Lula: 'duvido que se ache um empresário que pedi R$10'

Para o ex-presidente a gestão petista é responsável pela ampliação das investigações e punição dos políticos no país. 'Não me provoquem', cravou, dizendo que pode voltar em 2018

por Giselly Santos ter, 12/07/2016 - 11:36
Ricardo Stuckert/Instituto Lula Lula cumpre agenda em Pernambuco até esta quarta-feira (13) Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Cumprindo agenda em Pernambuco para defender o mandato da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenou a forma com que o processo de impeachment foi acatado pela Câmara dos Deputados e o Senado, voltou a afirmar que deve ser candidato em 2018 e se defendeu das acusações que pesam contra ele na Justiça Federal. 

Pontuando que a gestão petista ampliou a possibilidade de investigação e punição dos políticos, Lula lembrou a condução coercitiva contra ele feita pela Polícia Federal e disse ter ficado “muito ofendido” quando tudo aconteceu. “Estão há dois anos investigando e duvido que se ache um empresário a quem eu pedi R$ 10”, cravou em entrevista concedida a uma rádio local, nesta terça-feira (12).

“Parte da seriedade de investigação que acontece neste país é obra do PT. Já fui prestar depoimento sobre a minha viagem, sobre medida provisória, sobre o depoimento do Delcídio. Acho muitas das perguntas insólitas, mas de qualquer forma sou um cidadão igual a qualquer um, não estou acima da lei. Se eles acham que teve algum problema podem investigar”, acrescentou.

Sobre o processo de impeachment, o líder-mor petista pontuou, ao discursar em Petrolina na noite dessa segunda (11) durante o ato “Semiárido contra o Golpe - Nenhum direito a menos”, que precisa convencer mais seis senadores a votarem contra a deposição de Dilma. “A gente não troca de presidente como troca de roupa. Um presidente tem que ser julgado pelo mandato dele. Dilma tinha três anos de mandato ainda e os caras resolveram reunir uma maioria lá para dizer: vamos derrotar ela. E assaltaram o poder. É um assalto, feito por uma maioria perigosa dos deputados. Dependemos agora de 28 votos”, frisou. 

Ao mencionar o assunto, Lula lembrou que um dos senadores pernambucanos, Fernando Bezerra Coelho (PSB), é de Petrolina, e pediu para que a população vá a casa dele pressionar para que seja favorável à volta da presidente afastada. “Aqui vocês tem um senador, não precisa vocês gastarem muito dinheiro não. Vão na casa dele pedir para que vote contra o impeachment e dizer 'escuta ai companheiro, qual é a tua? Você quer derrubar a presidenta que nós elegemos?'”, salientou.

Diante da possibilidade latente do impeachment ser concretizado, o ex-presidente voltou a prometer que será candidato à Presidência em 2018. “Se o Brasil der certo não voltarei. Estou calejado e direto eu vejo um artigo dizendo que eles têm medo que o Lula volte. Se eles quiserem reduzir os direitos do povo brasileiro a pó, eu digo: não me provoquem, porque eu posso voltar a ser candidato em 2018”, garantiu. 

Agenda

Nesta terça, quando estava agendada uma visita ao Ceará, Lula permanece em Pernambuco. Ele vai participar da plenária do 2° Conselho Deliberativo Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado Pernambuco (FETAPE) em Carpina, na Mata Norte, a partir das 14h30.  

Amanhã (13), o ex-presidente estará em Caruaru, no Agreste, onde acontecerá mais um ato da “Caravana da Democracia” da Frente Brasil Popular. O evento será na Praça Marco Zero às 10h. Em seguida, ainda em Caruaru, Lula visita e almoça no Assentamento Normandia, do MST.

Já à noite, o petista encerra a viagem a Pernambuco no Recife. Às 19h ele participa da cerimônia de conclusão da caravana, iniciada no último dia 4, na Avenida Rio Branco. No mesmo dia, o ex-presidente embarca para São Paulo.

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