Álvaro: O PT que foi massacrado pelo PSB hoje é cortejado

Álvaro Porto acusou o PSB de 'agir ao sabor das conveniências' e de tentar se eximir da responsabilidade de ter levado o então vice-presidente Michel Temer ao comando do país com o impeachment de Dilma Rousseff

por Giselly Santos qui, 03/05/2018 - 09:08
Roberto Soares/Alepe Deputado ponderou críticas ácidas contra o PSB Roberto Soares/Alepe

O deputado estadual de Pernambuco Álvaro Porto (PTB) disparou críticas contra o PSB que vem buscando o apoio do PT para as eleições deste ano. O petebista apontou uma mudança no discurso dos socialistas que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, e agora buscam ter os petistas no mesmo palanque adotando, sob a ótica dele, o discurso de que a destituição do mandato de Dilma foi “golpe”. 

“O mesmo PT que foi massacrado e anulado pelos socialistas agora é cortejado pelo Palácio Campo das Princesas. E, neste processo de reaproximação, nomes do PSB negam decisões públicas tomadas em assembleia para derrubar Dilma Rousseff”, afirmou o deputado petebista, durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco dessa quarta-feira (2).

Porto acusou o partido de “agir ao sabor das conveniências” e de tentar se eximir da responsabilidade de ter levado o então vice-presidente Michel Temer ao comando do país. O deputado petebista salientou que, em 2016, os socialistas votaram pelo afastamento da petista e minimizaram a participação de Lula na atração de empreendimentos para Pernambuco.

“O partido concordou com a tese de que Dilma cometeu mesmo o crime de responsabilidade e agora, dois anos depois, fala em golpe e tenta impor a marca de golpista em quem esteve ao lado da ex-presidente”, criticou, fazendo referência ao senador Armando Monteiro (PTB-PE), que foi ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do segundo mandato de Dilma, votou contra o impeachment e hoje se coloca como pré-candidato ao Governo do Estado.

Em apartes, os deputados Sílvio Costa Filho (PRB) e Teresa Leitão (PT) também criticaram a mudança de postura do PSB diante do PT visando o pleito eleitoral e defenderam a candidatura própria da legenda petista ao Governo de Pernambuco. “É legítimo que a sigla tenha candidato a governador; é bom para a democracia e para os pernambucanos”, afirmou Costa Filho. “O PSB não quer apenas o tempo de TV e o apoio do PT. Há um componente a mais: eles buscam tirar do páreo a candidatura de Marília Arraes”, analisou Teresa.

Na semana passada, o assunto veio à tona a partir de uma provocação feita pelo deputado federal Bruno Araújo (PSDB) que afirmou ter sentado com o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, para tratar do impeachment. Na ocasião, o governador emitiu uma nota dizendo que o PSB agiu de forma “clara e transparente” na época do impeachment. 

“Nunca, nem eu e nem Geraldo, nos sentamos com ele para discutir a questão do impeachment. É bom lembrar que tanto o PSDB quanto o DEM deixaram nossa base política. Nesse episódio do impeachment, o PSB foi um dos últimos partidos a se definir. E fez isso de forma clara e transparente. E, ao contrário do deputado,  não quis fazer parte do Governo Temer”, disse Paulo no texto.

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