Moro no governo Bolsonaro ‘escancara o golpe’, diz Marília
A vereadora do Recife e deputada federal eleita disse que está cada vez mais claro para o povo brasileiro o "golpe" orquestrado para impedir que o ex-presidente Lula fosse candidato
O fato do juiz Sérgio Moro ter aceito o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o superministério da Justiça foi criticado pela oposição. Vereadora do Recife e deputada federal eleita, Marília Arraes (PT), pontuou, nesta quinta-feira (1º), que o posicionamento do magistrado “escancara o golpe”.
“Cada dia mais se escancara o golpe que estamos vivendo no Brasil, tem um juiz que mandou prender, sem provas, o candidato que ia ganhar a eleição, e agora vai ser ministro do candidato que ganhou a eleição só porque o outro que está preso não disputou. Está cada vez mais claro para o povo brasileiro e eu acho que tende a se consolidar quando esse golpe chegar cada dia mais na casa das pessoas e no bolso delas”, salientou.
Moro foi responsável pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelos crimes de corrupção de lavagem de dinheiro, o que, confirmado em segunda instância, enquadrou o petista na Lei da Ficha Limpa o deixando impedido de concorrer à Presidência. Segundo pesquisas de intenções de votos no início da campanha, Bolsonaro perdia apenas para Lula. Os petistas chamam a condenação de "injusta" e "sem provas", além de pontuarem a ação como "golpe".
Marília viaja para Brasília na terça-feira (6), quando terá uma reunião com a bancada eleita do PT. Na avaliação dela, “a tendência é que o governo seja cada vez mais antipovo” e isso dará um “trabalho grande”.
“Terça-feira teremos uma conversa e sabemos o que os direitos das mulheres serão muito atingidos caso ele cumpra o que prometeu. Muita gente votou nele contando que ele não ia fazer o que estava prometendo, algo realmente inusitado na política, mas ele fazendo o que prometeu teremos muitos direitos da mulher atingidos e violados”, ressaltou.
“Teremos um grande trabalhado para lutar contra essa agenda de maldade com o povo brasileiro. Temos que fazer desse tempo amargo uma oportunidade para que o povo crie mais consciência política do que já teve”, completou.
Para Marília, Bolsonaro com a montagem dos ministérios já nesta primeira semana depois da eleição mostra que o “comprometimento dele é com o estrangeiro e a elite brasileira que está a serviço dos interesses internacionais”.