Sem PCdoB no comando, Câmara de Olinda deve ser mais ativa
Para o vereador Jesuíno Araújo (PSDB), o "reflexo positivo" da saída da legenda do comando da Casa e da prefeitura da cidade já foi visto na primeira sessão deliberativa da nova legislatura
A nova legislatura na Câmara de Olinda deve ser marcada por uma fluidez maior nas atividades parlamentares. Ao menos é esta a impressão que a primeira sessão deliberativa da Casa, que aconteceu nessa terça-feira (7), deixou para alguns vereadores como Jesuíno Araújo (PSDB). Sob a ótica dele, com a saída do PCdoB do comando da cidade e da presidência da Mesa Diretora a tendência é de que os trabalhos sejam “mais eficazes”.
“A princípio na Câmara a movimentação e as atividades estão sendo bem maiores que no último mandato. Não apoiei Lupércio, mas estou com esperanças de que ele não vai interferir nas pautas da nossa Casa. Antes, com o presidente [Marcelo Soares] aliado ao prefeito [Renildo Calheiros] a pauta era cercada apenas de matérias de interesse da prefeitura. Agora a coisa começa a ganhar forças e a Câmara abre o diálogo com a população”, argumentou o vereador em conversa com o LeiaJá.com.
Um dos motivos que justifica a observação, segundo o tucano, é a aprovação de 56 requerimentos na primeira reunião do ano. “Apenas na primeira sessão foram 120 requerimentos de vereadores apresentados e 56 aprovados. Eu consegui, por exemplo, aprovar sete audiências públicas. Uma delas é sobre educação que tentei seis vezes no último mandato e não passava. Foram quatro anos que tentei aprovar a audiência pública e nunca conseguia”, afirmou.
Jesuíno integra o G-9 da Casa Bernardo Vieira de Melo, considerada independente a gestão de Lupércio. Apesar disso, o tucano fez avaliações positivas sobre o prefeito. “Ele foi participar da abertura da sessão, o que Renildo nunca fez. Com isso ele mostra que quer ter sintonia com a Câmara”, ressaltou.
“Não vai ter cerceamento nenhum”
Novo presidente da Câmara de Olinda, Jorge Federal (PR) corroborou a tese exposta por Jesuíno e prometeu que não haverá “cerceamento” das pautas previstas para a Casa. “O que os vereadores estão sentindo é que a nova Mesa é independente do Poder Executivo, não é vinculada ao prefeito. Antes a mesa trazia alguns requerimentos e processos legislativos em detrimento a prefeitura. O nosso intuito é dar liberdade para qualquer vereador requerer, por exemplo, a presença de qualquer membro da gestão para prestar contas na Câmara”, detalhou.
Federal, que também integra o G9, disse que a intenção dele não é fazer oposição a Lupércio, mas reativar o papel de fiscalizar a Câmara. “O processo político do país se acostumou a estar sempre alinhado com o governo, mas não precisa ser aliado para votar a favor de projetos encaminhados pelo prefeito. O que não vamos é abrir brechas para influência do executivo na pauta ou aprovação dos projetos”, garantiu.
O LeiaJá.com entrou em contato com o vereador e ex-presidente da Casa, Marcelo Soares (PCdoB), mas até o fechamento desta matéria não conquistou êxito.