Nova conjuntura política em Pernambuco

De um lado, a situação se divide e, do outro, a oposição se reaglutina

dom, 24/06/2012 - 00:55
Chico Peixoto/LeiaJáImagens

O xadrez político que começa a se construir em busca do palácio do Capibaribe, envolve gregos e troianos, amarelos, azuis e vermelhos. Qual o principal motivo dessa independência e desconstrução de alianças que comandam a frente popular? Seria a sede de poder, egos inflamados, interesses pessoais, problemas internos? ou tudo não passa de uma grande fogueira de vaidades que está queimando durante esse São João e montando uma peça com novos atores? De um lado a situação se divide e, do outro, a oposição se reaglutina.

O PSB que desde a década de 1990 compõe uma aliança histórica com o PT e até faz parte do governo municipal com Milton Coelho (PSB) como vice do atual prefeito João da Costa (PT), tenta uma movimentação de independência. “Esse rompimento já era previsto, pois dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Com a indicação do ex-secretário Geraldo Júlio como candidato a prefeitura do Recife, o governador tenta ganhar a simpatia dos eleitores que votavam no PT e no DEM. Tudo isso tem um ponto em comum que são as eleições de 2014. Com atitude, Eduardo se fortalece e toma uma certa independência e podendo sair como presidente, aliando-se ao PT ou aos partidos da oposição”, informou o cientista político Adriano Oliveira.

Este é o momento que a Oposição (DEM, PSDB, PPS e PMDB) também busca se fortalecer com a reaglutinação entre as legendas. O deputado federal Mendonça Filho (DEM), um dos nomes mais fortes, poderá encabeçar essa chapa. Com a união deste grupo político cria-se mais possibilidades de se chegar ao segundo turno. “Até o momento, a oposição agiu de forma míope montando um quadro desfavorável, cerca de quatro nomes foram indicados nesse período de pré-campanhas. Agora, eles seguem o caminho certo tencionando apresentar no máximo duas candidaturas”, ressaltou Adriano.

A crise interna do PT teve seu estopim quando o atual prefeito João da Costa (PT) e o deputado federal, Maurício Rands (PT), disputaram os votos da militância na consulta interna do dia 20 de maio. A prévia foi anulada pela executiva nacional do partido que preteriu o atual prefeito e indicou o nome do senador Humberto Costa (PT) como candidato ao pleito municipal. “Essa crise tumultuou a frente popular e o PSB, em função desse imbróglio que ainda não tem um desfecho, lançou um candidato de forma pacífica. Essa atitude leva o PT ao isolamento, pois ainda não se decidiu e as legendas que fazem parte da frente popular se manifestam e tendem a apoiar o candidato do governador”, comenta o cientista político Túlio Velho Barreto.

Sendo um nome novo nesse cenário de conjunturas políticas, Geraldo Júlio, por si só não consegue reunir um capital político. Segundo Túlio Velho Barreto, existe uma tendência que vai de encontro a candidatura do PSB, mas tudo depende das articulações políticas que nesse ano serão montadas. “Vamos ver como o eleitorado se porta, pois ainda é muito cedo. Geraldo é um nome desconhecido com um perfil técnico parecido com o de João da Costa e o da presidente Dilma Rousseff. Seu capital político vai depender da capacidade de transferência de votos por parte do governador. Caso chegue a um segundo turno, a tendência é que os partidos da oposição se unam ao PSB, que tem um perfil conservador".

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