Domingo foi de aglomeração nas igrejas do Recife

Igrejas e templos religiosos foram considerados como essenciais em Pernambuco

por Jameson Ramos seg, 17/05/2021 - 14:03

O primeiro domingo, após as igrejas serem classificadas como serviço essencial durante a pandemia da Covid-19 em Pernambuco, foi de templos lotados, com os fiéis desrespeitando as determinações de convivência do Governo de Pernambuco.

Na entrada da Igreja Assembléia de Deus localizada na área central do Recife, dois homens eram responsáveis pela aferição da temperatura e pela higienização das mãos do público e a entrada só era permitida com o uso da máscara de proteção. 

No entanto, a redução do número de pessoas no local e a proibição de aglomeração não foram respeitadas. Nos bancos ainda tinha a marcação de distanciamento, mas nem isso foi respeitado no templo central da Assembléia de Deus, que tem capacidade para 5 mil fiéis sentados.

A igreja estava lotada de ponta a ponta. O único local que não tinha muita gente era o palco, onde os pastores se revezavam para pregar. No coral e na banda da igreja, o distanciamento só era do microfone na hora da cantoria. 

Na igreja Universal e Internacional da Graça de Deus, ambas do Centro do Recife, o público era tímido e não chegou a registrar aglomeração - pelo menos no horário em que o LeiaJá fez a visita. Na Universal, uma pessoa era responsável por aferir a temperatura e higienizar as mãos do público que chegava. Já na igreja da Graça de Deus, totens com álcool em gel foram colocados nas portas do templo. 

Em nenhuma dessas igrejas havia cadeiras interditadas para que o distanciamento social fosse respeitado, facilitando com que as pessoas se aglomerassem para ouvir as pregações.

Uma outra igreja visitada pelo LeiaJá foi a Assembléia de Deus ministério Novas de Paz, também na área central do Recife. Neste local também não houve o respeito às determinações do Governo de Pernambuco - apenas a aferição da temperatura dos fiéis e a exigência do uso da máscara foram cumpridos.

Com a quantidade de pessoas reunidas, a aglomeração era quase que impossível de se evitar. No palco, todos os pastores e cantores dividiam o mesmo microfone, se abraçavam e apertavam as mãos na hora do cumprimento. No local também não era difícil achar pessoas que faziam questão de não usar devidamente a máscara de proteção.

Todos os templos estão obrigados a encerrar o culto, aos fins de semana e feriados, às 18h. Sendo assim, aglomerações também foram registradas nas paradas de ônibus próximas aos templos, com os fiéis esperando os ônibus.

José Irineu da Silva, de 57 anos, visitou a Universal neste domingo (16), e afirmou que prefere ir presencialmente ao templo porque sente mais a presença de Deus. “É muito diferente você assistir ao culto pela internet e você ir para a igreja. Eu mesmo, prefiro dar glória a Deus aqui (presencialmente)”, aponta.

Uma moradora de rua, que não quis ter o nome revelado, visitou o ministério Novas de Paz por não ter uma tv ou um celular para assistir a pregação. “Eu moro na rua e sempre que posso vou à igreja para escutar a palavra de Deus. Algumas vezes eu escuto a pregação pelo rádio e ouvi que o governo tinha autorizado a volta da igreja. Aí resolvi vir com a minha filha hoje, pedir ajuda e agradecer”, revelou.

Serviço Essencial

As igrejas e templos religiosos passaram a ser considerados serviços essenciais em Pernambuco após o Governador Paulo Câmara sancionar, na última segunda-feira (10), a lei que garante a realização dessas atividades durante a pandemia da Covid-19. 

No entanto, as cerimônias estão permitidas desde que sejam realizadas sem aglomeração de fiéis e respeitando 30% da capacidade de ocupação e limite de 100 pessoas. Essas atividades podem ocorrer das 5h às 20h, de segunda a sexta-feira, e das 5h às 18h nos fins de semana e feriados. 

Em caso de situações excepcionais, devidamente justificadas, o Poder Executivo estadual poderá determinar, por meio de decreto, restrições às atividades presenciais religiosas.

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