Paulo Galo é preso por incêndio de estátua de Borba Gato

Além do líder dos Entregadores Antifascistas, a esposa Géssica, que não estava no protesto, e o ativista Danilo Biu também compareceram ao distrito policial para auxiliar nas investigações

por Vitória Silva qua, 28/07/2021 - 15:51
Marcelo Rocha Paulo Galo em sua moto em via de São Paulo Marcelo Rocha

O fundador do grupo Entregadores Antifascistas, Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Paulo Galo, e sua esposa Géssica, com quem tem um filho de três anos, foram alvo de mandados de prisão expedidos nesta quarta-feira (28), por suspeita de incendiar a estátua do bandeirante Borba Gato durante um ato no último dia 24.

A informação foi confirmada pela assessoria do ativista, que segue junto às autoridades para colaborar com as investigações. A defesa agora tenta liberar a esposa de Galo, que não estava presente no dia da manifestação. Danilo Oliveira, conhecido como Biu, também acompanhou o processo e assumiu a sua participação no protesto.

No sábado (24), manifestantes colocaram pneus em chamas ao redor do monumento localizado na Praça Augusto Tortorelo de Araújo, na Zona Sul de São Paulo. O ato aconteceu no mesmo dia em que ao menos 488 protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aconteceram por todo o Brasil e em várias cidades do mundo.

Galo entrega endereço correto e autoriza buscas em sua residência

Em nota à imprensa, a equipe de Galo informou que Paulo se apresentou nesta quarta-feira, dia 28, por volta das 13h, no 11º Distrito Policial de Santo Amaro, em São Paulo.

O mandado de busca e apreensão para a residência de Paulo Galo havia sido expedido para o local errado, por isso, ele apresentou seu endereço correto, autorizando a entrada em sua residência para possíveis buscas.

Confira o comunicado na íntegra:

Paulo Lima se apresentou nesta quarta-feira, dia 28, por volta das 13h, no 11º Distrito Policial de Santo Amaro, em São Paulo, onde é investigado o incêndio contra a estátua de Borba Gato, ocorrido no último sábado, dia 24. A decisão que decretou a temporária saiu momentos após ele ter se apresentado. O mandado de busca e apreensão para a residência de Paulo havia sido expedido para o local errado e Paulo apresentou seu endereço correto, autorizando e possibilitando a entrada em sua residência para possíveis buscas.

Além dele, Danilo Oliveira (Biu), compareceu de forma espontânea para auxiliar nas investigações e assumir sua participação no ato. "Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres", comentou Paulo na ocasião. A esposa de Galo, Gessica, também esteve presente para colaborar com as investigações e foi surpreendida com a expedição de mandado de prisão temporária em seu desfavor. Gessica sequer estava presente no ato político do dia 24/07 e tem uma filha de 3 anos de idade com Paulo, também detido nesta data. A equipe jurídica do escritório Jacob e Lozano acompanha o andamento do processo e pode dar um novo depoimento em breve.

Quem é Borba Gato?

Borba Gato foi um bandeirante paulista que no século 18 caçou indígenas e negros. Atualmente, o papel desses pioneiros na interiorização do País e a condição de símbolo do Estado são questionados. Além de caçar, aprisionar e traficar a população indígena, há fartos registros de estupros e mortes.

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