Pernambucano não vive do Bolsa Família, diz secretário

"Os pernambucanos tm outras rendas, não vive só do Bolsa Família não", garantiu o chefe da pasta da Fazenda em exercício do Estado, Bernardo D’Almeida

por Taciana Carvalho seg, 19/11/2018 - 20:20
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O secretário da Fazenda em exercício de Pernambuco, Bernardo D’Almeida, nesta segunda-feira (19), participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para tratar sobre o polêmico pacote de projetos de lei encaminhado pelo Executivo estadual à Assembleia. Bernardo, entre outros questionamentos, teve que responder à pergunta do deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB) com relação à criação da Nota Fiscal Solidária, através da qual pretende garantir um pagamento anual de até R$ 150 às famílias integrantes do Bolsa Família ao realizar compras de itens da cesta básica. 

Costa Filho, ao fazer uma conta, expôs que para o beneficiário conseguir o valor terá que ter comprado no ano R$ 6 mil reais desses produtos. “Isso é impraticável. Não tem um cidadão cadastrado em Pernambuco no Bolsa Família que compra seis mil reais em produtos do Bolsa Família”, declarou. 

“Todos nos acompanhamos na eleição que o governador Paulo Câmara para ludibriar parte da opinião publica de Pernambuco prometeu o 13 do Bolsa Família, isso está registrado nas rádios e na TV. Dois meses depois ele encaminha um projeto chamado Nota Fiscal Solidária. Aquilo que foi falado na eleição era retórica?”, indagou momentos depois de dizer que Pernambuco está na “contramão” do Brasil. “Enquanto o Brasil está discutindo a redução dos impostos, Pernambuco depois do período eleitoral empurrou um pacote de bomba aqui para a Assembleia Legislativa”. 

Na resposta ao deputado, o secretário da Fazenda utilizou um discurso de que o pernambucano não é “preguiçoso”. “Pernambuco é trabalhador e essa história de que o pernambucano vai vivendo do Bolsa Família é mentira. Em canto nenhum, o pernambucano pega o dinheiro do Bolsa Família e não vai trabalhar, ele trabalha, não ganha só 200 reais por mês não”, garantiu.

“Não tem esse pernambucano, pai de família, mãe de família, que trabalhe só para ganhar o Bolsa Família não, ele está na roça trabalhando. Ele não ganha 200 reais não, existe esse pernambucano não. Então, esse pernambucano tem a sua renda e a sua renda foi calculada em cima dos valores que é o consumo dele, o consumo dessas famílias”, argumentou Bernardo. 

O secretário da Fazenda em exercício também falou que, geralmente, em uma família composta por duas a cinco pessoas consomem R$ 500 reais por mês em produtos alimentícios. “Não é 200. Ele tem outra renda, os pernambucanos tem outras rendas, não vive só do bolsa família não”, reiterou. 

No pronunciamento, ele também ressaltou que o benefício que Pernambuco oferece para as pessoas em situação de pobreza é muito maior que o do Estado de São Paulo.  “O que o Estado de São Paulo está devolvendo em produtos da cesta básica para a população mais carente é um por cento, Pernambuco está devolvendo 2,5%. Agora, para o rico, ele está devolvendo um por cento”, explicou. 

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