Dono de loja ameaça demitir 15 mil se Bolsonaro perder

Em vídeo, Luciano Hang, da Havan, diz que seus funcionários não podem votar no PT, PSDB ou PSOL

por Giselly Santos seg, 01/10/2018 - 14:09
Reprodução Twitter/ Jair Bolsonaro Reprodução Twitter/ Jair Bolsonaro

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, indicando que os seus funcionários podem perder o emprego caso anulem o voto ou não optem pela candidatura à Presidência da República de Jair Bolsonaro (PSL). Na gravação, direcionada aos que ele chama de colaboradores da sua empresa, Luciano afirma que se Bolsonaro não vencer o pleito ele vai reavaliar o planejamento de expansão das atividades e, talvez, fechar as portas. 

Pontuando que tem feito um “esforço pelo país” ao gerar empregos, Luciano argumenta: “se você não for votar, anular seu votos, votar em branco e o depois, lamentavelmente, ganha a esquerda, até eu vou jogar a toalha”. “A Havan vai repensar nosso planejamento. Você está preparado para sair da Havan? Você que sonha em ser líder, gerente, crescer com a Havan já imaginou que tudo isso pode mudar no dia 7 de outubro? E a Havan pode fechar as portas e demitir os 15 mil colaboradores”, acrescenta. 

O empresário aponta também que o argumento é endossado em uma pesquisa interna, onde 30% dos funcionários disseram que desejam votar em branco ou nulo. “Você é o responsável por isso… Não votem em comunistas e socialistas que destruíram esse país”, cravou. 

Na ótica de Luciano, partidos como PSOL, PCdoB, PSDB e PT “são alinhados com o comunismo do mal”. “É a escolha de nós virarmos um país do bem ou do mal. Sonharmos em um dia sermos um país como o Estados Unidos ou virarmos uma Venezuela?”, indaga.

Para fechar a convocatória aos colaboradores, ele diz no vídeo: “conto com cada um de vocês. Dia 7 de outubro vote 17, vote Bolsonaro para que possamos ter 300 lojas, 400 lojas, 500 lojas e você possa crescer com a Havan”.

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A prática adotada pelo dono da Havan pode ser considerado crime eleitoral se enquadrada no artigo 301, da Lei Eleitoral nº 4.737/65, que diz ser proibido “usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos”. A punição é de reclusão de até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.

Esta não é a única manifestação do empresário sobre a candidatura de Bolsonaro para os seus funcionários. Uma transmissão feita no Facebook, nesta segunda-feira (1º), mostra ele falando para os funcionários sobre a importância de eleger Bolsonaro. Na última semana, o presidenciável, que estava internado em um hospital em São Paulo para se recuperar de um atentado que sofreu no dia 6 de setembro, recebeu uma visita de Luciano Hang e família. 

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