PF explica "demora" na investigação de extremistas
Márcio Nunes de Oliveira, diretor da PF até o fim do ano, reclamou das "cobranças da imprensa"
O diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira, disse em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, 29, que a instituição foi muito cobrada pela imprensa e pela população desde 12 de dezembro, data da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, quando também extremistas realizaram atos de vandalismo em Brasília. Oliveira destacou, no entanto, que a investigação tem um "tempo próprio", que não é o mesmo que o tempo político, ou da imprensa.
"Tem o prazo para investigação e identificação, fazer representação, passar pelo Ministério Público, fazer a decisão judicial, fazer o planejamento e a logística", exemplificou o diretor, ao justificar o tempo entre os atos e o anúncio do início das prisões, período que durou 17 dias.
Polícia nas ruas
Mais cedo, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Distrito Federal começaram a prender suspeitos de envolvimento em atos de vandalismo em Brasília no dia 12 de dezembro, data da diplomação de Lula.
As 11 ordens de prisão foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os policiais também fazem buscas em 21 endereços ligados aos investigados.
A Operação Nero ocorre simultaneamente em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
A PF esclareceu em coletiva que, dos 40 identificados, 11 receberam mandados de prisão por condutas individualizadas.
Até o momento, 4 já foram presos: dois em Rondônia, um no DF e outro no Rio de Janeiro.
A segunda fase da operação será identificar os financiadores desses atos.