Recife terá protesto contra Bolsonaro neste sábado (29)

A manifestação é pela volta do auxílio emergencial no valor de R$ 600, a ampliação da campanha de vacinação contra o novo coronavírus

por Kauana Portugal sex, 28/05/2021 - 11:14
Isac Nóbrega/PR Bolsonaro em cerimônia no Maranhão, em 21 de maio de 2021 Isac Nóbrega/PR

Ao menos 25 capitais brasileiras têm protestos, neste sábado (29), contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os grupos à frente das manifestações reivindicam, entre outras coisas, a volta do auxílio emergencial no valor de R$ 600, a ampliação da campanha de vacinação contra o novo coronavírus e o fim da violência contra a população negra.

No Recife, o início do protesto está previsto para às 9h, na praça do Derby, área central da cidade. Para a vereadora Dani Portela (PSOL-PE), embora o país esteja atravessando um dos momentos mais críticos da pandemia, ir às ruas é “a única solução” para quem está em busca de “condições de garantir a normalidade e derrubar esse governo negacionista, que tem impedido as vacinas, tem confundido a população com desinformação e tem incentivado o contágio”.

A parlamentar, que cita as revelações feitas pela CPI da Covid-19 como um dos estopins para as manifestações, também garante que as medidas sanitárias serão cumpridas durante as possíveis aglomerações no ato.

“Bolsonaro reúne gente sem máscara em desrespeito aos mais de 250 mil mortos. Para defender a vida, nós vamos às ruas neste dia 29 com responsabilidade, propondo o distanciamento, o uso de álcool em gel e máscaras como a pff2 e a N95”, explica.

Outra forte bandeira dos protestos tem relação com um possível impeachment de Bolsonaro.

“Pedir um impeachment nesse contexto é utilizar dos elementos da democracia para frear um governo que tem se mostrado cada vez mais irresponsável e genocida, através de um projeto político que visa, de fato, dizimar a população brasileira, em especial as pessoas pobres e negras”, diz Ingrid Farias, militante da Articulação Negra de Pernambuco e Coalizão Negra por Direitos, organização responsável por protocolar um pedido de impeachment contra Bolsonaro em agosto do ano passado.

Mas e os riscos de se aglomerar?

Em defesa da realização do ato, em nota o vereador Ivan Moraes (PSOL-PE), afirmou que “a maior parte da nossa população já está nas ruas”.

“Quem tem menos grana precisa se virar enquanto apenas uma pequeníssima elite pode dar-se ao luxo de cumprir o necessário isolamento social. Cada vez mais, parece que estamos vivendo num filme de ficção científica em que multidões arriscam a vida para garantir o bem estar de um punhado. Na mesma medida, o governo federal permanece boicotando a ciência e dificultando o acesso a vacinas para a maioria da população”, disse.

Em sua conta no Twitter, Moraes organizou uma “vaquinha virtual” com o intuito de arrecadar dinheiro e comprar máscaras de proteção do tipo Pff2 para distribuir durante o ato. Segundo ele, já foram adquiridas mais de 600 máscaras.

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