Dilma admite dificuldades, mas enaltece indústria naval

Presidente inaugurou, ao lado do governador de Pernambuco Paulo Câmara e outras autoridades, o navio André Rebouças e participou do batismo da embarcação Marcílio Dias, ambas produzidas em Suape

por Giselly Santos qui, 14/05/2015 - 14:31

Durante a cerimônia de viagem inaugural do navio André Rebouças e batismo da embarcação Marcílio Dias, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, nesta quinta-feira (14), que a produção naval no Brasil “será cada vez maior”, a partir da superação dos obstáculos criados em torno do setor. De acordo com a petista, ela e o ex-presidente Lula (PT) conseguiram “romper uma realidade terrível” do país na indústria naval ao “espalmar” estaleiros por diversas regiões. 

“Estamos diante de um Estaleiro que foi construído num lugar que tinha só areia. Eu vi este estaleiro ser construído com a força dos trabalhadores pernambucanos e isso é muito importante porque eu tenho perfeita clareza que só vencendo obstáculos conseguimos construir navios no Brasil”, discursou a presidente. As duas embarcações petroleiras destacadas na cerimônia desta quinta foram construídas pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape. 

Frisando que o Brasil não é “inimigo” de outros países por optar produzir seu próprio conteúdo, Dilma Rousseff observou que a estratégia foi usada para a recuperação da “capacidade de investimento do país”. 

“Adotamos uma política de conteúdo local, que é justamente isso, nas mesmas condições, prazos e qualidades, nós estamos produzindo no Brasil o que ele tem condição. Nós podemos passar por algumas dificuldades macroeconômicas, mas porque hoje é diferente de antes? Porque hoje nós temos estaleiros em Pernambuco, no Espírito Santo, na Bahia, no Rio Grande do Sul. “Na curva de aprendizagem nós tivemos alguns problemas sim, mas que país não tive problemas? Todos tiveram”, cravou acrescentando.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que também participou do evento enalteceu a mão de obra pernambucana e se colocou disposto a ajudar o Governo Federal nas dificuldades que estão enfrentando. 

“Pernambuco se qualificou com mãos de obras que faz carros e faz navios, isso é motivo de orgulho e muita responsabilidades, de continuarmos neste caminho de fazer Pernambuco se desenvolver mais”, destacou. “E Pernambuco se desenvolvendo ajudará o Nordeste a se desenvolver. (...) Queremos dizer a vocês que neste momento de desafios que o Brasil passa, Pernambuco é parceiro para ajudar o país a diminuir a desigualdade”, acrescentou o socialista. 

Durante a cerimônia, a funcionária do EAS, Andréa Elisângela do Nascimento, 37 anos, falou em nomes de todos os trabalhadores. “É uma enorme alegria estar aqui neste dia de festa para a realização de mais um sonho (...). Os pernambucanos são e sempre serão os melhores construtores de navios do Brasil”, enalteceu, clamando em grito a frase final de seu discurso: “Juntos somos maiores do que os nossos desafios”.

Crise naval – O presidente do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), Harro Ricardo Schlork, agradeceu a contribuição do Governo Federal por meio do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), mas também frisou a crise atual. “Estamos de pé e apesar de tudo, continuamos firmes neste cenário econômico. O EAS é resultado de esforços de muitas pessoas que estão aqui hoje. (...) Agradeço pelos acionistas, agradeço ao governo pelo Promef, mesmo diante de nossos desafios de alcançar os mercados internacionais”, destacou.

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