Propostas dos presidenciáveis para a educação são poucas

Faltando cerca de três meses para a eleição, boa parte dos brasileiros questionam quais as propostas dos pré-candidatos em áreas essenciais

por Taciana Carvalho qui, 28/06/2018 - 15:36

A troca de acusações entre os presidenciáveis, opiniões sobre temas polêmicos e a necessidade de “transformar o Brasil” já são partes conhecidas dos discursos dos pré-candidatos a presidente. No entanto, faltando pouco mais de três meses para a eleição de 2018, uma boa parte dos brasileiros questionam: quais são as propostas dos pré-candidatos a presidente para áreas fundamentais como a educação?

Apesar das campanhas eleitorais começarem no dia 16 de agosto, no qual os candidatos oficiais deverão intensificar as propostas entre a população em comícios e na propaganda eleitoral na internet [desde que não seja paga], as sugestões deveriam ser disseminadas entre os eleitores bem antes, porém os presidenciáveis ainda falam timidamente sobre alguns pontos dos seus respectivos conteúdos programáticos. Segundo a pré-candidata Manuela D´Ávila (PCdoB), na educação, o foco está em melhorar a “eficiência” da prestação de serviços na área. D´Ávila defende um “Estado garantidor” dessa política pública. 

A deputada estadual já afirmou que, caso seja vitoriosa, irá trabalhar pela “transformação” do ensino fundamental. Para Manuela, esse deve ser um tema a ser encarado pelo Ministério da Educação. Também promete rever a situação das mulheres com o mercado de trabalho. De acordo com a gaúcha, 50% das mulheres que têm filhos não conseguem retornar e permanecer no emprego que tinham antes. “A ausência de creches e escolas de educação infantil coloca as mulheres em desvantagem no mercado de trabalho e transforma as avós em cuidadoras permanentes”, ressaltou. 

Com um perfil mais conservador, o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) já chegou a afirmar que a militarização das escolas seria uma opção para o futuro do país. O deputado já disse durante uma entrevista que, caso se torne presidente do Brasil, convidaria um general que tivesse comandado um colégio militar para assumir o Ministério da Educação (MEC). 

Bolsonaro citou, na ocasião, como exemplo alguns colégios públicos do Amazonas e de Goiás. Segundo ele, os alunos de colégios em regiões violentas teriam melhorado seus desempenhos quando assumiram a direção coronéis. “A molecada é revistada periodicamente, canta o hino nacional, tem aula de educação moral e cívica, chama a professora de senhora e não de tia, se levantam quando o professor entra na sala de aula, então são pessoas que tem noções fortes de disciplina e hierarquias”, argumentou. 

Por sua vez, durante um evento, Ciro Gomes (PDT), salientou que a primeira tarefa é mudar o “paradigma pedagógico” visando preparar o profissional que o mundo atual pede: inovador e empreendedor.  O pedetista também propõe a criação de um fundo nacional de valorização e educação do ensino. O objetivo seria a adesão voluntária de qualquer professor de nível municipal ou estadual para participar de um programa de avaliação permanente. 

A presidenciável Marina Silva (Rede) deve seguir a linha de propostas já apresentadas em 2014. Na época, ela garantiu que seu governo iria priorizar a educação integral na Educação Básica ressaltado que a criança e o adolescente tem direito a uma escola digna e justa. A ex-ministra também chegou a alfinetar, em entrevista à BBC Brasil, outros candidatos ao ressaltar que prevê uma eleição com uma tendência a mentira na campanha. “Nunca se juntaram por educação, saúde e segurança e agora se unem para salvar a própria pele”, disparou. 

Pouco a falar sobre o tema, o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já avisou que a economia é central para a educação. “Economia é central em todos esses aspectos porque gera receitas para o governo federal”. 

 Plano de governo

O pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB) tem se mostrado ''preocupado" com a área educacional. Ele já teve a iniciativa de convidar o senador Cristovam Buarque (PPS), que foi ministro da Educação, para integrar a equipe que vai elaborar o plano de governo do tucano para a educação. Entre as propostas, a federalização do ensino municipal, bem como a criação de um programa federal para formar gestores e diretores de escolas públicas.

O senador Álvaro Dias (Podemos), que também irá enfrentar a disputa presidencial, também se comprometeu em “investir muito” na educação infantil com o objetivo de melhorar o desempenho escolar. Ele acredita que para ter um ensino superior com competência e com bom desempenho escolar, é necessário investir na formação que é a base para a sustentação até o Ensino Superior.

Ele já afirmou que concluiu o seu mandato de governador do Paraná com uma aprovação recorde e que a educação foi essencial nesse sentido. Segundo o parlamentar, seu governo investiu 40% dos recursos públicos, da receita pública em educação. Álvaro ainda falou sobre a importância de se cumprir o Plano Nacional de Educação.

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