Tribunal marca júri popular de acusado de matar Mirella

Crime ocorreu no dia 5 de abril de 2017. Réu era vizinho da vítima

por Jorge Cosme ter, 04/06/2019 - 08:20
Reprodução/Facebook Tássia Mirella de Sena Araújo foi estuprada e teve o pescoço cortado Reprodução/Facebook

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) agendou o julgamento de Edvan Luiz da Silva, acusado de estuprar e matar Tássia Mirella de Sena Araújo no dia 5 de abril de 2017 em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, crime que chocou o estado. O júri popular está marcado para o dia 5 de agosto deste ano, às 9h, no Fórum Desembargador Thomaz de Aquino, em Joana Bezerra, área central da capital. A sessão será presidida pelo juiz Pedro Odilon de Alencar.

O crime ocorreu no interior do apartamento 1206 do Edifício Golden Shopping, em Boa Viagem, onde a fisioterapeuta morava. Edvan era vizinho da vítima.

Segundo os autos, Edvan, após passar a madrugada bebendo na companhia de amigos, teria entrado no apartamento da fisioterapeuta, estuprado ela e cortado o pescoço dela, que foi quase degolada. A investigação criminal apurou que o acusado tinha histórico de violência, era usuário de bebidas alcoólicas e outros tipos de drogas, e, apesar de ser casado, costumava assediar de forma frequente outras mulheres, conforme prova testemunhal.

Foi por volta das 7h da manhã que os vizinhos da vítima e do acusado, moradores do 12º andar do edifício, começaram a ouvir gritos e barulhos que se assemelhavam a uma violenta briga de casal. De acordo com a investigação, foram ouvidos gritos de uma voz feminina, clamando por ajuda para não morrer. Moradores, o gerente e o zelador do condomínio se aproximaram do apartamento e, através de uma janela de circulação de ar, puderam observar o corpo da vítima já possivelmente sem vida. Ao forçarem a porta, perceberam que o autor do crime ainda estava no interior do apartamento, pois exerceu grande força de dentro para fora.

Edvan nega a autoria do crime. A polícia, porém, encontrou fragmentos e fios de cabelo do agressor na vítima. Também foi visualizado um rastro de sangue saindo do apartamento da vítima até a porta de entrada do apartamento do acusado, que se negou a abrir a porta ao ser interpelado pela polícia, sendo necessário chamar um chaveiro. Edvan se encontrava deitado, como se estivesse dormindo, apenas de cueca e com marcas recentes de mordidas e unhadas. Em alguns locais de seu apartamento, foram achados vestígios de sangue de Tássia Mirella, de acordo com laudo pericial.

Após saber da data do julgamento, a mãe de Tássia Mirella, escreveu no Facebook: "Senhor meu Deus, entrego tudo em tuas mãos (..) Não quero vingança e sim só justiça. Sabes e conheces bem meu coração, essa dor que carrego dentro de mim será eterna".

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