Senador pede que Bolsonaro seja investigado por motociatas
Humberto Costa afirma que o presidente cometeu abuso de poder econômico com gastos nos eventos
Após a divulgação do gasto de quase meio milhão de reais no cartão corporativo para o pagamento de despesas de uma motociata em São Paulo, o senador Humberto Costa (PT) pediu à Procuradoria-Geral da República (PGR), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investiguem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Para o senador, o presidente cometeu evidente abuso de poder econômico e tem usado dinheiro público para fazer campanha eleitoral antecipada em todo o país.
Segundo o petista, Bolsonaro não busca soluções para os problemas reais do Brasil. "A preocupação dele é atacar os demais poderes, tentar deslegitimar o processo democrático e andar de moto com seu séquito fazendo campanha", afirmou.
Desde maio deste ano, Bolsonaro vem realizando uma série de encontros de motos com apoiadores. Ao todo, já foram feitas sete motociatas. Brasília, Rio de Janeiro, Chapecó, São Paulo, Porto Alegre, Presidente Prudente e Florianópolis foram as cidades escolhidas pelo presidente para os eventos. Ainda não há um cálculo estimado para os gastos totais realizados por Bolsonaro.
No entanto, somente em São Paulo, além dos R$ 476 mil desembolsados pelo governo federal com transporte terrestre, passagens e diárias, a Secretaria de Segurança do estado afirmou ter gasto mais de R$ 1,2 milhão com o reforço da segurança da motociata.
No Rio, os gastos com o cartão corporativo ficaram em R$ 231 mil. O petista declara que a Secretaria-Geral da Presidência tem se negado a divulgar os nomes dos que se beneficiaram com os recursos públicos, alegando que as informações são sigilosas.
"É um acinte. Enquanto o presidente da República gasta milhares de reais para passear de moto e fazer pré-campanha eleitoral, o povo fica horas em uma fila para conseguir osso por não ter dinheiro para comprar carne. Metade do país vive hoje em situação de insegurança alimentar, a gente não vê uma palavra, uma ação do presidente na tentativa de buscar a melhoria da qualidade de vida do povo. O país grita de fome enquanto Bolsonaro esbanja", pontua o senador.