"Quem morre é a população pobre", diz Ivan sobre violência

O vereador do Recife disse que a guerra em relação às drogas não atinge quem mora nas coberturas do Recife

seg, 07/08/2017 - 21:00
Reprodução/Facebook Reprodução/Facebook

O vereador do Recife Ivan Moraes (PSOL) também afirmou, na reunião ordinária desta segunda (7), que se o Estado não assume o poder de regular a questão das drogas, outra esfera de poder o fará. "No nosso caso, o brasileiro, o mercado de drogas é regulado e controlado pelo crime", disse. 

"E a ação governamental, a ação estatal, que em tese visaria a uma diminuição do uso dessas drogas, ela é realizada também com o uso de armas. O resultado é o que vemos hoje: as pessoas continuam usando drogas, as mais diversas, principalmente as que estão proibidas e as pessoas que negociam essas drogas, que controlam esse mercado, defendem o seu mercado com armas e o governo interage com esse mercado com armas. A isso chamamos guerra às drogas, o que na prática é uma guerra à pobreza, é uma guerra à população negra, à periferia, porque quem morre na guerra contra as drogas não é a pessoa que utiliza a droga e mora nas coberturas do Recife, não são as pessoas que dirigem seus carrões que morrem. Quem morre é a população pobre", declarou. 

Ivan declarou que todo esse contexto está "matando gente". "A gente não está reduzindo o uso, a gente não está reduzindo os problemas causados por drogas ilegais. Sabe o que a gente está fazendo?  A gente está matando gente. Às vezes a gente mata bandido, às vezes a gente mata policial e às vezes quem não tem nada a ver com isso. Foi o caso acontecido na última sexta, quando a criança Sthefany da Silva, que levou um  tiro de uma bala que não tinha nada de perdida. Uma criança de dois anos e veio a falecer vítima da guerra contra as drogas".

"Sthefany foi vítima de um tiroteio entre policiais e traficantes. Podia ter morrido o traficante, podia ter morrido o policial, mas morreu uma criança de dois anos de idade. Dessa vez a vitima foi uma criança do Ibura de dois anos. Jamais será alguém que vive em uma cobertura. Sempre será a população pobre, que é a maior vítima dessa guerra que precisa acabar", lamentou. 

 

COMENTÁRIOS dos leitores