola Gambetta da cidade, escreveu o ministro do Interior, Gérald Darmanin, na rede social X (antigo Twitter), acrescentando que o agressor foi detido.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um homem jovem, vestido com calças pretas e casaco cinza, brigando com vários adultos no pátio, visivelmente armados, antes de se dirigir à porta do centro educacional.
O autor do ataque gritou "Allah Akbar" (Alá é grande, em tradução livre), disseram à AFP a administração regional e uma fonte policial.
"Allah Akbar", uma expressão formal de fé usada por pessoas de crença muçulmana, tornou-se um grito usado pelos autores dos ataques jihadistas que abalaram a França na última década.
O autor é de origem chechena e estava fichado pelas autoridades no registro de segurança nacional, disse outra fonte policial. Ainda conforme as primeiras informações policiais, seu irmão também foi detido perto de outra escola, mas sem armas.
Nenhum aluno ficou ferido. Os outros dois feridos são um agente de segurança, que recebeu várias facadas, e um professor, segundo diversas fontes.
A Promotoria Antiterrorista (Pnat) anunciou a abertura de uma investigação por homicídio e tentativa de homicídios em relação a empreitada terrorista, entre outras acusações.
Os alunos e funcionários do colégio foram confinados na instituição, acrescentou a polícia.
"Mantenham a calma e sigam as instruções para facilitar o retorno à situação normal", escreveu a entidade administrativa na rede X.
As forças de segurança isolaram a área ao redor da escola, para onde também foram enviados bombeiros e socorristas, observaram jornalistas da AFP. Os pais dos alunos também ficaram posicionados em frente ao liceu.
- "Nos entrincheiramos" -
Um professor de filosofia que presenciou o ataque, Martin Dousseau, descreveu um movimento de pânico durante um intervalo entre as aulas, quando os alunos se viram cara a cara com o atirador.
"Quis descer para intervir. Ele se virou para mim, me perseguiu e me perguntou se eu era professor de Geografia e História", contou, acrescentando que a vítima era um professor de francês do centro.
"Nos entrincheiramos. Depois, a polícia chegou e o imobilizou", completou.
O presidente francês, Emmanuel Macron, viaja nesta sexta-feira para Arras, assim como o ministro da Educação, Gabriel Attal, disseram à AFP a presidência francesa e a equipe deste último.
Esses fatos ocorrem quase três anos após o assassinato, em 16 de outubro de 2020, em Conflants-Sainte-Honorine, a noroeste de Paris, do professor Samuel Paty.
Abdoullakh Anzorov, um refugiado russo de origem chechena, esfaqueou-o e decapitou-o por ter mostrado charges de Maomé nas aulas durante um curso sobre liberdade de expressão. Foi abatido pela polícia.