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O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República afastou, nesta terça-feira (17), um primo do torturador da ditadura Carlos Alberto Brilhante Ustra, da função de assessor técnico militar. O tenente-coronel do Exército Marcelo Ustra da Silva Soares, de 43 anos, integrou recentemente a comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para Orlando, nos Estados Unidos. Bolsonaro resolveu deixar o Brasil para não passar a faixa ao presidente Lula (PT).

Até a dispensa, Marcelo Ustra atuava junto à Coordenação-Geral de Operações de Segurança Presidencial, braço do GSI responsável pela segurança de Lula. A portaria não explica os motivos do afastamento do militar, que segue no Exército Brasileiro. 

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Marcelo Ustra chegou a subir o tom dos ataques às instituições ainda em novembro de 2022, ao provocar, nas redes sociais, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “Cel. Carlos Alberto Brilhante Ustra, (sic) faria Alexandre de Moraes voltar a usar fraldas. Era só o Alex de Moraes passar uma noite conversando com Ustra no DOI-CODI”, escreveu. 

Além dele, o petista exonerou outros 55 militares e responsáveis pela segurança das residências oficiais, como o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto, a casa de campo dos mandatários da República.  

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levou o primo do torturador da ditadura militar Carlos Alberto Brilhante Ustra, em comitiva a Orlando, nos Estados Unidos, no final do ano passado. Ele é um dos 24 servidores do Poder Executivo Federal que embarcaram na viagem do ex-mandatário, que está em período sabático no exterior desde 30 de dezembro. 

A informação foi divulgada pelo site Brasil de Fato, com dados do Portal da Transparência do governo. Segundo o portal, Marcelo é bisneto de Celanira Martins Ustra, avó de Brilhante Ustra. Ele foi nomeado para cargo no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República em 9 de julho de 2020. 

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As datas das viagens da comitiva não são um dado completamente transparente, mas se sabe que o grande grupo viajou, de forma gradativa, entre os dias 28 e 30 de dezembro. Marcelo, que está lotado no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) viajou como "integrante da equipe de segurança em apoio à viagem familiar do sr. Presidente da República no dia 28 de dezembro, com retorno previso para o dia 1º de janeiro. 

Soares foi escolhido para embarcar com o objetivo de trabalhar nos preparativos para a chegada da família presidencial. Ele recebeu R$ 5.570,67 em dinheiro público para bancar suas diárias no exterior. De acordo com os registros oficiais, o retorno ao Brasil ocorreu em 1º de janeiro de 2023. 

Marcelo Ustra da Silva Soares é bisneto de Celanira Martins Ustra, avó de Brilhante Ustra, e foi levado ao GSI pelo general Augusto Heleno. “A nomeação não tem absolutamente nada a ver com indicação, com família. É uma nomeação de um plano normal de seleção dentro do Exército”, disse o militar à coluna de Guilherme Amado em julho de 2021, quando foi divulgada a informação. 

Marcelo Ustra da Silva Soares, coronel da ativa do Exército. Foto: Reprodução/Redes

O torturador Kaing Guek Eav, conhecido como "Duch", chefe do mais temido centro de detenção do regime do Khmer Vermelho no Camboja e condenado a prisão perpétua, faleceu nesta quarta-feira (2) aos 77 anos.

Duch "morreu no hospital", declarou Neth Pheaktra, porta-voz do tribunal cambojano apoiado pela ONU para julgar os crimes do regime Khmer Vermelho.

A causa da morte não foi divulgada, mas Duch "sofria de uma doença pulmonar há vários anos", afirmou à AFP uma fonte que pediu anonimato.

Duch dirigiu a Tuol Sleng, conhecida como S-21, a prisão central de Phnom Penh, onde 15.000 pessoas foram torturadas antes de serem executadas pelo Khmer Vermelho.

Estabelecida em 17 de abril de 1975, esta ditadura ultramaoísta caiu em 7 de janeiro de 1979, esmagada pelos tanques do Vietnã socialista, "irmão inimigo". O regime matou quase dois milhões de pessoas no país em menos de quatro anos.

Kaing Guek Eav foi o primeiro integrante do Khmer Vermelho a ser condenado por um tribunal por crimes de guerra.

Em 2010, na primeira instância, ele recebeu uma pena de 30 anos de prisão. No julgamento da apelação, em 2012, foi condenado a prisão perpétua.

Nascido em 17 de novembro de 1942 em um vilarejo da província de Kompong Thom, ao norte de Phnom Penh, Duch foi professor de matemática antes de aderir ao Khmer Vermelho em 1967.

Após a queda do regime, ele continuou vinculado ao movimento e mais tarde trabalhou para organizações humanitárias.

Depois de passar anos foragido, ele foi encontrado em 1999 pelo fotógrafo irlandês Nic Dunlop e detido.

Duch foi uma personalidade ambígua. Em um primeiro momento cooperou com a justiça e chorou nas audiências do julgamento em primeira instância, mas depois mudou de estratégia e passou a acusar o tribunal de incompetência.

Seu advogado, o francês François Roux, descrevia Duch como um homem sincero preocupado em "voltar à humanidade". Mas os sobreviventes do regime e a acusação denunciavam suas "lágrimas de crocodilo".

- Carrasco "meticuloso" -

"Meticuloso, zeloso, cuidadoso para que seus superiores o tivessem em boa conta", segundo os psiquiatras, o torturador administrou de forma rigorosa as atividades da prisão.

Durante o primeiro julgamento, entre março e novembro de 2009, ele reconheceu que usou a crueldade, as execuções e o terror como método político.

"Sou responsável emocional e legalmente", admitiu.

Convertido ao cristianismo nos anos 1990, Duch pediu perdão aos poucos sobreviventes e às famílias das vítimas. Também disse que aceitava a condenação à "pena mais estrita".

Após as confissões, no entanto, o acusado decidiu mudar de estratégia e passou a reclamar sua libertação, alegando ser um mero secretário do regime.

A acusação descreveu seu "entusiasmo e meticulosidade em cada uma das tarefas", assim como o "orgulho" por comandar o centro de tortura e "a indiferença com o sofrimento" dos demais.

O etnologista francês François Bizot, que foi mantido em cativeiro na selva por Duch durante três meses em 1971, mencionou a "sinceridade fundamental de um homem (...) disposto a dar sua vida pela Revolução".

No final, Duch "não se arrependeu", afirmou Yuk Chang, diretor do Centro de Documentação do Camboja, um organismo de pesquisa que forneceu muitas provas ao tribunal.

"Espero que sua morte leve um pouco de consolo aos sobreviventes e que os mortos possam descansar finalmente em paz", disse.

Marcou a votação do impeachment de Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados, em abril de 2016, o discurso do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). Na ocasião, o pré-candidato a presidente utilizou o seu tempo de voto para exaltar a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido como um torturador no regime militar. Durante o voto, Bolsonaro chegou a dizer que Ustra era “o pavor de Dilma Rousseff”.

O filho de Jair Bolsonaro, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC), mostrou nesta semana que pouco se incomodou com toda a polêmica gerada. Ele pousou para uma foto, na Câmara dos Deputados, com uma blusa com a foto do coronel e a frase “Ustra Vive”. O próprio publicou a foto em seu facebook.  

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Eduardo relembrou a votação do impeachment e ressaltou que Ustra continua vivo nos corredores da Câmara dos Deputados. “Quando Jair Messias Bolsonaro votou no impeachment de Dilma citando o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra teve muito ‘especialista’ dizendo que ali ele teria enterrado sua possibilidade de chegar à presidência. Hoje as pessoas estão cada vez mais esclarecidas sobre as mentiras que a esquerda insiste em nos contar e com coragem para assumir o lado, desde que este seja o lado da verdade, o lado certo”, ressaltou. 

A homenagem feita a Ustra, à época, recebeu reações de diversas entidades como da própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que classificou a fala de Bolsonaro de apologia ao crime. Na votação, além de reverenciar Ustra, o presidenciável chegou a elogiar o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, atualmente preso. “Pela forma como conduziu os trabalhos desta Casa, parabéns presidente Eduardo Cunha”, enalteceu enquanto recebia vaias de um grupo de parlamentares. 

Até a viúva de Ustra, Maria Joseita, defendeu o pré-candidato a presidente afirmando que ele tem o direito de prestar homenagem a quem quiser. "Acredito que Bolsonaro tem o direito de prestar homenagem a quem ele quiser porque outros deputados homenagearam terroristas, como Marighella e Lamarca, que pregaram durante toda a vida a luta armada, a violência e a separação do país. Se eles têm esse direito, por que o deputado Bolsonaro não tem?”, chegou a indagar durante uma entrevista. 

 

O argentino, Claudio Vallejo, procurado pela Interpol por crimes praticados na época da ditadura, na Argentina, foi extraditado na madrugada desta quinta-feira para Buenos Aires e entregue às autoridades. Segundo a Polícia Federal (PF), ele viajou para a Argentina em um voo comercial, acompanhado por dois policiais da Interpol de Buenos Aires.

Vallejo seria um dos torturadores do pianista brasileiro Francisco Tenório Cerqueira Júnior, o Tenorinho. Tenório era um dos pianistas favoritos de Vinicius de Moraes e participava de um show em Buenos Aires, em companhia de Vinicius, quando desapareceu em 1976.

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Aos 54 anos, Vallejo estava foragido e se escondia em várias cidades do sul do Brasil nos últimos dez anos. Ele cumpria pena por estelionato desde o ano passado. Em Buenos Aires, ficará em presídio especial.

Ao saber da prisão no Brasil, o governo argentino pediu ao Supremo Tribunal Federal a extradição para cumprimento de pena no país de origem. A concessão foi dada pelo STF no dia 13 de março.

Os traficantes Marlon da Fonseca da Silva e Webert José dos Santos foram presos, ontem, 19, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, por policiais da 71ª Delegacia. Ambos tinham prisão preventiva temporária expedida pela justiça local e, segundo a polícia, são chefiados por George Alves, o "Anão", chefe do tráfico na comunidade. Anão também teve a prisão decretada, mas continua foragido.

Após saber que o filho, um adolescente, havia furtado 14 engradados de cerveja do bar da família, o comerciante pediu a criminosos do Morro do Catiço, ligados ao Comando Vermelho, que capturassem o menor e o torturassem. "Anão" então ordenou aos comparsas que dessem um castigo ao adolescente, que foi levado até a localidade conhecida como Cruzeiro e lá espancado por dez pessoas.

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O comerciante chegou a ser detido pela polícia e, após se mostrar arrependido, teria ajudado os policiais a encontrar parte dos criminosos. Um menor, também integrante do tráfico no morro, também foi detido pelos policiais e confirmou que Webert participou da sessão de tortura contra o garoto acusado de furtar as bebidas. Com o menor detido, foram apreendidos dinheiro proveniente da venda de drogas e uma trouxinha de maconha.

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