'Impossível esquecê-lo', diz pesquisador sobre Pimentel
Ator José Pimentel faleceu na manhã desta terça-feira (14), no Recife, em decorrência de um enfisema pulmonar
As múltiplas funções exercidas no teatro faziam do pernambucano José Pimentel, que faleceu na manhã desta terça-feira (14), no Recife, um artista completo. Responsável por ser um dos fundadores do espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova, Pimentel deixou um legado de persistência e atitude nas artes cênicas.
Para Leidson Ferraz, autor da série de livros "Memórias da cena pernambucana", José Pimentel era uma das pessoas mais queridas da cena cultural do Estado. "Ele conseguiu reunir todas as estéticas artísticas. Pimentel vai fazer muita falta. Era um ser humano incrível. Eu posso dizer que ele era fiel às pessoas. Só quem conviveu com José Pimentel sabe que ele era um grande homem", disse o pesquisador, em entrevista ao LeiaJá.
Amigos de longas datas, Leidson relembrou sua parceria de trabalho com Pimentel durante a peça religiosa, encenada na capital pernambucana. "Eu trabalhei com ele durante 11 anos. Eu era assessor de comunicação do espetáculo e também ator, em que eu fazia o demônio de Judas. Eu sempre tive admiração. Comecei a fazer teatro por conta dele, aos oito anos. É tanta dor nesse momento. Impossível esquecê-lo", contou.
Nascido em Garanhuns, José Pimentel comandou por mais de 20 anos, dirigindo e atuando, a Paixão de Cristo do Recife. Ele saiu da mira dos holofotes em 2018, deixando de interpretar pela primeira vez o papel de Jesus Cristo. A produtora cultural Misia Coutinho, que foi parceira do ator este ano, lamentou a morte.
"Um gênio. Nós perdemos um grande homem. Ele deixa um grande legado. Uma pessoa muito querida pelos artistas e pela população", comentou Misia. Em 2017, José Pimentel foi considerado um dos Patrímônios Vivos de Pernambuco, pela importância do talento explícito no papel de Jesus por mais de 40 anos.