Não temo ser o candidato que defende ocupações, diz Boulos

Presidenciável pelo PSOL, o líder nacional do MTST disse que não vai pautar seu discurso de campanha pelo que marqueteiro diz ser bom ou ruim

por Giselly Santos qua, 16/05/2018 - 11:47
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Guilherme Boulos disse que não ia esconder 'de jeito nenhum' o fato de participar há 16 anos do MTST Júlio Gomes/LeiaJáImagens

De passagem pelo Recife nesta quarta-feira (16), o pré-candidato do PSOL a presidente, Guilherme Boulos, afirmou que não teme ser visto como "o postulante que defende as ocupações". O psolista é coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que protagoniza centenas de ocupações no país. 

"Não vou pautar minha intervenção na campanha por marqueteiro, para dizer o que é bom ou ruim, maquiar discurso. Vou falar o que eu acredito", declarou, em conversa com a imprensa antes de participar de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) sobre "convivência com a seca e combate à desertificação do semiárido". 

"Se você entende a defesa de ocupação como a ocupação de espaços improdutivos, ociosos e terrenos endividados. Se eu defendo a ocupação? Claro que sim. Isso está dentro da legislação brasileira, vamos fazer com que a lei seja cumprida, assegurando direito à moradia", completou.

Guilherme Boulos disse que não ia esconder "de jeito nenhum" o fato de participar há 16 anos do MTST e ponderou que a campanha deste ano servirá para "quebrar preconceitos" de que "quem ocupa é vagabundo".

"A moradia é um problema gravíssimo. Tem 6,3 milhões de famílias sem casa no país e 7 milhões de moradias desabitadas. Tem mais casa sem gente do que gente sem casa. É um problema que precisa ser enfrentado com políticas públicas", argumentou o presidenciável. 

"O debate sobre ocupação pautado com preconceito de que quem ocupa é vagabundo e quer tirar vantagem não considera o que faz a pessoa ocupar. O que faz uma mãe pegar seus filhos e ir para um barraco de lona com o pé na lama? Isso não é escolha, mas sim falta de escolha", acrescentou, lembrando que as famílias precisam escolher entre pagar aluguel e comprar comida.

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