Pais economizam na compra do material escolar
Especialista explica que o ensino remoto contribuiu na diminuição da despesa
Com o início do ano letivo e em meio à crise causada pelo coronavírus, muitos pais tiveram que economizar na aquisição do material escolar. A alternativa foi reaproveitar alguns itens que não foram utilizados em 2020, devido as aulas remotas, ou aqueles em bom estado de uso. Afinal, a ordem da vez é economizar.
No final do ano passado, o empresário Wagner Rosa, 41 anos, de São Paulo (SP), retirou da mochila do filho, Davi Estevo, 6 anos, todo o material que não foi usado. Quando recebeu a lista de 2021, verificou que não era necessário comprar itens novos. "Reaproveitamos pastas, folhas de papel Canson, tesoura, cola, lápis, massinha de modelar, e outros. Como ele ainda está apenas nas aulas online, deixei para comprar lápis de cor e canetinhas para quando voltar para a escola", conta.
O empresário Wagner Rosa e o filho, Davi Estevo | Foto: Arquivo Pessoal
A empresária Monica Lobenschuss, 48 anos, de Santo André (SP), tem em casa uma caixa de papelaria com vários materiais que não foram utilizados em anos anteriores. Graças a isso, ela conseguiu abastecer a mochila dos dois filhos, Jorge Gmeiner e João Gmeiner, de 16 e 13 anos, respectivamente. "Só não aproveitei apostilas e cadernos. Mas o material normal de estojo, geometria, mochilas, blocos de papel foram reaproveitados", diz.
Segundo o economista Lamartine Cavalcanti, a utilização dos recursos tecnológicos, está associada à economia nas despesas com material escolar. "O modelo de educação adaptado para a realidade atual passa por um processo de julgamento, haja vista a existência de circunstâncias novas e que precisam ser digeridas pelo povo", destaca.
A empresária Monica Lobenschuss com os filhos João e Jorge | Foto: Arquivo Pessoal
Para o atual momento, Cavalcanti aconselha que os pais comprem apenas o que foi solicitado, e que deve ser feita uma análise do que está bem conservado para que seja feito o reaproveitamento. A prática de reutilização era adotada pelas famílias antes da pandemia e, segundo o economista, pode trazer economia de até R$ 400.
Cavalcanti aponta que a modalidade de ensino remoto por si só já é um fator que contribui na diminuição das despesas, uma vez que não existe gastos na locomoção do aluno até a escola, lanches para o recreio, higiene do uniforme escolar, e a substituição de alguns materiais físicos, como livros por artigos digitais. "Entende-se que no estudo remoto, essas despesas ficarão reduzidas de maneira natural, em função da não presença física no ambiente escolar. Em tese, a redução é significativa, mas deve-se lembrar de que também há um aumento das despesas em casa", avalia.