Crise econômica reforça apoio ao impeachment, diz IPMN
70% dos recifenses entrevistados consideram que se o quadro nacional fosse outro a população deixaria de ser favorável ao processo em tramitação na Câmara dos Deputados
A ausência de alternativas para a contenção da crise econômica por parte do Governo Federal pode ter ligação direta com o apoio da população ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo dados do levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), encomendado pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, divulgado neste sábado (8), aponta que 76,2% dos recifenses acreditam que a economia no país não está saudável, enquanto 23,8% pontuam não haver crise.
Daqueles, 70% consideram que se o quadro fosse outro a população deixaria de ser favorável ao processo em tramitação na Câmara dos Deputados e 24,8% afirmam que não teriam mudanças.
“O dado sugere que o motivo claro da discussão do impeachment não é os escândalos de corrupção, mas o fato de que a presidente não está conseguindo conduzir a economia do país”, alertou o coordenador do IPMN e cientista político, Adriano Oliveira.
Desde o início do segundo mandato da petista, uma série de ações para reverter o quadro econômico foram sugeridas, entre elas, a retomada da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e outras propostas que faziam parte do ajuste fiscal, como a renegociação das dívidas dos estados, no entanto o debate político interditou a apreciação das matérias que poderiam melhorar as contas públicas.
Em campo, o IPMN também questionou os recifenses sobre qual seria o melhor remédio para superar a crise e 51,3% dos entrevistados trouxeram à tona a discussão nacional sobre uma nova eleição geral. Já 27% classificaram a concretização do impeachment como a solução e 18,1% se posicionaram indiferentes ao assunto.
Dados do levantamento - A pesquisa do IPMN ouviu 624 pessoas no Recife, nos dias 4 e 5 de abril. O nível de confiabilidade é de 95% e a margem de erro é de 4,0 pontos percentuais para mais ou para menos.