Marília Arraes tem apoio de Lula para concorrer ao Recife
A deputada federal e o ex-presidente vão se reunir com outras lideranças do PT para definirem o quadro eleitoral da capital pernambucana
O PT pode definir, nesta terça-feira (28), se terá candidatura própria ou não na disputa pelo comando da Prefeitura do Recife. A postura pode ser exposta após uma reunião que contará com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do senador Humberto Costa, da deputada federal Marília Arraes - que é pré-candidata a prefeita pelo partido - e do presidente da legenda na capital pernambucana, Cirilo Mota.
A expectativa é positiva diante do nome de Marília na disputa. Nesse domingo (26), inclusive, Lula disse em entrevista ao site UOL que o PT não pode abrir mão de postular ao cargo mais uma vez e demonstrou que aposta positivamente no nome da deputada.
“O PT não pode abrir mão de ter uma candidatura própria em Recife. Quando chegar em 2022, o PSB vai pedir outra vez para o PT não ter candidato a governador depois de quatro de quatro mandatos? Será que o PT não pode ter a oportunidade de ter candidatura própria? O PT vai ter candidatura própria, a Marília deve ser candidata do PT. Se ela não for para o segundo turno, ela apoia o João Campos ou outro candidato que fizer aliança com o PT”, declarou.
Na capital pernambucana, o PSB tem tentado articular para manter o PT no palanque e apoiando o nome do deputado federal João Campos, que é filho do ex-governador Eduardo Campos.
Já os petistas, como costumeiramente, aparecem divididos diante do quadro. No último dia 15, o presidente municipal da sigla, Cirilo Mota, divulgou uma resolução aprovada pela Executiva local em que dava sinais da manutenção da aliança com a legenda do atual prefeito Geraldo Julio (PSB).
A declaração de apoio de Lula à Marília tem grande peso e, segundo a própria deputada federal, é condizente com o que diz a Executiva Nacional do PT. A neta de Miguel Arraes, entretanto, tem no histórico um revés dentro do partido quando se trata de candidatura própria. Ela tentou concorrer ao Governo de Pernambuco em 2018, mas articulações do senador Humberto Costa garantiram uma aliança com o PSB. Naquele ano, Lula estava preso e interlocutores dele chegaram a afirmar que ele também apoiava o nome de Marília, mas, no fim, aceitou a retomada da aliança com os pessebistas.
Desta vez, com o ex-presidente e maior líder do PT solto e disponível para articulações políticas, resta aguardar para saber se realmente o partido vai buscar a retomada do protagonismo eleitoral ou vai manter apenas a meta de aumentar o número de representantes no legislativo municipal.