Lula diz que por ele a desigualdade mudaria em um decreto
Durante a cerimônia alusiva ao Dia Internacional da Mulher, Lula apresentou um pacote de ações voltadas à ampliação dos direitos das mulheres
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou, nesta quarta-feira (8), uma série de medidas voltadas aos direitos das mulheres. Durante a cerimônia alusiva ao Dia Internacional da Mulher, Lula disse que se dependesse do governo dele a desigualdade de gênero acabava através de um decreto presidencial. No pacote de ações anunciadas por Lula, está o projeto de lei que obriga o pagamento de salários iguais aos homens e mulheres que ocupem as mesmas funções.
“Quando aceitamos que a mulher ganhe menos que os homens no exercício da mesma função estamos perpetuando uma violência histórica. Neste projeto tem uma palavra e essa palavra mágica chama-se ‘obrigatoriedade’. Vai ter muita gente que não vai querer pagar, mas para isso a Justiça vai funcionar. Vão ter que pagar aquilo que a mulher merece por sua capacidade de trabalho”, declarou o presidente.
Diante das ministras da sua gestão e da primeira-dama Janja, Lula listou uma série de formas de violências que são cometidas contra as mulheres em vários setores da sociedade e defendeu uma celeridade na ampliação dos direitos femininos.
“Nada, absolutamente nada, justifica a desigualdade de gêneros. Talvez a implicação esteja no receio dos homens de serem superados pelas mulheres. As mulheres querem igualdade e não superioridade. Quanto mais as mulheres avançam, mais um país avança. Infelizmente não é esse um problema exclusivo do Brasil”, observou Lula.
“A humanidade levará 300 anos se permanecerem nas condições atuais, por isso não podemos aceitar que as condições permaneçam como estão, precisamos acelerar este processo. Se dependesse deste governo, a desigualdade acabaria hoje mesmo com um decreto do presidente”, emendou.
O presidente disse ainda que “o respeito às mulheres é valor inegociável em todas as esferas do Executivo Federal”.
“Quando digo que o Brasil voltou é preciso acrescentar que o Brasil voltou e precisa de todas e de todos. [...] Depois que ‘o coiso’ [Jair Bolsonaro] foi eleito vocês viram o retrocesso que as conquistas e os avanços sociais tiveram neste país. Precisamos lutar não só para conquistar, mas para manter. Desde 1943 que está escrito que todas as mulheres têm direito ao mesmo salário dos homens, agora, com esta lei, fizemos questão de colocar a palavra obrigatoriedade para que, definitivamente, ninguém ganhe menos apenas pelo fato de ser mulher. Estamos dizendo, em alto e bom som, quem trabalha na mesma função, tem o mesmo direito de ganhar o mesmo que o homem. Quando conseguirmos isso, vamos ter que conquistar ainda mais”, afirmou o líder petista.