Haddad: Bolsonaro é destrambelhado e só respeita miliciano
Petista também disse que o presidente divide o país
De passagem pelo Recife neste sábado (31), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) é um "destrambelhado" e não respeita os brasileiros que não são milicianos. O petista participou de um ato da Caravana Lula Livre no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte da capital pernambucana.
Ao falar para os militantes que participavam do evento em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad também culpou o procurador chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, pela ascensão de Bolsonaro.
"Dallagnol impediu o Lula de estar no lugar desse destrambelhado. O outro só faz besteira na presidência da República", disparou o petista. "Como é que a gente consegue se habituar com um sujeito que dia sim e o outro também faz besteira na Presidência da República, ele sempre tá ofendendo alguém, mulheres, negros, índios. Bolsonaro só faz dividir o país e se você não for miliciano não tem respeito dele", acrescentou, lembrando pouco antes da fala do presidente chamando os governadores da região Nordeste de "paraíbas", termo pejorativo usado para denominar nordestinos no Sul do país.
Ex-candidato a presidente pelo PT em 2018, Haddad também questionou o discurso de campanha de Jair Bolsonaro contra a corrupção. "Agora acharam o Queiroz e quem achou não foi a polícia, foi um jornalista da Veja. Essa turma que dizia que queria passar o Brasil a limpo não quer não. Estão protegendo o Flavio [Bolsonaro] e querendo mandar o fritador de hambúrguer para os EUA só porque é amigo de [Donald] Trump", alfinetou.
Considerado um dos líderes da esquerda nacional, o petista aproveitou ainda para convocar os nordestinos a alertarem seus parentes que residem no Sul do país sobre o que chamou de "retrocessos" no país e ponderou que é "hora de resgatar o país".
Antes de subir ao mini-trio elétrico que serviu de palanque no Recife, Haddad conversou com jornalistas e argumentou que há uma “política de desmonte das estruturas do Estado”.
“Se pegarem o orçamento que o Bolsonaro mandou para o Congresso o país não vai sobreviver em 2020. O próprio Exército vai ter que ser paralisado, não tem condição. Imagina alguém que queria declarar guerra na América do Sul não tem condições de alimentar seus próprios soldados”, frisou.
A caravana em defesa de Lula com Haddad já esteve em cidades do Sul, Sudeste e Norte. Antes vir ao Recife, ele esteve em Fortaleza nessa sexta-feira. Já no domingo (1º), um ato está marcado para acontecer em Monteiro, na Paraíba.
Além dele, participaram do evento no Recife, a vice-governadora e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos; o senador Humberto Costa (PT); os deputados federais Marília Arraes e Carlos Veras, ambos do PT; os estaduais Doriel Barros (PT), Teresa Leitão (PT), João Paulo (PCdoB) e as Juntas (PSOL).