Capacete compartilhado em apps traz riscos graves à saúde
A rotatividade do equipamento entre os passageiros favorece a transmissão de doenças graves. O LeiaJá reuniu algumas práticas de prevenção
O serviço de mototáxi ficou ainda mais popular com a chegada dos aplicativos de transporte no mercado. Com apenas um capacete e dezenas de passageiros ao dia, uma viagem de poucos minutos pode causar um problema grave à saúde.
Os usuários são unânimes quanto à praticidade do serviço, mas alguns começaram a se queixar do uso compartilhado do equipamento obrigatório de segurança. Umidade, mau cheiro e suor são as principais queixas de quem utiliza as plataformas.
O biomédico especialista em Medicina Tropical Jailton Lobo explicou que o calor e a umidade dentro do capacete favorecem a disseminação de diversos tipos de microrganismos. Esse ambiente deixa os passageiros expostos à transmissão de piolhos ou até mesmo a doenças respiratórias graves, como a tuberculose.
"O usuário que tá com Covid, gripe ou qualquer vírus que cause infecção respiratória, e não tá fazendo uso de máscara, pode tá eliminando vírus que pode tá ali na viseira", apontou.
A lei diz que a viseira deve permanecer fechada ao longo do percurso, e essa condição também acaba facilitando a proliferação de fungos que podem causar micoses superficiais na pele e no couro cabeludo.
Boas práticas para controlar o risco de doenças
Para diminuir a transmissibilidade de parasitas, vírus e bactérias, o médico explica que é importante que o condutor mantenha uma higienização periódica. A limpeza vai depender do modelo de capacete. "O importante é se conscientizar que, pelo menos uma vez por semana, deve ser realizada a higienização desses capacetes, e sempre focar em evitar o acúmulo de umidade", observou.
Os modelos com forro removível podem ser lavados - até mesmo na máquina - e deixados para secar de forma completa para evitar a umidade. Nos modelos sem opção de remover o forro, a higienização também pode ser feita com água e sabão - em um pano úmido - e até mesmo álcool 70%.
Aos passageiros, o biomédico recomenda utilizar touca na cabeça e máscara como forma de prevenção. "O ideal é que cada indivíduo tivesse seu capacete para evitar o risco de contaminação, mas na prática isso não funciona. Então, o correto mesmo seria que as empresas de aplicativo forneçam toucas para proteger a cabeça dos usuários, como também, e de forma muito mais importante, máscaras para evitar o risco de alguma propagação de um microrganismo por via respiratória", orientou Lobo.