Tópicos | brasileiros

Oitenta e nove por cento dos brasileiros não aprovam as invasões aos prédios dos Três Poderes ocorridas em 8 de janeiro do ano passado na capital federal. Os atos, que resultaram em depredação do patrimônio público e prejuízo ao Erário, são aprovados, no entanto, por 6%. Quatro por cento não souberam ou não quiseram responder.

Os dados, tornados públicos neste domingo (7), são de pesquisa de opinião realizada pela empresa Quaest, entre os dias 14 e 18 de dezembro de 2023, por meio de 2.012 entrevistas presenciais com questionários estruturados junto a brasileiros com 16 anos ou mais, em 120 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi financiado pela plataforma Genial Investimentos, que opera no mercado financeiro.

##RECOMENDA##

De acordo com a apuração, a atitude de terrorismo em Brasília é rejeitada majoritariamente em todas as grandes regiões do país, por pessoas de diferentes níveis de escolaridade e renda familiar, tanto por eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os resultados da pesquisa revelam a reprovação por 94% dos que declararam voto em Lula no segundo turno das eleições em 2022 e por 85% de quem declarou voto em Bolsonaro; por 87% dos entrevistados no Sul (menor percentual) e 91% no Nordeste (maior percentual). A rejeição é de 88% dos entrevistados com até o ensino fundamental, 90% daqueles com ensino médio (incompleto ou completo) e 91% dos que têm ensino superior (incompleto ou completo). Também desaprovam os atos 89% de quem tem renda familiar até cinco salários mínimos e 91% dos que vivem com renda de mais de cinco salários mínimos.

Influência de Bolsonaro

De acordo com a pesquisa, as opiniões se dividem na pergunta “Bolsonaro teve algum tipo de influência no 8 de janeiro?” Avaliam que sim 47% dos entrevistados e 43% acreditam que não. Dez por cento não souberam ou não quiseram responder.

Todos os dados apresentados acima são próximos dos percentuais encontrados para a versão da pesquisa da Quaest realizada em fevereiro do ano passado. “A rejeição aos atos do 8/1 mostra a resistência da democracia brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional”, aponta em nota à imprensa Felipe Nunes, diretor da empresa.

Na opinião dele, diferentemente do que ocorreu nos Estados Unidos – que sofreu com a invasão ao prédio do Congresso (Capitólio) em 6 de janeiro de 2001 – no Brasil as opiniões a respeito dos atos de vandalismo sofrem pouca influência das escolhas das legendas políticas. “É imperativo que esse debate não seja contaminado por cores partidárias, porque trata-se de um problema do Estado brasileiro. É a defesa das regras, da Constituição e da própria democracia que está em jogo neste caso.”

Livro recente

Felipe Nunes é cientista político e também trabalha como professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No final do ano, ele lançou o livro Biografia do Abismo – Como a Polarização Divide Famílias, Desafia Empresas e Compromete o Futuro do Brasil (editora HarperCollins), escrito em parceria com o jornalista Thomas Traumann.

A publicação descreve que as posições políticas passaram a ser parte da identidade de cada brasileiro, e na última eleição presidencial o país “viveu a consolidação de um processo de polarização extrema” – quando se “calcificou” o mecanismo de escolha do voto, “em que os interesses perderam força para as paixões.”

O Itamaraty divulgou nota oficial no início da tarde apontando que, até o momento, não há notícias de brasileiros mortos ou feridos entre as vítimas do terremoto que atingiu o Japão nesta segunda-feira, 1º.

"O Itamaraty, por meio de sua embaixada em Tóquio e de seus consulados-gerais no Japão, está em contato com a comunidade brasileira no país e com autoridades locais", diz a publicação.

##RECOMENDA##

A pasta informa que os plantões consulares do Consulado-Geral em Nagoia (080-8255-2410) e em Tóquio (090-6949-5328) estão em funcionamento para atender nacionais em situação de emergência. O plantão consular geral do Itamaraty também pode ser contatado por meio do telefone +55 (61) 98260-0610.

Na mesma nota, o governo expressou solidariedade à população japonesa e as vítimas, que ainda estão sendo registradas.

O governo federal lançou nesta quinta-feira (21) uma nova etapa da "Operação Voltando em Paz" para resgatar brasileiros e seus familiares na zona de conflito no Oriente Médio e levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.

Segundo o Palácio do Planalto, uma aeronave KC-30 (Airbus A330 200), da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou da Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro, às 8h20 (horário local) rumo ao Egito, com um carregamento com seis toneladas de purificadores e kits voltaicos.

##RECOMENDA##

Ao todo, são 150 purificadores de água portáteis, equipados com "kit" voltaico (painel solar, inversor veicular e controlador de carga) para ampliar sua autonomia de energia.

De acordo Alessandro Candeas, embaixador da representação brasileira em Ramala, a escassez de água potável na Faixa da Gaza é crítica, especialmente na área norte, o que faz com que as pessoas apelem com cada vez mais frequência a fontes salobras ou poluídas.

Esta é quarta doação feita pelo Brasil desde o início da guerra entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas, em 7 de outubro, e será entregue ao Crescente Vermelho Egípcio, organização responsável por transportar os insumos até a Faixa de Gaza.

O objetivo da missão é também realizar a repatriação de cidadãos que estão no território palestino e desejam retornar ao Brasil em decorrência do conflito. A previsão de pouso da aeronave na Base Aérea de Brasília é para o próximo sábado (23), por volta das 8h da manhã. 

Grande parte dos brasileiros com esquema vacinal incompleto continua com medos associados à covid-19, mostra levantamento feito com 1.840 adultos, de 18 a 59 anos de idade, que tomaram até três doses das vacinas contra a doença. De acordo com a pesquisa “Covid-19 hoje: por que a população não vacinada ainda hesita em se proteger?”, o surgimento de novas variantes é o principal medo manifestado pelos entrevistados (48% das respostas). O medo é mais acentuado nas mulheres (28%) e nos mais jovens de 18 a 24 anos (28%). O menor percentual está entre os mais velhos, de 45 a 59 anos (19%), no Rio de Janeiro (15%).

Vinte por cento do total dos entrevistados acreditam que o “pior já passou”, mas consideram que as vacinas podem proteger caso haja nova onda de covid-19. Somente 15% afirmam que a pandemia já terminou e que não têm medo de se contaminar.

##RECOMENDA##

O levantamento de âmbito nacional, feito em 106 cidades, com recortes no Pará, na Bahia, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Distrito Federal, foi coordenado pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) a pedido da Pfizer. Ele inclui pessoas que não completaram o esquema vacinal contra a covid-19 até o momento, ou seja, não tomaram todas as doses recomendadas para sua faixa etária. Os resultados contemplam dois subgrupos na amostra, envolvendo pessoas com filhos e sem filhos, buscando diferentes percepções sobre vacinação de adultos e crianças.

Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Alexandre Naime Barbosa, a preocupação em relação às variantes do SARS-CoV2 é legítima. Isso se explica porque o vírus tem o potencial de sofrer mutações com alta frequência, o que geralmente acontece quando é transmitido de uma pessoa para outra, dando origem a uma variante do vírus original. Segundo Naime Barbosa, algumas variantes se disseminam mais rapidamente do que outras, o que pode levar ao aumento de casos e agravamentos ligados à doença. “Essa é uma situação preocupante, especialmente em períodos de maior aglomeração de pessoas, o que inclui as festividades de fim de ano”, destacou o infectologista.

Importância

A sondagem revela que mesmo quem não está com o esquema vacinal completo acredita que as vacinas contra a covid-19 são importantes para proteger os adultos (86%) e as crianças (82%) e também são seguras para adultos (78%) e crianças (75%). Somente 7% das pessoas não confiam nas vacinas contra a doença, consideram que elas são pouco ou nada importantes e, inclusive, as classificam como inseguras em algum nível para os adultos.

Na avaliação da diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro, a imunização continua a ser a principal forma de prevenção contra casos graves de covid-19, contribuindo para reduzir o risco de morte e o número de hospitalizações. “Não podemos esquecer que mais de 700 mil pessoas morreram no Brasil por causa da doença até o momento e que, desde o início das campanhas de vacinação, a mortalidade começou a diminuir drasticamente na população em geral”. Adriana destacou que apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter decretado o fim da emergência de saúde pública para a covid-19, é importante que se mantenha a prevenção, tendo em vista que a doença segue causando internações e óbitos, com mais de 13 mil mortes apenas neste ano.

Um eventual retorno da pandemia ou aumento de casos constituiria o principal fator para levar os adultos a completar a carteira vacinal (25% das respostas), seguido do tempo disponível (14%) e da obrigatoriedade (11%). Confiança na eficácia ou segurança das vacinas aparece em quarto lugar, junto com dificuldade de acesso (7% cada). Por outro lado, 20% garantem que nada os levaria a completar o esquema vacinal. De modo geral, os consultados que rejeitam completar o ciclo vacinal contra covid-19 são menos instruídos, têm menor renda familiar e pertencem ao sexo masculino.

Entretanto, 72% dos entrevistados disseram que vão se vacinar imediatamente, caso surja nova onda da doença. De acordo com a pesquisa, 45% das pessoas com esquema vacinal incompleto têm consciência de que não estão totalmente protegidas. Trinta e dois por cento afirmam não ter conseguido tomar todas as doses e 13% explicaram que, “como a pandemia acabou”, deixaram de se preocupar com isso.

Crianças

Cerca de metade da amostra tem filhos com mais de seis meses até 17 anos ou é responsável por alguém nessa faixa etária. Em relação à vacinação infantil, revelaram que a maioria dos filhos (59%) tomou pelo menos uma dose da vacina contra covid-19. Entre os principais motivos para não completar o esquema vacinal dos filhos estão o medo de possíveis reações que a vacina poderia causar, como febre alta, calafrios, entre outros efeitos (20%), e a falta de motivação (10% não veem necessidade de vaciná-los).

Outros 65% discordam, em algum grau, da ideia de que as crianças não desenvolveriam a forma grave da covid-19 e, por isso, não precisariam ser vacinadas. Trinta e nove por cento dos pais e mães não chegaram a conversar com o pediatra antes de tomar a decisão de vacinar ou não o filho. Esse percentual cai para 32% entre bebês de 6 meses a 2 anos, passando para 36% na faixa de 3 a 4 anos, 38% no grupo de 5 a 11 anos e alcançando 48% no recorte para jovens de 12 a 17 anos. Somente 2% disseram que o pediatra recomendou não dar a vacina.

Fontes de informação

A imprensa, incluindo televisão, rádio, jornal e revistas, é considerada a principal fonte de informação sobre o tema por 43% dos entrevistados, seguida dos postos de saúde (30%, em especial das classes D e E); das redes sociais (26%), englobando facebook, youtube, instagram, X (antigo Twitter) e Tik Tok (a maior parte com perfil jovem, de 18 a 24 anos); sites e portais de notícias, mais concentrado em um perfil de ensino superior (25%).

Já 67% das pessoas classificaram as informações disponíveis sobre a vacina contra a covid-19 nos diversos meios de comunicação como muito fáceis ou de fácil entendimento, mas duas em cada três pessoas com o ciclo vacinal incompleto contra a doença acreditam em pelo menos uma das fake news (notícias falsas) mais comuns sobre o tema: 70% dos entrevistados relatam essa influência da desinformação em alguma proporção.

De acordo com os entrevistados, as fake news que mais confundem as pessoas são aquelas que dizem que vacinas contra a covid-19 são experimentais (34%), causam casos graves de miocardite, trombose, fibromialgia e Alzheimer (16%), que o surgimento de novas variantes da covid-19 comprova que as vacinas não funcionam (13%), que vacinas contra a covid-19 são mais perigosas do que o próprio vírus (13%), pessoas que tiveram covid-19 não precisam se vacinar contra a doença (8%), que a vacina de RNA (molécula responsável pela síntese de proteínas das células do corpo) mensageiro contra a covid-19 modifica o DNA dos seres humanos (4%), e a vacina contra a covid-19 tem chip e inteligência artificial para controlar a população (3%).

Em sentido contrário, 28% das pessoas com o esquema vacinal incompleto não acreditam em nenhuma das fake news investigadas na sondagem. A taxa sobe para 37% entre pessoas com maior escolaridade (ensino superior completo), atingindo 46% no recorte para o Distrito Federal. 

Pesquisa do Instituto Locomotiva aponta que oito em cada dez famílias brasileiras estão endividadas e um terço têm dívidas em atraso. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (7) no relatório Raio-x dos Brasileiros em Situação de Inadimplência. Os índices, que haviam piorado significativamente durante a pandemia da covid-19, já recuaram, mas ainda são elevados, segundo o relatório.

Para averiguar como anda o cenário de inadimplência no país, a entidade realizou 983 entrevistas pela internet. O questionário foi aplicado entre 11 e 22 de setembro, entre homens e mulheres de todos os estados.

##RECOMENDA##

O instituto buscou compreender quais as circunstâncias ligadas à falta de pagamento em dia das contas. A intenção foi identificar a origem das dívidas contraídas, mas também capturar percepções dos brasileiros sobre a perspectiva que têm no horizonte quanto quitar os débitos e também verificar como a inadimplência afeta a vida pessoal dos brasileiros e como os círculos sociais influenciam no modo como as pessoas conduzem sua vida financeira.

O que continua abrindo mais brechas para a inadimplência é o cartão de crédito, de acordo com a pesquisa. O cartão foi a fonte de 60% dos débitos em aberto neste ano, porcentagem que superou a de 2022, de 56%.

Deixar de liquidar dívidas junto a bancos e financeiras e empréstimos e financiamentos também tem sido um desafio para grande parte dos brasileiros. Uma parcela de 43% lida com isso atualmente, proporção que subiu em relação ao ano passado, quando era de 40%.
Os brasileiros também acumulam dívidas do cheque especial (19%); de contas de serviços básicos, como luz, gás e água (17%); de impostos, como IPVA e IPTU (15%); de celular (14%); e compras feitas em lojas de departamento (12%).

Contas pendentes de assinaturas de internet e TV a cabo respondem por 10% e são seguidas na lista pelas ligadas a planos de saúde (6%); mercado (5%); mensalidades em escolas (4%); taxas de condomínio (4%); fabricantes de produtos que a pessoa revende (3%); lojas de materiais esportivos (1%); e outros (2%).

Falta de planejamento

Os principais motivos pelos quais os brasileiros ficam devendo são a falta de planejamento financeiro (36%); o desemprego (34%); ter gastos inesperados com saúde (30%); emprestar o nome de alguém para efetuar compras ou contratar serviços (16%); compras de alto valor, acima do que cabe no orçamento (11%); investimento em negócios que deram prejuízo (10%); e falta de controle nos gastos por parte do companheiro ou companheira (8%).

Outras razões a que os brasileiros atribuem a situação de contas no vermelho é a perda de renda com um divórcio (6%); problemas com vícios e jogos (3%); esquecer de pagar uma conta ou boleto (3%); e outros (3%).

Quando perguntados sobre o nível de otimismo ou pessimismo quanto a deixar em dia as contas, 39% responderam que têm certeza de que conseguirão. Em 2022, o percentual era de apenas 25%. A parcela de inadimplentes que afirmou que acha que pagará é de 23%, ante 32% da que não têm certeza, 5% da que declarou que não terá condições e 2% da que têm certeza de que não existe essa possibilidade.

Dentro do grupo dos que reconhecem não ter como quitar as dívidas, 9% são mulheres e 9% têm ensino fundamental como nível de escolaridade. Já na parcela que mantém mais otimismo, com 39%, 78% pertencem às classes A e B e 76% correspondem à proporção que pretende pagar os débitos com o programa Desenrola Brasil.

Estratégias

A principal estratégia que os inadimplentes têm em mente para conseguir colocar tudo em dia é economizar dinheiro (60%). A renegociação de dívidas é outra solução mencionada por 38%, percentual maior do que o de 2022, quando era de 31%.

A pesquisa destaca, ainda, que aumentou a parcela de pessoas que teve sucesso em se estabilizar financeiramente, variando de 20%, em 2022, para 24%, neste ano. Porém, o percentual de brasileiros que avaliam que uma melhora na economia do país é o que permite a da sua situação financeira e a quitação de dívidas caiu, passando de 29% para 20%.

A maioria dos brasileiros endividados (59%) acredita que tornar o crédito mais barato e acessível impactaria muito sua vida financeira. Além disso, 56% deles pensam que ter orientações de qualidade sobre como organizar o próprio orçamento também ajudaria.

Um dado importante diz respeito a políticas públicas. Ao todo, 41% dos participantes da pesquisa consideram que ter acesso a serviços públicos gratuitos, como creches em horário estendido e/ou mais próximas de casa ou do trabalho é um fator que também contribuiria para deixar de contrair dívidas.

No que concerne a agentes que influenciam nas decisões, o que o estudo mostra é que as redes sociais representam um problema para muitos brasileiros. São elas que incentivam 23% a ter comportamentos que complicam as contas e os pagamentos. Cônjuges são apontados por 10%.

Desenrola Brasil

O instituto também coletou impressões sobre o programa Desenrola Brasil. O que se soube por meio das respostas dadas pelos entrevistados é que oito em cada dez endividados consideram a iniciativa importante para ajudar na vida financeira dos brasileiros.

A maioria dos inadimplentes (76%) diz conhecer o programa, mas o que se nota é que somente 17% afirmam conhecer bem e 58% "só de ouvir falar", o que pode sugerir uma melhor divulgação sobre a ação. Uma das dúvidas, por exemplo, para 57%, é se suas dívidas são ou não contempladas pelo programa.

Para um quinto dos endividados (20%), seus débitos foram ou podem ser negociados no âmbito do programa. A proporção chega a 28% entre inadimplentes.

Um quinto (20%) dos endividados já negociaram dívidas com o Desenrola Brasil. Entre os inadimplentes, são 11%. Outro dado fornecido pelo Instituto Locomotiva é o de que 46% dos inadimplentes que têm certeza de que conseguirão pagar suas dívidas pretendem negociá-las no programa.

Uma aeronave KC-30 (Airbus A330 200) aguarda autorização para decolar da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, para fazer a repatriação de mais brasileiros que estão na Faixa de Gaza. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o avião só decolará rumo ao Egito quando os brasileiros tiverem permissão para cruzar a fronteira em Rafah. 

Assim que receber o sinal verde, o KC-30 decolará rumo ao Aeroporto Internacional do Cairo, em uma viagem de 15 horas. A FAB ainda não divulgou o número de pessoas que serão repatriadas. 

##RECOMENDA##

O avião também leva um carregamento de cerca de 11 toneladas de alimentos não perecíveis, fornecidos como assistência humanitária pelo governo brasileiro.

O primeiro voo de repatriação de brasileiros provenientes de Gaza só chegou ao Brasil no dia 15 de novembro, mais de um mês depois do início dos ataques de Israel ao território palestino, devido à demora na autorização para saída pelo posto de fronteira de Rafah, que liga Gaza ao Egito. 

No total, 32 brasileiros, segundo a FAB, foram trazidos ao país nesse voo. Também foi realizado um voo de repatriação com 32 brasileiros que estavam na Cisjordânia, outro território palestino.

Antes deles, já haviam sido realizados oito voos de repatriação de 1.413 brasileiros que estavam em Israel. 

Um novo voo para o resgate de brasileiros que estão na Faixa de Gaza deixará o Rio de Janeiro às 9h desta quinta-feira (7) em direção ao Egito, informou nesta quarta-feira (6) a Força Aérea Brasileira (FAB). Será o 11º voo de repatriação de brasileiros em áreas de conflito no Oriente Médio na Operação Voltando em Paz, do Governo Federal.

A aeronave KC-30 (Airbus A330 200) vai decolar da Base Aérea do Galeão (BAGL). A bordo, estará um carregamento de cerca de 11 toneladas de alimentos não perecíveis, fornecidos pelo Brasil para assistência humanitária.

##RECOMENDA##

O destino da aeronave será o Aeroporto Internacional do Cairo, capital do Egito, em voo direto com previsão de duração de 15 horas.

Mais de 100 brasileiros

O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Escritório de Representação em Ramalá, lista 102 brasileiros e familiares próximos de brasileiros interessados em repatriação a partir da Faixa de Gaza.

A solicitação para saída deste novo grupo da Faixa de Gaza pelo Portal de Rafah em direção ao Egito foi apresentada em novembro, e o governo brasileiro aguarda autorização dos países responsáveis pela organização da saída de estrangeiros de Gaza para dar início ao processo de repatriação.

Coordenado com a Embaixada em Tel Aviv, o escritório brasileiro em Ramalá transportou vários integrantes do grupo de outros pontos do enclave até Rafah, onde estão mais de 80 brasileiros e familiares próximos, a maior parte deles em casas alugadas pelo Itamaraty para abrigá-los.

O ministério informa ainda que permanece em contato constante com o grupo e oferece gêneros de primeira necessidade, abrigo, transporte e atendimento psicológico remoto. 

Primeiro grupo

A primeira leva de brasileiros que veio de Gaza chegou ao país no último dia 13 de novembro, também em voo que saiu do Cairo em direção ao Brasil. 

O voo trouxe 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros e três palestinos familiares próximos. Dos 32 repatriados, 17 são crianças, nove mulheres e seis homens. 

Conflito

No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica.

Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta segunda-feira, 4, que seu governo ainda buscará 102 brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Ele deu a declaração em Berlim, na Alemanha, onde teve uma reunião com o chanceler do país, Olaf Scholz.

Lula voltou a criticar o formato atual da ONU e disse que a entidade não está cumprindo seu "papel histórico".

##RECOMENDA##

A crítica do brasileiro é principalmente sobre o Conselho de Segurança, controlado por Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia.

O Brasil reivindica uma ampliação do Conselho de Segurança para incluir a si próprio e outros países, como Alemanha e Índia.

A Guarda Civil da Espanha prendeu nesta semana dois irmãos de nacionalidade brasileira em Estepona, no sul do país, por suposta ligação com o Estado Islâmico. Os irmãos foram levados a Madri e colocados em prisão provisória.

Segundo comunicado do Ministério do Interior espanhol, os irmãos, que não foram identificados, estariam "imersos em um processo de radicalização" e usariam plataformas de mensagens instantâneas encriptadas para mostrar o seu apoio ativo ao Estado Islâmico.

##RECOMENDA##

"Ambos consumiam e difundiam por meio de seus perfis na internet material multimídia de propaganda do Daesh (sigla em árabe do nome anterior do grupo). Entre esse material havia atividades terroristas realizadas em diferentes lugares, manuais para confecção de explosivos e envenenamentos, segurança cibernética, hacking, assim como documentos que justificam a violência da execução de ações suicidas", diz a nota.

A Guarda Civil teve a colaboração do FBI para detectar, identificar e neutralizar os dois irmãos. O comunicado do ministério espanhol também afirma que a operação contou com a ajuda da Polícia Federal brasileira e que, por meio da Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol), foram encontrados vínculos internacionais dos dois com indivíduos detidos ou investigados em países europeus por suas ligações à ameaça jihadista.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, irá conversar, nesta quinta-feira, 16, com o presidente de Israel, Isaac Herzog, para agradecer os esforços pela repatriação de brasileiros da Faixa de Gaza, apurou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O telefonema, que ocorrerá no período da tarde, será o segundo entre ambos desde o começo do conflito com o Hamas, em 7 de outubro.

O grupo de 32 pessoas, entre brasileiros e palestinos, chegou ao Brasil na noite de segunda-feira, 13. Lula recepcionou os repatriados na Base Aérea da capital federal e, após ouvir os relatos, acusou Israel de "terrorismo".

##RECOMENDA##

"Se o Hamas cometeu um ato de terrorismo, o Estado de Israel está cometendo mais um ato de terrorismo ao não levar em conta que as crianças não estão em guerra, que as mulheres não estão em guerra", disse Lula.

Até então, o presidente havia evitado opinar sobre as ações de Israel e se limitava a repudiar as ações contra mulheres e crianças. Em outubro, Lula se restringiu a falar que o ataque do grupo Hamas contra Israel, ação o qual classificou como "terrorista", não justificava o Estado "matar milhões de inocentes".

De acordo com a apuração, a elevação do tom contra Israel se deu por um maior agravamento da crise humanitária. Segundo fontes que acompanham as negociações do presidente em relação à guerra, o chefe do Executivo subiu o tom dos discursos seguindo a gravidade do conflito.

Auxiliares reafirmam a posição do presidente brasileiro de equilíbrio na tentativa de alcançar a paz no Oriente Médio e relembram que Lula condenou, em diversas ocasiões, o ataque do Hamas contra Israel. Assim, da mesma forma que o petista repudiou o ataque, está fazendo o mesmo com os atos de Israel.

Após as falas de Lula na segunda-feira, entidades judaicas se posicionaram. Na terça-feira, 14, o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, defendeu mais equilíbrio nas declarações do petista e pediu um encontro com ele. Em nota, a confederação também considerou o discurso do petista sobre o conflito, que equipara Hamas e Israel, "equivocado e perigoso".

O Instituto Brasil-Israel também lamentou as declarações do presidente. "É uma pena que o governo do Brasil, frente à tragédia da guerra, perca o equilíbrio e a ponderação, reduzindo a possibilidade de contribuir de maneira decisiva e propositiva com negociações entre as várias partes no conflito", disse a entidade.

Vinte e seis dos 32 repatriados da Faixa de Gaza chegaram nesta quarta-feira (15) a São Paulo. A aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou às 11h23 na Base Aérea de Guarulhos. Dos 26, nove seguem para a casa de familiares e 17 para um abrigo no interior paulista. Os números foram atualizados hoje; inicialmente 12 iriam para o abrigo.

“A gente está muito feliz. Eu não acredito até agora que consegui sair dali viva”, contou Shahed al-Banna, que mora em São Paulo e retornará a sua casa. Ela explicou que foi à Palestina acompanhar a mãe doente, para que ela se despedisse da família. “Ela teve câncer e faleceu”, relatou.

##RECOMENDA##

O grupo de brasileiros repatriado do enclave, que está no centro do conflito no Oriente Médio, chegou a Brasília na madrugada de segunda-feira (13), após mais de um mês de espera.

Shahed lamenta que familiares ainda estejam na área de bombardeios. “Estamos preocupados com quem ficou lá. Não vou conseguir ter completa felicidade até que eles venham para cá.”

Mahmoud Abuhaloub também foi um dos que desembarcou esta manhã em São Paulo e disse estar feliz de voltar ao Brasil. “Lá [em Gaza] tenho dois irmãos, com as famílias deles, e minha irmã. A minha irmã está sob a minha responsabilidade”, relatou à TV Brasil.

Rodrigo Portela, assessor da Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, lembrou das ações do governo para auxiliar na chegada dos repatriados.

“A gente resgatou essas pessoas em meio à guerra. As pessoas então tinham problemas de saúde, problemas emocionais e problemas financeiros também. O governo federal optou por fazer essa operação que iniciou com um pouso em Brasília para a gente fazer o acolhimento, tratamento de saúde dessas pessoas lá na base aérea, no hospital da FAB.”

A localização exata do abrigo não foi revelada por questões de segurança. O local é destinado a receber refugiados. As cinco famílias ficarão em unidades individuais com quartos e banheiros, refeitório para alimentação e espaço para convivência.

Elas poderão permanecer no local por tempo indeterminado. Esses repatriados solicitaram a ida ao abrigo por não terem onde se instalar no país.

Nos dois primeiros dias em Brasília, equipes do Ministério da Justiça atenderam os repatriados e orientaram sobre a regularização migratória para que possam ter acesso a documentos, como RG, CPF, segunda via de certidão de nascimento, autorização de residência e de trabalho e visto de permanência temporário.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na madrugada desta terça-feira (14), o grupo de 32 brasileiros e palestinos parentes de brasileiros resgatados da Faixa de Gaza. O presidente afirmou que o país continuará tentando buscar todos os que quiserem sair da região do conflito e voltar para o Brasil ou, no caso de estrangeiros, acompanhar os parentes brasileiros.

“A gente vai tentar fazer todo o esforço que estiver ao alcance da diplomacia brasileira para tentar trazer todos os brasileiros que lá estão e que queiram vir para o Brasil. Inclusive, alguns companheiros que tinham parentes não brasileiros eu pedi para trazer e a gente trataria de legalizar as pessoas aqui no Brasil”, disse o presidente.

##RECOMENDA##

“Tem mais gente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Enquanto tiver lista e possibilidade da gente tirar uma pessoa, mesmo que seja uma só, a gente estará à disposição para mandar buscar as pessoas. Não vamos deixar nenhum brasileiro ficar lá por falta de cuidado do governo”, acrescentou Lula.

Junto com o presidente, na pista, aguardando os repatriados, estavam a primeira-dama Janja da Silva, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, o assessor especial da Presidência Celso Amorim e os comandantes das Forças Armadas.

Lula recebeu os resgatados na pista, cumprimentou um a um no pé da escada do avião. O primeiro a descer foi Hasan Habee, que ficou conhecido pelos vários vídeos que fazia e encaminhava para a imprensa, com depoimentos frequentes da angústia que passava na Faixa de Gaza, em meio a ataques de Israel.

Ricardo Stuckert/PR

“Boa noite. Queria agradecer ao presidente, governo federal, Força Aérea e Itamaraty. A gente ficou lá 37 dias, muito sofrimento. Às vezes passamos fome e sede”, disse Habee. “O que está acontecendo lá é um massacre. Minhas filhas ficaram muito chocadas lá. Na primeira e segunda semana a gente mentia [para elas]. A gente falava que essas bombas [jogadas por Israel na Faixa de Gaza] eram de festas de aniversário, mas a gente não conseguiu segurar por muito tempo”, acrescentou ele.

Habee falou que as filhas fechavam a janela para se sentirem seguras sempre que um avião do exército israelense passava. Em seguida, pediu para Lula providenciar também a vinda dos seus parentes, que estariam aguardando a liberação de uma segunda lista de brasileiros ou parentes de brasileiros.

Na manhã de segunda-feira (13) Lula já havia confirmado que estaria na Base Aérea de Brasília, para cumprimentar o grupo de repatriados. O gesto, de caráter simbólico, encerra um longo processo de negociação entre a diplomacia brasileira e os encarregados de Israel e Egito pela liberação de pessoas pela passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito.

“A chegada desse décimo avião aqui no Brasil é o coroamento de um trabalho muito sério que a gente deve a muita gente que trabalha no governo, deve à aeronáutica Brasileira, ao ministro das Relações Exteriores, que fez um trabalho excepcional quando assumiu a presidência do Conselho de Segurança da ONU”, disse o presidente.

Os brasileiros só foram incluídos na sétima lista. O país com mais nacionais retirados de Gaza foram os Estados Unidos. Além dos Estados Unidos, outros oito países tiveram mais de 100 nacionais autorizados a sair da Faixa de Gaza. Mesmo com a demora ao concretizar a saída dos brasileiros, especialistas em relações exteriores consideraram a operação uma “vitória diplomática”.

O grupo que desembarcou na Base Aérea de Brasília ficará hospedado por, pelo menos, dois dias em alojamento da FAB, onde receberá apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Depois desse período, uma parte irá para outras cidades no Brasil, onde ficarão com parentes, e outra será deslocada para um abrigo especializado em acolhimento de refugiados no interior de São Paulo.

Voltando em Paz

Este será o décimo voo da Operação Voltando em Paz, do governo federal, que cumpre mais uma missão de repatriação em áreas de conflito no Oriente Médio. A aeronave VC-2, cedida pela Presidência da República, está há quase um mês no Egito para o resgate dos repatriados oriundos da Faixa de Gaza. Os outros voos partiram de Tel Aviv, em Israel, e de Amã, na Jordânia, com brasileiros que estavam no território palestino da Cisjordânia.

Com os dez voos, a Operação Voltando em Paz terá transportado um total de 1.477 passageiros, além de 53 animais domésticos. Do total, foram 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana.

No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica.

Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.

 

A chegada dos 32 repatriados da Faixa de Gaza, na noite dessa segunda-feira (13), foi marcada por muitos abraços e muita emoção. Assim que duas crianças desceram da aeronave VC-2, da Força Aérea Brasileira (FAB), um homem correu para abraçá-las na pista da Base Aérea de Brasília, momento acompanhado por todos que foram recepcionar o grupo resgatado da região mais afetada pelo conflito entre Israel e o Hamas. 

Era Mohammed Jabr Ismil que aguardava há mais de 30 dias para abraçar os filhos. A esposa de Mohammed e os três filhos do casal, de 13, 11 e 9 anos, estavam entre os repatriados no voo. 

##RECOMENDA##

“O importante é que estão vivos e agora vou fazer tudo para eles”, disse Mohammed, em tom de alívio e felicidade.

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Mohammed Ismil, palestino com cidadania brasileira, conta que a família viajou em maio a Gaza para visitar parentes, com volta prevista para setembro. Ele, que é comerciante e está no Brasil há cinco anos, permaneceu em Brasília, onde vivem.

Assim que a guerra começou, a angústia tomou conta da família. Aos jornalistas, que acompanharam a chegada dos repatriados, Mohammed contou que nesses mais de 30 dias a rotina da família foi marcada por medo, falta de água e energia, falta de comida e dificuldade de comunicação.  

“Mandava uma mensagem para mim a cada dois, três, quatro dias. Só uma mensagem e descarregava a bateria do celular”, disse.  

Ele relatou que a esposa e os filhos – dois meninos e uma menina – precisaram mudar de casa três vezes em razão dos bombardeios no enclave palestino. 

“O pior foi ver pessoas mortas” 

Aos 9 anos de idade, Lin, filha de Mohammed, disse que não quer se lembrar dos momentos vividos em Gaza com a mãe e os irmãos. Ao ser perguntada qual foi o pior momento, ela respondeu: “Ver pessoas mortas”.  

A garota demonstrou alívio em deixar a região e voltar para casa. “Sinto que estou em uma cidade maravilhosa. Só quero ficar no Brasil”, afirmou. 

A esposa de Mohammed contou que não há mais como viver em Gaza, que a região está cada vez mais perigosa.

Mohammed disse que quatro irmãos ainda estão no enclave e lamenta que não tenham como deixar o local. “Eles não têm opção, pois a Faixa de Gaza está fechada”. 

Ricardo Stuckert/PR

“Estou viva” 

Quem também estava no voo era a jovem Shaed Albanna, de 18 anos, que durante as últimas semanas mostrou nas redes sociais e em vídeos o que os brasileiros estavam enfrentando no território. 

Ao lado da irmã, ela desceu do avião abraçada à Bandeira brasileira.

"Não consigo acreditar que estou aqui. Viva, feliz, emocionada de verdade. Não estamos acreditando que chegamos. Finalmente estamos seguros. É muito bom a gente se sentir seguro. Faz muito tempo que não me sentia assim".

A jovem, que morava em São Paulo, foi para a Palestina com a mãe, que estava com câncer avançado e desejava ficar próxima de parentes. Ela  presenciou os primeiros bombardeios em Gaza quando saía de casa, pela manhã, para ir à faculdade. 

Shaed Albanna pediu apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para resgatar parentes que ainda estão no meio do conflito. 

O presidente, que recepcionou e abraçou os repatriados na Base Aérea junto com diversos ministros, afirmou que o governo brasileiro continuará tentando buscar todos os que quiserem sair da região do conflito e voltar para o Brasil ou, no caso de estrangeiros, acompanhar os parentes brasileiros.

“A gente vai fazer todo o esforço que estiver ao alcance da diplomacia brasileira para tentar trazer todos os brasileiros que lá estão e que queiram vir para o Brasil. Inclusive, alguns companheiros que tinham parentes não brasileiros eu pedi para trazer, e a gente trataria de legalizar as pessoas aqui”, disse Lula. 

Ricardo Stuckert/PR

Acolhimento

Os repatriados ficarão hospedados, por dois dias, em um alojamento da Força Aérea Brasileira (FAB) na Base Aérea de Brasília. Nesse período, vão receber atendimento médico, psicológico e vacinação, além de regularizar a situação no país para ter acesso a políticas públicas e emprego. 

Depois, parte do grupo irá para outras cidades: 24 para São Paulo (sendo 12 para casas de parentes e 12 em abrigos para refugiados no interior do estado), um para Novo Hamburgo (RS), um para Cuiabá e dois para Florianópolis. Quatro continuarão em Brasília. Os deslocamentos serão feitos em aviões da FAB. 

O voo foi o décimo da Operação Voltando em Paz, do governo federal, que resgatou brasileiros que estavam na área de conflito. Dos 32 repatriados, 22 são brasileiros, sete palestinos naturalizados brasileiros e três palestinos parentes de brasileiros.

Desde o início do conflito no Oriente Médio, 1.477 passageiros – 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana - e 53 animais domésticos foram resgatados. 

 

 

Os brasileiros e parentes repatriados da Faixa de Gaza desembarcaram em Brasília às 23h24 dessa segunda-feira (13). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o grupo nesse retorno ao Brasil.

Os repatriados aguardavam há mais de um mês para deixar a região do conflito entre Israel e Hamas. “Agradecemos muito do fundo do coração a todos que ajudaram a gente a chegar aqui. Não estou acreditando ainda que estou aqui, que estou viva", disse a jovem Shahed Al-Banna, de 18 anos.

##RECOMENDA##

O grupo ficará hospedado por, pelo menos, dois dias no Hotel de Trânsito de Oficiais, na Base Aérea. Eles receberão apoio psicológico, cuidados médicos e imunização.

Depois desse período, o grupo vai se dividir Brasil afora. Vinte e quatro pessoas irão para São Paulo, sendo que 12 ficarão na casa de parentes e outros 12 em um abrigo especializado em acolhimento de refugiados no interior do estado. Quatro ficarão em Brasília, dois seguirão para Florianópolis (SC), um irá para Cuiabá (MT) e outro para Novo Hamburgo (RS).

Ao chegarem ao Brasil, também será feita a regularização migratória, pela Polícia Federal, e a emissão de outros documentos que permitam o acesso a serviços públicos e ao emprego.

Das 32 pessoas, 22 são brasileiros, sete são palestinos naturalizados brasileiros e três são palestinos parentes próximos de brasileiros. No total, são 17 crianças, nove mulheres e seis homens.

Resgates

Este é o décimo voo de resgate da Operação Voltando em Paz, liderada pelo governo federal para repatriação de brasileiros em áreas de conflito no Oriente Médio.

Desde o início da guerra entre Israel e Hamas, o Brasil resgatou 1.477 pessoas e 53 animais domésticos. Os primeiros resgatados desembarcaram no Brasil em 11 de outubro. Do total, foram 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana. O grupo que chegou nesta segunda-feira, no entanto, é o primeiro que estava em Gaza, região onde se concentra a maior parte do conflito.

Os outros voos da Operação Voltando em Paz partiram de Tel Aviv, em Israel, de onde saiu a maioria dos resgates, e de Amã, na Jordânia, com brasileiros que estavam em Israel e no território palestino da Cisjordânia.

Os brasileiros que chegam hoje cruzaram a fronteira da Faixa de Gaza com o Egito, pelo Portal de Rafah, no último domingo (12), após serem contemplados na sétima lista de autorização da saída de estrangeiros de Gaza.

Eles chegaram ao Cairo no período da noite, onde foram recepcionados por equipes médicas e de psicólogos. Eles jantaram, dormiram e tomaram café da manhã nesta segunda-feira (13), antes de embarcarem para o Brasil. O voo fez duas paradas técnicas: uma em Las Palmas, na Espanha, e outra na Base Aérea do Recife, já em solo brasileiro.

Guerra

No dia 7 de outubro, o Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas em Gaza e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica.

Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios, sendo a maior parte em Gaza.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que vai receber os brasileiros repatriados da Faixa de Gaza, na Palestina, que chegam ao país nesta segunda-feira (13). A previsão é de que o voo da Força Aérea Brasileira (FAB) chegue em Brasília às 23h30. 

"A segunda-feira começa com muito trabalho. Reunião com ministros, cerimônia de sanção do projeto de lei que atualiza a Lei de Cotas e, à noite, vou receber os brasileiros e parentes palestinos que chegam ao Brasil de Gaza", escreveu no X (antigo Twitter) o presidente.

##RECOMENDA##

Nesse domingo (12), quando o grupo com 32 pessoas conseguiu atravessar a fronteira entre Gaza e o Egito, Lula celebrou. "Parabéns para o Itamaraty e a FAB pela dedicação e competência exemplares na Operação Voltando em Paz, que buscou e acolheu os brasileiros que vivem na região do conflito e desejavam retornar ao Brasil", disse.

Os brasileiros e seus familiares palestinos vão encontrar com o presidente, receberão apoio psicológico, cuidados médicos e imunização e terão um período de repouso em Brasília, em alojamento da Força Aérea Brasileira (FAB), antes de seguir para outras cidades brasileiras. 

[@#video#@]

O grupo a caminho do país tem 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros e três palestinos familiares próximos. Dos 32 repatriados, 17 são crianças, nove mulheres e seis homens. 

*Com a Agência Brasil

 

Os brasileiros e seus familiares palestinos que deixaram a Faixa de Gaza chegam nesta segunda-feira (13) ao Brasil. O governo federal já tem uma operação de acolhimento pronta para o grupo, como atendimento médico e psicológico e regularização de documentos. 

Eles cruzaram a fronteira com o Egito pelo Portal de Rafah, no início da manhã deste domingo (12). A chegada ao Cairo ocorreu no início da noite. Na capital egípcia, o grupo pegou o voo para Brasília na manhã de hoje. A previsão é de que pouse em Brasília às 23h30. Antes disso, haverá três paradas técnicas: em Roma, na Itália; em Las Palmas, na Espanha; e na Base Aérea do Recife, já no Brasil. 

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Os repatriados receberão apoio psicológico, cuidados médicos e imunização e terão um período de repouso em Brasília, em alojamento da Força Aérea Brasileira (FAB), antes de se deslocarem para outras cidades no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) está sendo mobilizada para oferecer aos repatriados os cuidados em saúde necessários logo no momento de chegada ao Brasil, em Brasília. 

“A oferta no momento da recepção envolve cuidados psicológicos e clínicos, incluindo urgências e emergências que possam surgir. A equipe será formada por cinco profissionais da saúde: um médico, um enfermeiro e três psicólogos. Além disso, será disponibilizada uma ambulância do Samu/DF, tipo UTI móvel, com médico e enfermeiro, se houver necessidade de atendimento especializado em unidade da rede de saúde”, explicou a pasta, em resposta à Agência Brasil. 

Ao chegarem ao Brasil, também será feita a regularização migratória, pela Polícia Federal, e a emissão de outros documentos que permitam o acesso a serviços públicos e ao emprego. 

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, algumas pessoas têm familiares no Brasil, enquanto outras serão acolhidas em um local no interior de São Paulo, disponibilizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social.

O grupo a caminho do Brasil tem 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros e três palestinos familiares próximos. Dos 32 repatriados, 17 são crianças, nove mulheres e seis homens.

Voltando em Paz

Este é o décimo voo da Operação Voltando em Paz, do governo federal, que cumpre mais uma missão de repatriação em áreas de conflito no Oriente Médio. A aeronave VC-2, cedida pela Presidência da República, está há quase um mês no Egito para o resgate dos repatriados oriundos da Faixa de Gaza. Os outros voos partiram de Tel Aviv, em Israel, e de Amã, na Jordânia, com brasileiros que estavam no território palestino da Cisjordânia. 

Com os dez voos, a Operação Voltando em Paz terá transportado um total de 1.477 passageiros, além de 53 animais domésticos. Do total, foram 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana.

No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel e a incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica.

Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e líderes do governo no Congresso comemoraram nas redes sociais neste domingo, 12, a chegada no Egito dos brasileiros que estavam presos na Faixa de Gaza, em meio à guerra entre o grupo terrorista Hamas e Israel. O resgate dos brasileiros se tornou nos últimos dias uma disputa política após o ex-presidente Jair Bolsonaro se reunir com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, e apoiadores tentarem atribuir a ele o fato de as negociações terem destravado.

"Parabéns para o Itamaraty e a FAB pela dedicação e competência exemplares na Operação Voltando em Paz, que buscou e acolheu os brasileiros que vivem na região do conflito e desejavam retornar ao Brasil", escreveu Lula, no X (antigo Twitter). O Ministério das Relações Exteriores informou nesta manhã que um grupo de 32 brasileiros e familiares já se encontra no Egito, onde foram recebidos pela equipe da Embaixada do Brasil no Cairo, capital egípcia.

##RECOMENDA##

A saída dos brasileiros de Gaza ocorreu hoje após diversas tentativas frustradas. De acordo com o Itamaraty, eles passaram pelo controle migratório palestino em Gaza e também pelo do Egito. Agora, encontram-se a caminho do Cairo. Duas pessoas do grupo inicial de 34 nomes desistiram da repatriação. A previsão é que o voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com os resgatados decole do Cairo, no Egito, nesta segunda-feira, 13, em direção ao Brasil.

Ministros como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação), Márcio Macedo (Secretaria de Governo) e Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), além de líderes do governo e do PT no Congresso comentaram o assunto nas redes sociais e mandaram recados para a oposição. "Quem está torcendo contra as iniciativas do governo federal só tem a perder!", disse Padilha, após parabenizar Lula e o Itamaraty pelo resgate dos brasileiros.

Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) fez questão de reforçar que Lula tratou da proteção dos brasileiros diretamente com os chefes de Estado dos países da região do conflito e colocou um avião presidencial à disposição para o resgate. "O Brasil precisa reconhecer a competência da diplomacia brasileira nesses momentos cruciais na defesa do nosso país. O diálogo e a pressão na medida para a repatriação dos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza é exemplo para o mundo", afirmou o petista.

"Continuaremos trabalhando pelo cessar fogo imediato, a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária", disse Pimenta, após parabenizar Lula, o Itamaraty e a FAB pela ação coordenada. Líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR) destacou o "esforço" do presidente da República e da diplomacia brasileira. Líder do partido no Senado, Jaques Wagner (BA) afirmou que Lula foi "incansável", desde os primeiros dias do conflito, para que os brasileiros retornassem com segurança.

"A travessia coroa um mês de intensos esforços diplomáticos do presidente Lula e sua equipe de governo para que a evacuação dos brasileiros e familiares de Gaza pudesse ser concretizada hoje", disse o Itamaraty, em nota. Dino, por sua vez, parabenizou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, e o embaixador brasileiros na Palestina, Alessandro Candeas, além de Lula.

Na última quarta-feira, 8, Bolsonaro se reuniu na Câmara com deputados do PL e o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, que mostrou vídeos de atrocidades cometidas pelo Hamas na guerra. Depois do encontro, bolsonaristas começaram a atribuir ao ex-presidente o andamento das negociações para a retirada dos brasileiros de Gaza.

"Quando temos um pigmeu diplomático no poder os outros é que têm que fazer o serviço dele. Nem a proximidade (ou seria amizade?) de Lula e seu assessor Celso Amorim com os terroristas do Hamas serviu para algo", escreveu o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no X, ao publicar declarações de Bolsonaro de que teria intermediado a saída dos brasileiros da região de conflito.

A ofensiva bolsonarista foi rebatida pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que também criticou o embaixador de Israel. "É nojenta a maneira como Bolsonaro e seus aliados tentam se aproveitar do drama dos brasileiros (as) ameaçados pelo massacre da população civil de Gaza", escreveu a petista no X.

"34 brasileiros e brasileiras, a metade crianças, seguem retidos na fronteira com o Egito, e Ciro Nogueira vem mentir que Jair Bolsonaro teria negociado sua libertação com o embaixador de Israel no Brasil. Se isso fosse verdade, seria uma confissão de que os brasileiros foram tratados como reféns de uma articulação política entre Bolsonaro e o embaixador de Israel", emendou Gleisi.

Mais de um mês depois do início da guerra entre Israel e Hamas, o grupo de 34 brasileiros presos na Faixa de Gaza continua esperando a abertura da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, para poder deixar o enclave.

Além dos brasileiros, a lista de saída tem cidadãos de outros 14 países, com 554 pessoas. Essa seria a sétima leva de estrangeiros que deixaria o local.

##RECOMENDA##

"A pendência para a abertura da fronteira é a autorização para que ambulâncias passem primeiro com os feridos para serem tratados no Egito, hoje apenas 5 passaram e dezenas ficaram retidas no norte de Gaza", disse o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, após contato do Estadão.

O embaixador afirmou que a ofensiva terrestre israelense no norte do enclave palestino dificulta a saída das ambulâncias e que tudo está sendo feito em coordenação com Israel e a Cruz Vermelha. Candeas apontou que se as ambulâncias puderem sair no sábado (11) os estrangeiros também deverão passar pela fronteira com o Egito.

O diplomata também afirmou que a embaixada do Brasil em Israel conseguiu a autorização junto à agência de segurança israelense para que Jamila, avó da brasileira Shahed Al-Banna, pudesse sair de Gaza com a sua neta. O embaixador disse que quase todos os brasileiros seguem em Rafah, menos Hasan Rabee, que optou por retornar à cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza.

Os brasileiros foram incluídos na lista de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza por meio da passagem de Rafah, na fronteira do Egito, mas pouco depois da liberação, a fronteira foi fechada.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que, apesar de os brasileiros na Faixa de Gaza terem sido autorizados a deixar a região, a saída deles não aconteceu porque o posto de controle na fronteira com o Egito permaneceu fechado.

"Novamente não saíram, apesar de terem sido mobilizados até a região do posto de controle, não puderam passar porque o posto de controle não foi aberto. Estamos em contato com todas as partes e esperamos que esses nomes sejam autorizados a cruzar o mais rapidamente possível. Os nomes fazem parte da lista dos que foram autorizados a cruzar, mas até o momento nenhum desses nacionais de nenhuma nacionalidade cruzou nos últimos três dias", afirmou o ministro.

Sem data certa

 

Segundo Vieira, não é possível estimar quando eles poderão cruzar a fronteira por causa da situação de conflito em Gaza. Ele também disse que o governo trabalhou desde o começo para retirar brasileiros e que ele próprio falou em quatro ocasiões diferentes com o chanceler israelense, Eli Cohen.

"A passagem [para o Egito] é complexa porque fica aberta durante poucas horas por dia. Há entendimento que primeiro passa ambulância com feridos e só depois disso passam os nacionais de outros países. Foi o que aconteceu hoje, ontem e quarta. Não teve passagem de Gaza para o Egito por impossibilidade de terminarem de passar as ambulâncias", justificou o ministro.

Enquanto as ambulâncias não passarem com os feridos, os estrangeiros não são autorizados a cruzar a fronteira, e há um limite de horário para que essa operação seja realizada. Ao longo da sexta, apenas cinco veículos cruzaram a fronteira.

Segundo o embaixador, a equipe da embaixada deveria pernoitar na cidade egípcia de el-Arish, no Sinai, para onde o grupo será levado após cruzar a fronteira.

Fronteira

 

O Egito controla a única fronteira de Gaza que não tem limite com Israel, mas o posto de Rafah é submetido a rigorosos controles alfandegários e de pessoas. Após os atentados terroristas do Hamas no dia 7, o posto foi fechado e ninguém podia sair ou entrar no território palestino.

O ministro disse estar mantendo encontros com as autoridades dos países envolvidos, examinando a possibilidade da libertação dos brasileiros no menor prazo possível. "A nossa lista não é das maiores, temos 34 em Gaza. Há países que têm números maiores. A passagem é complexa, porque a passagem de Rafah fica aberta durante algumas horas por dia. Há um entendimento entre as partes de que primeiro passam as ambulâncias com feridos, só depois os nacionais de outros países".

No fim de semana, após um acordo negociado com a ajuda do Catar e dos Estados Unidos, o posto foi aberto para a entrada de ajuda humanitária. Nesta quarta, além da saída de estrangeiros, ambulâncias também recolheram feridos em Gaza.

Permissão para saída

 

A permissão para a saída dos brasileiros começou a circular no começo da madrugada (noite de quinta, 9, no Brasil) entre os brasileiros. "Que alegria, vamos para casa", escreveu no Instagram Hasan Rabee, que estava em Khan Yunis.

O Itamaraty, que havia sido alertado por Israel de que a autorização viria, se mobilizou já na quinta, enviando diplomatas no Egito para receber o grupo, além de ter o avião da Presidência que fará o resgate autorizado a ir do Cairo para Al Arish, aeroporto a 50 km de Gaza.

Segundo a Embaixada do Brasil no Egito, assim que os brasileiros conseguirem cruzarem a fronteira, será avaliada a necessidade de atendimento médico ainda em Rafah. Uma equipe do Itamaraty está sob aviso para recebê-los. O governo egípcio também montou um hospital de campanha para o atendimento dos estrangeiros.

No Egito, o grupo será recebido por uma equipe de diplomatas e pelo embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto.

A partir de Rafah existem duas possibilidades de trajeto: ir em um ônibus até o aeroporto de El Arish, que fica a 53 km de Rafah, para embarque no avião presidencial que já está no Egito à espera do grupo. A aeronave depois fará escalas no Cairo, Roma, Las Palmas, Recife antes da chegada no destino final em Brasília. Ou viagem até a cidade do Cairo em um ônibus. Neste caso, a previsão é que a viagem por terra dure entre cinco e seis horas.

O avião presidencial está no Aeroporto do Cairo à espera do grupo que será repatriado e também com autorização para decolar até o aeroporto de El Arish. Uma médica oficial da Aeronáutica também irá acompanhar as famílias no voo com destino ao Brasil.

A liberação ocorreu após promessa do chanceler de Israel, Eli Cohen, ao ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, na quinta-feira. Foram quatro tentativas de uma negociação para a saída dos brasileiros e seis listagens com cerca de 24 países que já haviam conseguido a concessão. Segundo fontes do Itamaraty, o grupo de brasileiros está desde o mês passado em casas alugadas pelo Ministério de Relações Exteriores em Rafah e Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, à espera de uma definição.

Na última sexta-feira, Israel prometeu incluí-los na lista de autorizações até esta quarta-feira, o que não aconteceu. Cohen justificou a Vieira que não foi possível cumprir a garantia por "fechamentos inesperados na fronteira", segundo o Itamaraty.

Nos últimos dias, a relação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Israel esteve estremecida após o embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, ter se envolvido em reuniões com parlamentares de oposição e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Declarações públicas sobre a suposta presença de representantes da milícia radical xiita Hezbollah no Brasil também incomodaram o executivo.

A insatisfação com as autoridades israelenses foi expressada publicamente pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, e pela Polícia Federal. Internamente, Itamaraty e Planalto também reconhecem o desconforto. Em nota, a embaixada de Israel disse que Bolsonaro apareceu sem ser convidado na reunião da Câmara e agradeceu ao governo brasileiro pela operação contra o Hezbollah. Apesar da irritação, uma eventual cobrança de explicações do diplomata só seria avaliada após a chegada dos 34 brasileiros.

A fronteira de Rafah, na Faixa de Gaza, fechou novamente, na manhã desta sexta-feira (10), e o grupo de brasileiros autorizados a deixar a Palestina em segurança não conseguiu realizar a travessia. São 34 pessoas, que já haviam se deslocado em direção ao Egito na quinta-feira (9). De acordo com o ministro-chefe Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Especial da Presidência do Brasil, é comum que a passagem fique aberta por apenas algumas horas por dia e que as autoridades egípcias e israelenses deem prioridade aos feridos. 

A saída ainda deve acontecer e não há possibilidade de os brasileiros serem "desautorizados", mas não é mais esperada uma travessia nesta sexta-feira. “Estamos em contato com as partes e esperamos que os nomes sejam autorizados a cruzar. Todos os nomes foram autorizados e entregues”, informou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. 

##RECOMENDA##

Segundo o Itamaraty, o grupo "já se encontra no posto fronteiriço de Rafah, desde as 7h, hora local (2h no horário de Brasília), à espera de chamada para os trâmites necessários para a entrada no Egito, e posterior repatriação para o Brasil". 

A expectativa é de que o grupo do Brasil, que inclui nativos e parentes estrangeiros, consiga atravessar para o Egito no sábado (11), após mais de 30 dias de espera. Entre os 34, 22 têm dupla nacionalidade brasileira-palestina, nove são palestinos e dois de outros países. Há 15 menores de idade - três bebês e seis crianças -, e uma idosa na lista. Assim que chegarem no território egípcio, eles farão um trajeto 55 km por via terrestre até chegar ao aeroporto de Al-Arish. 

"O ministro das relações exteriores de Israel, na última sexta-feira, por telefone, me garantiu que os brasileiros estariam na lista de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza na quarta-feira última, o que não se confirmou; estavam na lista, mas não houve, durante três dias seguidos, abertura para a saída de indivíduos de diversas nacionalidades. Ontem, ele me informou que, novamente, os nomes estavam sob poder das autoridades na fronteira e que sairiam hoje de manhã, mas que novamente não saíram, apesar de terem sido mobilizados até a região do posto de controle, porque o posto não foi aberto”, completou Mauro Vieira. 

O grupo dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza aguarda, desde o início da manhã desta sexta-feira (10), a possibilidade de atravessar a fronteira de Rafah, com o Egito. A autorização para deixar o território palestino saiu após 34 dias do início das hostilidades no Oriente Médio. Ao todo, são 34 brasileiros ou palestinos em processo de naturalização que estavam nas cidades de Khan Yunis e Rafah, no sul de Gaza. 

Nesta manhã, o comerciante Hasan Rabee, de 30 anos, postou em uma rede social se despedindo da mãe. “O mais difícil da minha vida é deixar a minha mãe e dois irmãos e viajar e eles estão sem condições de vida”, lamentou o brasileiro que disse esperar que haja uma segunda lista com autorização para seus parentes deixarem o local.  

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Em seguida, Hasan mostrou em vídeo enviado à Agência Brasil o grupo que estava em Khan Yunis no ônibus em viagem para Rafah. As duas cidades palestinas são distantes cerca de 10 quilômetros. Ao chegar na fronteira, Hasan enviou mais dois vídeos informando que a passagem segue fechada. 

“Até esse momento, vai fazer meio-dia, as fronteiras estão fechadas. As ambulâncias ainda não chegaram para trazer os feridos. Se não entrar os feridos, ninguém pode viajar. Tem que chegar os feridos primeiros do norte da Faixa de Gaza”, relatou em vídeo.  O horário na Faixa de Gaza é cinco horas à frente do horário de Brasília.

Se nenhum novo problema ocorrer nesta sexta-feira (10), pode ser que os brasileiros consigam cruzar para o Egito.  Isso porque a fronteira de Rafah fechou por duas vezes nos últimos dias. Entre o último sábado (4) e a segunda-feira (6), a fronteira foi fechada porque Israel bombardeou um comboio de ambulâncias que se dirigia ao local. Na última quarta-feira (8), a fronteira foi novamente fechada por “questões de segurança”, segundo informou os Estados Unidos.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando