“Ustra vive”, diz Eduardo Bolsonaro sobre torturador
O deputado federal falou que o coronel, reconhecido como um torturador durante o regime militar, continua vivo nos corredores da Câmara dos Deputados
Marcou a votação do impeachment de Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados, em abril de 2016, o discurso do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). Na ocasião, o pré-candidato a presidente utilizou o seu tempo de voto para exaltar a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido como um torturador no regime militar. Durante o voto, Bolsonaro chegou a dizer que Ustra era “o pavor de Dilma Rousseff”.
O filho de Jair Bolsonaro, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC), mostrou nesta semana que pouco se incomodou com toda a polêmica gerada. Ele pousou para uma foto, na Câmara dos Deputados, com uma blusa com a foto do coronel e a frase “Ustra Vive”. O próprio publicou a foto em seu facebook.
Eduardo relembrou a votação do impeachment e ressaltou que Ustra continua vivo nos corredores da Câmara dos Deputados. “Quando Jair Messias Bolsonaro votou no impeachment de Dilma citando o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra teve muito ‘especialista’ dizendo que ali ele teria enterrado sua possibilidade de chegar à presidência. Hoje as pessoas estão cada vez mais esclarecidas sobre as mentiras que a esquerda insiste em nos contar e com coragem para assumir o lado, desde que este seja o lado da verdade, o lado certo”, ressaltou.
A homenagem feita a Ustra, à época, recebeu reações de diversas entidades como da própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que classificou a fala de Bolsonaro de apologia ao crime. Na votação, além de reverenciar Ustra, o presidenciável chegou a elogiar o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, atualmente preso. “Pela forma como conduziu os trabalhos desta Casa, parabéns presidente Eduardo Cunha”, enalteceu enquanto recebia vaias de um grupo de parlamentares.
Até a viúva de Ustra, Maria Joseita, defendeu o pré-candidato a presidente afirmando que ele tem o direito de prestar homenagem a quem quiser. "Acredito que Bolsonaro tem o direito de prestar homenagem a quem ele quiser porque outros deputados homenagearam terroristas, como Marighella e Lamarca, que pregaram durante toda a vida a luta armada, a violência e a separação do país. Se eles têm esse direito, por que o deputado Bolsonaro não tem?”, chegou a indagar durante uma entrevista.