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Símbolo de um Brasil que dava certo e atraía investimentos bilionários, o setor naval entrou em colapso. De um conjunto de 40 estaleiros instalados no País, 12 estão totalmente parados e o restante está operando bem abaixo da capacidade. Sem encomendas, com o caixa debilitado e, em alguns casos com sócios envolvidos na Operação Lava Jato, cinco desses estaleiros entraram em recuperação judicial (ou extrajudicial). Dos tempos de euforia, sobraram uma dívida bilionária para pagar no mercado e quase 50 mil trabalhadores demitidos, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval).

Entre os estaleiros que ainda estão em operação, uma parte é voltada para a construção de embarcações fluviais, como barcaças, ou de transporte de passageiros, como os catamarãs comuns no Norte do País. A indústria voltada para a construção de plataformas e navios offshore, que nasceu para atender às demandas da Petrobras, está em contagem regressiva com os últimos projetos em fase final de construção. Alguns grandes estaleiros têm pouco mais de dois meses de trabalho e depois podem engrossar a lista de estabelecimentos parados.

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A euforia de investimentos em estaleiros começou no governo Lula com a descoberta do Pré-Sal pela Petrobras. A partir daí, começaram a pipocar projetos de novos estaleiros em todo o litoral brasileiro, uma grande notícia para o governo que queria gerar emprego e turbinar a economia. Para quem aceitasse o maior porcentual de conteúdo local nas embarcações, o governo se propunha a financiar até 90% do projeto. De 2007 para cá, algo em torno de R$ 45 bilhões foram desembolsados do Fundo de Marinha Mercante (FMM) por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e demais bancos públicos e privados para financiar o setor.

Até 2014, a política do governo se mostrava positiva, apesar de alguns atrasos na entrega de projetos. A essa altura o setor empregava 82 mil pessoas e desenvolvia uma enorme cadeia produtiva. Mas, com a Operação Lava Jato que atingiu em cheio a Petrobras, a queda no preço do petróleo e a derrocada da Sete Brasil, empresa responsável pela contratação de navios para a estatal, a indústria naval brasileira desmoronou com uma sequência de cancelamentos de encomendas de embarcações. "Foi a tempestade perfeita", diz André Carvalho, da Veirano Advogados.

Para complicar a situação, a Petrobras fez um pedido à agência reguladora do setor (ANP) para reduzir os porcentuais de conteúdo local na construção de uma plataforma para o Campo de Libra, alegando que a produção no Brasil encarece em 40% o produto. "Os investimentos foram feitos baseados na política de conteúdo local. A eliminação seria muito complicada", afirma Rodrigo Mattos, diretor da Alvarez & Marsal (A&M).

A crítica é que a crise veio num momento em que a curva de aprendizado estava crescendo, com milhões de reais investidos em treinamento de pessoal. "Pior. A crise pegou alguns estaleiros ainda na curva de investimentos", diz o presidente da A&M, Marcelo Gomes. É o caso por exemplo do Enseada Paraguaçu, que tem como sócia as empreiteiras Odebrecht, OAS e UTC, envolvidas na Lava Jato, além da japonesa Kawasaki. Com 82% das obras concluídas, o estaleiro está parado e em recuperação extrajudicial.

A solução tem sido buscar novas atividades para a área. O presidente da empresa Fernando Barbosa afirma que a opção em análise é a criação de um polo industrial e logístico. Outros estaleiros seguem o mesmo caminho e buscam reestruturar suas atividades, como o Inhaúma (RJ), afirma Sergio Leal, do Sinaval. No caso do Estaleiro Rio Grande, também em recuperação judicial, a solução em estudo é criar uma unidade produtiva isolada e vender em leilão a parte que inclui todos os equipamentos. "Se nada for feito, em dois anos estará tudo destruído", diz Leal.

Sem dinheiro

Jorge Roberto Peixoto da Fonseca, de 46 anos, é uma das vítimas do colapso que vivem os estaleiros no Brasil. Há dez anos, ele deixou o Rio de Janeiro para se aventurar na implementação do polo naval de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Foi trabalhar na Ecovix, dona do Estaleiro Rio Grande, que em dezembro do ano passado demitiu cerca de 3 mil funcionários, depois de ter seus contratos rescindidos com a Petrobras.

Fonseca foi um dos dispensados pela empresa, que em seguida entrou em recuperação judicial. Desde então, o desempregado vive um pesadelo.

Com 26 anos de carreira na área de tubulação, ele já passou por grandes empreendimentos como a Refinaria Abreu e Lima, projetos da Companhia Siderúrgica Nacional e uma fábrica da Nissan. Hoje, no entanto, não consegue nenhum emprego. "O máximo que consegui foi um bico de limpador de fossa", afirma Fonseca.

O mesmo acontece com a mulher, Maria Angélica Rocha de Oliveira, de 49 anos. "No Rio, trabalhei no Itaú, numa indústria farmacêutica e em empresas de telemarketing. Aqui não consigo emprego nem como caixa de supermercado. Eventualmente aparece algum trabalho de faxina."

Para sobreviver, os dois contam com a ajuda do filho de Maria Angélica, que ainda vive no Rio, e de vizinhos. "Tem dia que a gente não tem nem o que comer", diz ela, que sofre de hipertensão e precisa seguir uma alimentação saudável por recomendação médica. "Eles me pedem para comer bastante fruta. Não temos dinheiro nem para comprar o básico."

O aluguel da imóvel onde o casal vive com uma filha adolescente está atrasado há dois meses. "E já pediram para desocupar a casa", afirma Fonseca, que ainda acredita na recuperação do setor naval de Rio Grande. Na semana em que a reportagem esteve na cidade, ele e outras dezenas de desempregados protestavam na frente do estaleiro da QGI, que ainda está em operação, em busca de trabalho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-supervisor de solda do estaleiro Rio Nave, no Caju (região central do Rio de Janeiro), Edno dos Santos, completaria 40 anos de trabalho na indústria naval em 2015. A crise que atinge o setor, no entanto, fez com que Santos interrompesse as suas atividades antes do planejado. Como ele, outros 14 mil funcionários foram demitidos dessa indústria somente neste ano, de acordo com estimativas do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). Tido como vitrine da política industrial do governo, o setor naval revive o cenário de crise da década de 80, com dificuldade de financiamento, cortes de encomendas e falta de competitividade no mercado internacional.

"É a segunda grande crise da indústria naval que vivencio, mas dessa vez é pior. Na anterior, não fui diretamente afetado, mas agora estou vendo diversos colegas desempregados. Eu, que nunca tinha parado de trabalhar, estou em casa sem perspectiva de conseguir uma vaga", lamenta Santos. Aos 59 anos, ele busca há meses um novo emprego, mas os estaleiros que procurou "ou estão fechando as portas ou em processo de demissão em massa".

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No último mês, foi o estaleiro Eisa Petro Um, em Niterói, que encerrou as atividades e suspendeu o contrato de mais 2 mil trabalhadores. Agora, os contratos de construção de oito embarcações da Transpetro foram rescindidos e não há previsão de retomada. A situação pode piorar com o corte de 37% nos investimentos da Petrobrás, que suspendeu 9 plataformas e pode acarretar a redução de outros 90 navios de apoio, segundo estimativas do Sinaval.

"Estamos apenas no início do processo de crise", avalia Floriano Carlos Martins, professor de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ. Segundo ele, a indústria repetiu erros da década de 80, quando tinha grande dependência de incentivos e financiamentos públicos, que agora serão reduzidos diante da crise fiscal no País. "É uma situação previsível. Houve tempo para as empresa se estruturarem, melhorarem o desempenho e buscarem competitividade. O dever de casa não foi feito e já se sabia que a ideia de basear a indústria permanentemente em benefícios estatais era errada."

Entre os erros, Martins cita ainda a falta de "planejamento consistente" para a gestão dos estaleiros, desenvolvimento de tecnologia nacional e qualificação profissional. Por isso, muitos trabalhadores sofrem para reencontrar uma posição no mercado. Postos de baixo nível técnico ou altamente especializados são os mais atingidos. É o que ocorre com Edno Santos, que hoje não consegue sustentar a família com sua aposentadoria. "Tenho saúde, preciso complementar a minha renda, mas não consigo encontrar nada. O pior é que como tinha uma renda boa, não consigo emprego com salários menores."

Benefícios

A crise da indústria naval foi agravada com a Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Com o cerco às fornecedoras da Petrobrás, bancos e instituições de fomento reforçaram o controle sobre financiamentos, o que limitou o capital dos estaleiros. Com o fluxo de caixa comprometido, gestão ineficaz e crédito restrito, muitos estaleiros ficaram sem recursos para tocar as operações e pagar até mesmo as indenizações trabalhistas.

Cleiton Freitas da Cruz, 36 anos, perdeu o emprego após cinco anos trabalhando em um estaleiro do Rio. Apostava em uma crise passageira, contraiu empréstimo de R$ 2,5 mil, mas a dívida já passa de R$ 8 mil. O ex-mecânico montador esperava a rescisão para quitar o débito, mas quase um ano depois ainda não recebeu nada. Sua demissão nem sequer foi registrada na carteira de trabalho, o que impossibilita acesso ao FGTS e seguro-desemprego. "O departamento de recursos humanos diz que não tem dinheiro para pagar todos os demitidos, que estão quitando isso aos poucos." Desde quando foi dispensando, Cruz conseguiu apenas dois bicos, um como bombeiro hidráulico por 22 dias e o outro de pedreiro por cinco semanas.

Sindicalistas do setor estão mobilizados para superar a fase. Nesta semana, representantes dos trabalhadores foram a Brasília conversar com autoridades e articular uma reunião para a próxima semana com o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine. A ideia é saber como ficará a situação dos estaleiros com a revisão do plano de investimentos da petroleira. "Precisamos ter uma perspectiva de como será o comportamento do setor nos próximos meses", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio, Jesus Cardoso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em meio a uma crise sem precedentes na indústria naval, a presidenta Dilma Rousseff veio a Pernambuco, ontem, para prestigiar a viagem inaugural do navio petroleiro André Rebouças, da Transpetro, no Estaleiro Atlântico Sul (EAS) e assistir o batismo petroleiro Marcílio Dias.

Veio em companhia de dois ministros – Eduardo Braga (Minas e Energia) e Armando Monteiro (Desenvolvimento), além do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, sendo recebida pelo governador Paulo Câmara (PSB). Dilma tentou fazer um discurso para levantar a autoestima dos petroleiros, que estavam na plateia a espera de boas notícias de recuperação dos empregos ali perdidos.

Mas ao longo da sua fala a presidente não anunciou nenhuma medida, mas tocou na crise da Petrobras. Afirmou que a Petrobras "merece" e a sociedade "exige" o fim de casos de corrupção na estatal. "Temos de enfrentar e acabar com todos os malfeitos, todas as atividades de uso indevido da empresa e todos os processos de corrupção, mas esta empresa é forte o suficiente, inclusive para ganhar o óscar tecnológico, nos Estados Unidos", afirmou.

Dilma disse que o seu Governo rompeu uma realidade de estagnação da indústria naval brasileira. “A reimplantação da indústria naval no Brasil fez com que incorporássemos tecnologia, melhorássemos a formação dos nossos trabalhadores e gerássemos emprego e renda. O que nós queremos é produzir no Brasil o que pode ser produzido no Brasil”, destacou.

Por meio do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), foram encomendadas pela Transpetro 49 embarcações, sendo nove já em operação. Atualmente, há 14 navios em diferentes fases de construção, sendo seis em estágio de acabamento. Foram investidos R$ 11,2 bilhões neste programa para acabar com a estagnação da indústria naval brasileira.

O André Rebouças tem a finalidade de exportar petróleo cru retirado no Pré-Sal e só sua construção foi responsável pela geração de mais de 2 mil empregos diretos no País. Os dois navios, que são do tipo suezmax, têm capacidade de transporte de cerca de 1 milhão de barris de petróleo, o equivalente a quase metade da produção brasileira diária.

Esse tipo de embarcação atende às limitações do Canal de Suez, no Egito: largura de 48 metros e calado de 17 metros. Para o montador do Estaleiro Atlântico Sul, Marcílio José da Silva, a construção dos navios em Pernambuco ampliou as oportunidades e a qualidade de trabalho no Estado. “É um prazer imenso, uma grande honra participar de uma obra tão grande. A questão do emprego melhorou muito em Pernambuco com obras como essa. Muita gente antes trabalhava na usina, na cana e hoje tem um emprego melhor e consegue dar uma vida melhor para sua família”, observou.

SAUDÁVEL As falas do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, no batismo do navio André Negreiros, ontem, no estaleiro Atlântico Sul, seguiram na linha da presidente Dilma. Bendine disse que a estatal, a qual dirige há três meses, sairá mais saudável da crise, enquanto Braga afirmou que logo os brasileiros voltarão a ter orgulho da Petrobras.

Nem um pio- No estaleiro Atlântico sul, ontem, o cerimonial do Palácio do Planalto colocou a presidente ladeando o governador Paulo Câmara do ministro Armando Monteiro. E quando Dilma se dirigiu para falar na tribuna, Câmara e Armando, adversários na campanha majoritária do ano passado, ficaram lado a lado, mas não trocaram nem um papinho para quebrar a tensão do ambiente.

VETO PRESIDENCIALA presidente Dilma vai vetar a mudança no fator previdenciário aprovada pela Câmara dos Deputados. Estudo de 2012 mostra que a medida geraria impacto de R$ 40 bilhões em dez anos e de R$ 300 bilhões em 20 anos. Isso quebraria a Previdência”, segundo a presidente Dilma comentou, ontem, com parlamentares de Pernambuco, na viagem de Brasília para Recife.

Na cabine presidencialO senador Fernando Bezerra Coelho, que fez um duro pronunciamento contra qualquer tipo de movimentação na oposição que leve ao impeachment de Dilma, aceitou, mais uma vez, convite da presidente Dilma e pegou carona no avião presidencial, ontem, de Brasília para Recife, com direito a uma conversa reservada com a petista na cabine presidencial.

Satélite tucanaA fusão do PPS ao PSB, praticamente já de martelo batido, pode levar a legenda socialista a perder uma liderança nacional: a deputada e ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, vinda do PT. Ela discorda do flerte com a oposição. O ex-presidente socialista no Rio, deputado Glauber Rocha, vai no mesmo rumo. E diz que a sigla está virando “satélite do PSDB”.

CURTAS

COMISSÃO– Reativada, a Comissão Especial de Mobilidade e Acessibilidade Urbana da Assembleia Legislativa terá o deputado estadual José Maurício (PP) como presidente, o deputado Silvio Costa Filho (PTB) vice-presidente e a deputada Raquel Lyra (PSB) assumiu a relatoria. Tem tudo para fazer um excelente trabalho.

CARONA Do governador Paulo Câmara, ontem, no estaleiro: “O dia mostra que o caminho que Pernambuco trilhou dá êxito. Pernambuco soube se preparar para receber investimento e qualificar mão de obra. Responsabilidade de fazer Pernambuco se transformar mais. O Estado vem se destacando pelo seu povo e governantes para desenvolver a região”.

Perguntar não ofende: Dá para acreditar na palavra de Dilma de que a Petrobras, do jeito que está, nos orgulha?

O discurso da presidente Dilma Rousseff (PT) nesta quinta-feira (14) na cidade de Ipojuca, não escondeu a preocupação da petista, nem as problemáticas do Brasil. A chefe do executivo criticou o governo do PSDB por não ter investido na indústria naval anteriormente, mas também reconheceu as dificuldades que o país está passando.

“Nós chegamos aqui porque rompemos uma realidade. Era uma realidade terrível. O Brasil tinha sido nos anos 80, o segundo maior produtor de indústria naval e este foi um processo que foi desmantelado. Foi tão desmantelado que os estaleiros que existiam quando Lula chegou ao governo eram os que produziam pequenas embarcações e tinham gramas no chão”, criticou.

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Seguindo as alfinetadas com o governo antecessor ao PT, a presidente revelou as estratégias tomadas para reverter à situação. “Começamos a indústria naval do nada, porque tinham sucateado o parque que tínhamos, e isso precisou de uma medida estratégia: de não ficar em um só lugar, iríamos se espalhar pelo Brasil”, contou.

Rousseff também disse ter adotado uma política de conteúdo local para recuperar o país. “Nós que adotamos uma política de conteúdo local, que é justamente isso, as mesmas condições, prazos e qualidades, nós estamos produzindo no Brasil o que ele tem condição de produção, por isso a política de conteúdo local é o centro de uma política de recuperação com a capacidade de investimento deste país”, observou.

A presidente também reconheceu as dificuldades existentes no Brasil. “Nós podemos passar por algumas dificuldades macroeconômicas, mas porque hoje é diferente de antes? Porque hoje nós temos Estaleiros em Pernambuco, no Espírito Santo, na Bahia e no Rio Grande do Sul”, detalhou.

Problemas com a Petrobras – Mesmo enaltecendo o Governo Federal, o crescimento da indústria naval e o apoio de Lula, a presidente não escondeu os problemas vivenciados pela Petrobras em relação à corrupção. “Na curva de aprendizagem nós tivemos alguns problemas sim, mas que país não teve problemas? Todos tiveram. Nós temos a graças a Deus a Petrobras, ela é talvez, uma das maiores conquistas do povo brasileiro, é uma grande empresa”, destacou.

Tentando amenizar as questões que estão sendo investigadas na estatal, Rousseff comentou um prêmio internacional recebido pela Petrobras. “Vejam que ironia, no momento que a gente enfrenta e temos quer enfrentar, temos que acabar com todos os malfeitos, tentativas negativas da empresa, todas os esquemas de corrupção, essa empresa ganhou o Oscar lá nos Estados Unidos, por ter extraído petróleo de uma profundidade elevada entre 3 a 5 mil metros de profundidade, e às vezes 7 mil metros”, desconversou.

Dilma ainda demonstrou expectativas positivas em relação Petrobras. “Eu tenho a convicção que a Petrobras e toda a capacidade de exploração e produção de petróleo e gás do Brasil vão virar o Brasil num grande exportador”, anseia a presidente.

Durante a cerimônia de viagem inaugural do navio André Rebouças e batismo da embarcação Marcílio Dias, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, nesta quinta-feira (14), que a produção naval no Brasil “será cada vez maior”, a partir da superação dos obstáculos criados em torno do setor. De acordo com a petista, ela e o ex-presidente Lula (PT) conseguiram “romper uma realidade terrível” do país na indústria naval ao “espalmar” estaleiros por diversas regiões. 

“Estamos diante de um Estaleiro que foi construído num lugar que tinha só areia. Eu vi este estaleiro ser construído com a força dos trabalhadores pernambucanos e isso é muito importante porque eu tenho perfeita clareza que só vencendo obstáculos conseguimos construir navios no Brasil”, discursou a presidente. As duas embarcações petroleiras destacadas na cerimônia desta quinta foram construídas pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape. 

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Frisando que o Brasil não é “inimigo” de outros países por optar produzir seu próprio conteúdo, Dilma Rousseff observou que a estratégia foi usada para a recuperação da “capacidade de investimento do país”. 

“Adotamos uma política de conteúdo local, que é justamente isso, nas mesmas condições, prazos e qualidades, nós estamos produzindo no Brasil o que ele tem condição. Nós podemos passar por algumas dificuldades macroeconômicas, mas porque hoje é diferente de antes? Porque hoje nós temos estaleiros em Pernambuco, no Espírito Santo, na Bahia, no Rio Grande do Sul. “Na curva de aprendizagem nós tivemos alguns problemas sim, mas que país não tive problemas? Todos tiveram”, cravou acrescentando.

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O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que também participou do evento enalteceu a mão de obra pernambucana e se colocou disposto a ajudar o Governo Federal nas dificuldades que estão enfrentando. 

“Pernambuco se qualificou com mãos de obras que faz carros e faz navios, isso é motivo de orgulho e muita responsabilidades, de continuarmos neste caminho de fazer Pernambuco se desenvolver mais”, destacou. “E Pernambuco se desenvolvendo ajudará o Nordeste a se desenvolver. (...) Queremos dizer a vocês que neste momento de desafios que o Brasil passa, Pernambuco é parceiro para ajudar o país a diminuir a desigualdade”, acrescentou o socialista. 

Durante a cerimônia, a funcionária do EAS, Andréa Elisângela do Nascimento, 37 anos, falou em nomes de todos os trabalhadores. “É uma enorme alegria estar aqui neste dia de festa para a realização de mais um sonho (...). Os pernambucanos são e sempre serão os melhores construtores de navios do Brasil”, enalteceu, clamando em grito a frase final de seu discurso: “Juntos somos maiores do que os nossos desafios”.

Crise naval – O presidente do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), Harro Ricardo Schlork, agradeceu a contribuição do Governo Federal por meio do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), mas também frisou a crise atual. “Estamos de pé e apesar de tudo, continuamos firmes neste cenário econômico. O EAS é resultado de esforços de muitas pessoas que estão aqui hoje. (...) Agradeço pelos acionistas, agradeço ao governo pelo Promef, mesmo diante de nossos desafios de alcançar os mercados internacionais”, destacou.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, afirmou, nesta terça-feira (12), que o lançamento ao mar do navio André Rebouças e o batismo do navio Marcílo Dias, agendados para a próxima quinta (14), são “exemplo da força da Petrobras” no país. A presidente Dilma Rousseff (PT) vai participar das cerimônias que acontecem no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

"É um exemplo da força da Petrobras e da prioridade que o Governo da presidenta Dilma vem dando à indústria naval brasileira, hoje uma das mais importantes do mundo e força-motriz da economia pernambucana", salientou Humberto. O senador, que está em Brasília, vai acompanhar a presidente Dilma no trajeto até Recife. Além deles, também embarcam no avião presidencial os presidentes da Petrobras, Aldemir Bendine, e da Transpetro, Cláudio Campos. 

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As embarcações petroleiras fazem parte do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro e foram encomendados ao EAS. O estaleiro está em operação desde 2008 e lançou ao mar o seu primeiro navio, o petroleiro suezmax João Cândido, em 2010. O segundo, em maio de 2013, foi o Zumbi dos Palmares e o terceiro, em abril de 2014, o Dragão do Mar. 

A presidente Dilma Rousseff (PT) enalteceu, nesta segunda-feira (21), a capacidade da Petrobras diante do país em relação à política de “renascimento da indústria naval” e da valorização na política de compras interna. Segundo a petista, “a indústria naval tem uma imensa capacidade de gerar riquezas” e ela, juntamente com o ex-presidente Lula, alavancaram o desenvolvimento da área no Brasil.

"Graças à política de compras da Petrobras iniciada no governo Lula e desenvolvida no meu governo, renasceu uma indústria naval dinâmica e competitiva, que irá disputar o mercado com as maiores indústrias navais do mundo", afirmou Dilma. 

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Em meio à crise na Petrobras, diante de um período de pré-campanha política, a presidente tem defendido a estatal e garantido que vai defendê-la em “qualquer hipótese”. “No ano passado, a construção naval brasileira entregou volume recorde de navios e plataformas de petróleo. Foram sete plataformas de produção, dois navios petroleiros de grande porte, 21 navios de apoio marítimo, dez rebocadores portuários e 44 barcaças de transporte. Só em 2014, estão em construção ou contratados para serem construídos aqui no Brasil 18 plataformas, 28 sondas de perfuração e 43 navios-tanque”, destacou a presidente.  

Na semana passada Dilma desembarcou em Pernambuco, para inaugurar o navio petroleiro Dragão do Mar e batizar o Henrique Dias, que entra em fase de finalização este ano, no Estaleiro Atlântico Sul. Ao recordar a visita, durante o “Café com a Presidenta” desta segunda, a petista falou sobre as expectativas na indústria naval. “Pude comprovar mais uma vez a capacidade do Brasil de construir estaleiros, produzir navios, produzir plataformas e ter uma indústria naval forte e competitiva, que agora gera empregos e garante renda a milhares de trabalhadores e suas famílias aqui no Brasil. Hoje temos uma indústria naval forte, pujante, que emprega quase 80 mil trabalhadores espalhados pelos estaleiros no Nordeste, no Sudeste e no Sul. E em 2017, segundo as previsões, serão 100 mil trabalhadores contratados”, frisou.

A presidente lembrou o feriado de Tiradentes, personagem, segundo ela, símbolo da luta por um "Brasil melhor, altivo e independente". "Tiradentes uma vez disse: 'Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação. Vamos fazê-la'. O renascimento da indústria naval brasileira mostra que Tiradentes tinha muita razão", disse Dilma.

 

O Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta segunda-feira que a indústria naval brasileira terá em pouco tempo cerca de 100 mil trabalhadores. "Hoje já são 54 mil", disse, durante cerimônia de entrega do navio Zumbi dos Palmares à Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), em Pernambuco.

O ministro destacou a retomada dos investimentos no setor. "Há dez anos, a indústria naval brasileira estava moribunda", afirmou, ressaltando que esse novo modelo representa um "Brasil novo".

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Lobão afirmou ainda que dentro de alguns meses o País contará com o pré-sal, que "dobrará a produção" brasileira. "Assim, o Brasil vai se mostrando", afirmou.

Os alunos do curso de caldereiro naval, da Escola Técnica Senai Cabo, confeccionaram uma réplica de um casco de navio durante a disciplina que trabalha as práticas de caldereiro. 

A miniatura da embarcação tem cerca de um metro e as mesmas características de um casco do tamanho real. Com as aulas práticas os alunos podem entender melhor sobre a estrutura do casco de navio metálico, sistema de construção, forro, cavenarmento, quilha, tricanizes, chapeamentos, cavernas e vaus. 

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O trabalho mostra que os estudantes estão prontos para as exigências do mercado de trabalho. Em constante crescimento em Pernambuco, o setor naval fez surgir demandas de cursos que preparem a mão de obra local para as indústrias e estaleiros que se instalam no estado.

A qualificação faz parte do Programa Novos Talentos, parceria entre a Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo (STQE) e o Senai, que capacita e prepara para o trabalho centenas de pessoas em todo o estado. O programa oferece vagas semanalmente e as inscrições podem ser feitas no site da STQE.

Os interessados em cursar a pós-graduação em gestão estratégica e logística portuária, oferecida pelo Campus Boa Vista da Faculdade Boa Viagem (FBV), têm até o dia 10 de setembro para se inscrever. 

O curso vem atender a uma crescente demanda, com a criação de estaleiros em Pernambuco e o setor da indústria naval em forte expansão. A formação permitirá ao profissional ter conhecimentos sobre a cadeia de suprimentos, os perfis de carga, origens, destinos e outros temas. 

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As aulas serão de segunda a sexta, das 19h às 22h, e aos sábados, das 8h às 13h. A carga horária é de 360 horas. O Campus Boa Vista fica na Avenida Conde da Boa Vista, 1410 - Empresarial Palmira, bairro da Boa Vista, Recife. Outras informações pelo telefone (81) 3221-1429 ou no site da faculdade.

A Faculdade Boa Viagem (FBV) está com inscrições abertas para o curso de especialização em indústria naval. Gestão Estratégica e Logística Portuária é o tema da pós-graduação.  A nova turma será iniciada na próxima segunda-feira (20), no Campus Boa Vista.

Os horários das aulas são das 19h às 22h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, das 8h às 13h. A matrícula custa R$ 360,00 mais 18 parcelas com o mesmo valor.

O Campus Boa Vista da FBV fica na Avenida Conde da Boa Vista, 1410, no Empresarial Palmira, no Recife. As inscrições podem ser feitas pela página virtual da instituição de ensino. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (81) 3221-1429.

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Pernambuco está entrando, definitivamente, na rota do crescimento no setor de Offshore. O estado se consolida como um cluster naval, agregando imponentes investimentos na área. Com o martelo batido sobre a chegada do estaleiro CMO - Construção e Montagem Offshore, e anúncio oficial de prazo para início das obras, somam três no Complexo Industrial e Portuário de Suape. E este é apenas o começo. Outras boas notícias estão por vir, colocando Pernambuco no centro das discussões nacionais. Na roda de negócios do País.

O terceiro estaleiro a vir ao estado, que já conta com a construção do Atlântico Sul e Promar, terá as obras iniciadas em dezembro próximo, segundo anúncio feito pelo vice-governador do estado, João Lyra Neto. A previsão é de que o CMO, voltado para a construção de plataformas de exploração petrolífera que ocupará uma área de 40 hectares, comece a operar no final de 2012. O projeto conta com investimento na ordem de R$ 720 milhões, com uma contrapartida do governo de R$ 295 milhões, oriundos do BNDES, destinados à dragagem do terreno. Em fase de construção, a obra deverá gerar pelo menos 500 empregos diretos.

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E isso não é tudo. Estão por vir a Pernambuco outros seis estaleiros, cujos protocolos de intenções devem ser assinados ainda este mês. O governador do Estado, Eduardo Campos, esteve ontem em Roma com representantes do Grupo Fincantieri. Suape foi apresentado e o grupo naval, que aliás mantém entendimentos com a Marinha Brasileira há dois anos para a construção de 18 navios fragatas, mostrou-se interessado. Se as previsões se concretizarem e o grupo italiano aportar no estado, Pernambuco entrará mais afiado nas discussões referentes à camada do Pré-sal. Trata-se de um dos maiores produtores de navios militares do mundo. Estamos falando de um estaleiro que poderá processar 40 mil toneladas de aço por ano, porte muito inferior ao do Atlântico Sul, que consegue processar cerca de 160 mil toneladas por ano.

E faz todo o sentido a escolha de Pernambuco para um aporte deste. Além da questão geográfica, pela posição do estado no centro do Nordeste, e logística, com a infraestrutura do Complexo de Suape, temos a Petrobras, que será o principal cliente dos estaleiros. O novo grupo participa de nove processos licitatórios para a construção de plataformas de exploração de petróleo. Cada uma deverá custar cerca de R$ 1 bilhão, com uma demanda de mão de obra de sete mil pessoas. Haverá módulos para plataformas marítimas fixados em estruturas flutuantes que devem extrair petróleo do fundo do mar em grandes profundidades. 

Há vinte anos, discutia-se que Pernambuco deveria ter um estaleiro ou uma unidade de refino. Hoje temos os dois. E, no que se refere ao setor naval, temos mais do que prevíamos. O terceiro estaleiro anunciado para Suape é uma realidade, e os demais que podem vir a fazer parte das terras pernambucanas devem consolidar os nossos negócios neste ramo. Pernambuco engrenou e se insere cada vez mais como referência nacional. Eu diria mais: como player mundial. 

Pernambuco quer mesmo se consolidar como um cluster naval. O Estado já está com dois estaleiros em construção: o Atlântico Sul e o Promar. E outros estão chegando. Em dezembro, o estaleiro CMO dará início a construção de uma unidade no complexo de Suape. O empreendimento será voltado para a construção de plataformas de exploração petrolífera. E tem mais martelos para serem batidos. Pelo menos mais seis novos estaleiros devem assinar protocolos de intenções ainda este mês. O incansável governador do Estado, Eduardo Campos, quer mais. Ontem, o gestor esteve reunido, em Roma, com representantes do Grupo Fincantieri, grupo naval italiano que mantém entendimentos com a Marinha Brasileira há dois anos para a construção de 18 navios fragatas. O governador apresentou Pernambuco como porta de entrada do grupo italiano no Brasil. Caso o negócio seja fechado, sairemos na frente. A camada do Pré-Sal vai requerer uma modernização do sistema de defesa brasileiro. E o grupo italiano é um dos maiores produtores de navios militares do mundo. É uma forma de lucrarmos com o Pré-Sal. E trazer mais este empreendimento para o Estado não é uma missão impossível. Assim como Suape, que  já é uma realidade, nosso cluster naval, que há alguns anos nem existia, graças ao laborioso  governador Eduardo Campos,  começa a ganhar forma e a se destacar no cenário nacional.

* Artigo de Opinião produzido por Janguiê Diniz, Doutor em Direito e fundador e acionista controlador do Grupo Ser Educacional. Texto originalmente publicado no Blog do Janguiê

 

Para incentivar a formação de mão-de-obra especializada para o estaleiro de Suape, uma comitiva formada por gestores públicos de Pernambuco viajou esta semana para a Finlândia, para conhecer as iniciativas do país nórdico na indústria naval. Entre os representantes do Estado estão o reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Amaro Lins, o reitor da Universidade de Pernambuco (UPE), Carlos Calado, e o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Marcelino Granja.

A viagem tem o intuito de  buscar parcerias com as principais universidades finlandesas para intercâmbio na área naval. A proposta é que as parcerias sejam fechadas e que haja a troca de conhecimentos entre os países nesse setor. O retorno dos gestores ao Recife está previsto para a próxima segunda-feira (29), quando anunciarão as parcerias firmadas no país do norte europeu.  

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