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A produtora Lílian Pimentel, filha do ator José Pimentel, falecido em 2018, falou nesta quinta (11), sobre a sua 'missão' de dar continuidade ao legado do pai. À frente da realização do espetáculo Paixão de Cristo, que este ano ganhou mais 'sobrenomes' e passa a ser 'de José Pimentel', a produtora comentou a ida do evento para a cidade de Olinda e como ela e a equipe têm se empenhado para botar em prática tudo o que o próprio Pimentel havia deixado por escrito para mais uma temporada da peça.

Lílian surpreendeu aos presentes na coletiva de imprensa, realizada na Prefeitura de Olinda, ao revelar que fazer a Paixão na cidade Patrimônio Cultural da Humanidade era um desejo antigo de seu pai. A vontade surgiu quando Pimentel apresentava apenas algumas cenas do espetáculo no pátio da Igreja do Carmo, local onde será montada a temporada de 2019. "Ele tinha esse sonho de fazer e de repente, aconteceram tantas coisas e recebemos o convite do professor e de toda a equipe, nem tenho palavras para dimensionar o acolhimento e como estamos sendo recebidos na cidade. Uma parceria está sendo criada".

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A produtora também contou que ela e toda sua equipe tem trabalhado arduamente para dar conta de todas as novidades prescritas por José Pimentel para a temporada 2019. Trazer novidades ao evento, a cada ano, era uma das 'exigências' do ex-diretor que ela não quer deixar passar: "A gente está tendo o mínimo cuidado com as coisas que ele deixou escritas, as mudanças para 2019. Ele tinha tudo detalhado. É um novo ciclo que se inicia sem José Pimentel de corpo presente, mas a história e o legado dele continuam". Dentre as novidades estão figurinos, novos atores no elenco, reorganização de cenas e uma homenagem ao artista.

A força de vontade da profissional divide espaço com as emoções da filha. Ela relembrou uma das conversas que teve com o pai quando ele lhe pediu que continuasse a levar o teatro ao ar livre para o público. "Não está sendo fácil. Ele é meu melhor amigo e eu prometi a ele seguir o seu legado". E, além de perpetuar a memória do pai nos palcos, Lílian também está se dedicando na materialização do Instituto José Pimentel, um espaço que além de abrigar o acervo do artista também vai funcionar como escola de artes cênicas. Um livro também está nos planos da produtora: "Às vezes, eu conheço um José Pimentel que eu não conhecia, que era aquele caladinho, escrevendo no computador. Ele tem vários poemas e peças escritas. Acho que vou lançar um livro de poemas".

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A celebração da Semana Santa em 2019 vai ganhar duas novidades. Além de um espetáculo repaginado no tradicional palco do Marco Zero, intitulado Jesus Luz do Mundo, a cidade vizinha da capital pernambucana, Olinda, também será destino para aqueles que não dispensam ver a trajetória final de Jesus no teatro. A Paixão de Cristo de José Pimentel será encenada em solo olindense.

A notícia foi divulgada, nesta segunda (8), através do Facebook da montagem produzida por Lilian Pimentel, filha do falecido ator e diretor que por 40 anos encenou a Paixão - destes, mais de 20 sob o título de Paixão de Cristo do Recife, tendo sido realizada no Estádio do Arruda e na Praça do Marco Zero. Após seu falecimento, em agosto de 2018, o espetáculo chegou a ser disputado na justiça entre Lilian e a Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe) e foi incógnita quanto a sua realização.

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O enigma acabou em dois espetáculos. O da Apacepe ganhou apoio da Prefeitura do Recife e será realizado no tradicional palco do Marco Zero, já o de Lilian Pimentel, que dá continuidade ao legado do pai, estreia em novo local, em 2019. A notícia foi comemorada no Facebook da montagem: "Estamos em festa. Não perdemos espaço. Mas Olinda nos abraça com todo seu encanto. O nosso espetáculo agora ficará ainda mais rico".

Segundo o site Observatório de Olinda, o espetáculo, este ano intitulado Paixão de Cristo de José Pimentel, será encenado na área externa da Igreja do Carmo, no Sítio Histórico, entre os dias 18 e 21 de abril. Ainda de acordo com a página, uma grande estrutura está sendo idealizada, com fogos de artifício, telões de led e novidades para a apresentação.

 

O Recife terá um 'novo' espetáculo d'A Paixão de Cristo em 2019. De acordo com anúncio feito pela Prefeitura do Recife, na última segunda (1º), a montagem Jesus, Luz do Mundo, produzido pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe),  será apresentado no Marco Zero. O espaço, que tradicionalmente era ocupado pelo espetáculo produzido e dirigido pelo falecido ator José Pimentel, foi reclamado pela sua filha, Lilian Pimentel, na última terça (2). A produtora usou as redes sociais para dizer que sua produção foi "roubada".

A Paixão de Cristo do Recife virou alvo de briga judicial após a morte de Pimentel, em 2018. Sua filha Lilian e os produtores da Apacepe brigaram tanto pelo espetáculo quanto pelo direito de usar a praça do Marco Zero para sua apresentação. Após a divulgação de que a montagem da Apacepe ocuparia o local, a produção de Lilian se manifestou pelo Facebook e se disse "roubada": "Estamos estarrecidos com a decisão da Prefeitura do Recife, em ceder o uso do chão do Marco Zero para a APACEPE, quando desde ano passado solicitamos o uso do local, o qual sempre se realizou a Paixão de Cristo de Pimentel".

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Ainda segundo a nota, a produtora está à procura de outro local para apresentação de sua Paixão, que continua sendo ensaiada e preparada, às vésperas do período pascoal: "Chão roubado sim, porém o legado do mestre jamais será apagado. Agora estamos em busca de um espaço o qual a mesma multidão estará presente, mesmo depois dessa injusta decisão da PCR. Agora teremos que correr contra o tempo, para assumir esse prejuízo causado para que a nossa produção não tenha tempo de se organizar. Queremos informar aqui que não vamos desistir". Em outra postagem, que mostra fotos da preparação do elenco para a temporada 2019 do espetáculo, a produtora é direta: "A Paixão de Cristo de Pimentel não vai parar".

Confira  a nota na íntegra

Estamos estarrecidos com a decisão da Prefeitura do Recife, em ceder o uso do chão do Marco Zero para a APACEPE, quando desde ano passado solicitamos o uso do local, o qual sempre se realizou a Paixão de Cristo de Pimentel, que agora é cedido e favorecido a uma produtora que se diz "Associação" que cria um espetáculo por fora, apenas por perseguição à filha de José Pimentel. Ano passado esse senhor, que usa essa sigla em benefício próprio, gerou uma indisposição com o autor do espetáculo José Pimentel, que decidiu empreender seu espetáculo sem ele, agora toma o uso do chão, empreendendo uma nova montagem, quando ainda ano passado Pimentel realizou a Paixão de Cristo no Marco Zero. O que seria justo e lógico era a Paixão de Pimentel continuar sendo feita no mesmo local, com sua filha dando continuidade ao legado do pai. Chão roubado sim, porém o legado do mestre jamais será apagado. Agora estamos em busca de um espaço o qual a mesma multidão estará presente, mesmo depois dessa injusta decisão da PCR. Agora teremos que correr contra o tempo, para assumir esse prejuízo causado para que a nossa produção não tenha tempo de se organizar. Queremos informar aqui que não vamos desistir.

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Após o falecimento de José Pimentel, ator e diretor da tradicional Paixão de Cristo do Recife, a realização do espetáculo em 2019 virou uma incógnita. Alvo de briga judicial entre os antigos produtores, da Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), e a filha do antigo diretor, Lilian Pimentel, o espetáculo acabou sendo 'dividido' e duas equipes passaram a ensaiá-lo alegando que, no período da Páscoa, a Praça do Marco Zero, como de costume, receberia a apresentação.

Nesta segunda (1), a Prefeitura do Recife confirmou qual das montagens receberia seu apoio e a permissão de uso do Marco Zero. Sob o nome de Jesus, a Luz do Mundo, a Apacepe será a responsável pelo tradicional espetáculo, com apresentação entre os dias 29 e 21 de abril.

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Para 2019, a Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco preparou um evento inédito. Ao todo, serão 22 cenas, com roteiro, cenários e elencos novos. O texto é assinado por Carlos Carvalho, que também comanda a direção do espetáculo. Os figurinos são de Manoel Carlos, e cenários de Célio Pontes e Eron Villar. A trilha sonora é do maestro José Renato.

O elenco, também todo renovado, traz mais de 43 atores e 10 figurantes. No papel principal, o ator Bruno Garcia interpreta Jesus Cristo, nos palcos, pela primeira vez.

Serviço

Jesus a Luz do Mundo - A Nova Paixão do Recife

19 a 21 de abril - 18h

Marco Zero (Bairro do Recife)

Gratuito

Uma das histórias mais conhecidas e contadas no mundo ocidental, a Paixão de Cristo, narra o calvário de um dos personagens mais importantes dessa cultura, Jesus Cristo. Em Pernambuco, existe uma forte tradição de montagens que encenam o trecho bíblico no período da Páscoa, porém, no Estado e na sua capital, a cidade do Recife, o calvário é vivido por atores, produtores e diretores dos espetáculos, dentro e fora dos palcos.  Falta de apoio, briga por espaço e a omissão de pagamentos têm tornado a vida de quem se dedica ao trabalho uma verdadeira via-crúcis.

No Recife, um dos mais tradicionais espetáculos desse período, a Paixão de Cristo que leva o nome da cidade e que foi idealizada, dirigida e encenada, por mais de duas décadas, pelo ator e diretor José Pimentel, falecido em agosto de 2018, corre o risco de nem ser apresentado em 2019; ou acontecer em ‘duplicidade’. Após o falecimento de Pimentel, uma briga judicial se instaurou entre sua família e a Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), produtora com a qual costumava trabalhar, pelos direitos do espetáculo.

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Familiares de Pimentel pediram, na Justiça, que a Apacepe se abstivesse de usar a imagem, obra e o nome do falecido diretor na realização do seu espetáculo e obteve ganho de causa. No entanto, a produtora manteve a decisão de encenar a peça e chegou a divulgar, através de sua assessoria a realização do espetáculo entre os dias 19 e 21 de abril, no Marco Zero do Recife, local onde vinha sendo realizado nos últimos anos. No entanto, a assessoria de Lílian Pimentel, filha de José Pimentel que ficou à frente do espetáculo, também garantiu a realização do seu espetáculo entre 18 e 21 de abril, no mesmo local.

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Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife (PCR), que sempre apoiou a Paixão de Cristo do Recife, inclusive cedendo o espaço do Marco Zero, garantiu, em janeiro de 2019, que não havia nenhum evento marcada para tais datas no espaço e que não estava oferecendo apoio a nenhuma das montagens. Procurada novamente, a PCR não deu novas informações a respeito da possível realização do espetáculo até o fechamento desta matéria.

Já a nível estadual, o problema está relacionado a dinheiro. O festejado edital Pernambuco de Todas as Paixões,  instituído pela Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, há 11 anos, com o objetivo de incentivar e promover a realização dessas montagens ao redor do estado de Pernambuco, não vem cumprindo com o prometido. Nesta quinta (7), o pesquisador de teatro Leidson Ferraz fez um verdadeiro desabafo em seu perfil do Facebook revelando que nenhum dos 14 grupos habilitados no ano de 2018 receberam o valor proposto pelo edital daquele ano.

Leidson chamou o Estado de “Pernambuco de Paixões Sofridas”, e disse: “Até hoje, praticamente um ano depois, nenhuma das 15 Paixões de Cristo espalhadas pelo estado, do Recife a Petrolina, recebeu qualquer centavo prometido e que lhes é de direito”. O pesquisador foi um dos integrantes da comissão de análise de mérito cultural e equipes de visitas técnicas, que analisaram os proponentes. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, David L’ucard, diretor da Paixão de Cristo de Camaragibe confirmou a falta de pagamento por parte do Governo do Estado: “Nenhum dos grupos que participou recebeu”.

O diretor contou que a Fundarpe promoveu algumas reuniões, sem nenhum resultado efetivo, e agendou uma nova, com todos os habilitados do ano de 2018, para a próxima semana, a fim de propor uma maneira de resolver a falta. Ele lamentou o descaso: “Algumas Paixões tiveram de fazer empréstimo, é um processo comum para quem faz cultura, principalmente quem depende de edital porque só é pago depois. Quando os grupos não tem reserva de caixa, e a maioria não tem porque os projetos se pagam e não fica dinheiro de reserva; então muitos precisam de um aporte nesse sentido. Quando não chega um patrocínio antes os grupos recorrem a cartão de crédito, empréstimo”.

Ainda assim, L’ucard faz questão de frisar a importância do Pernambuco de Todas as Paixões: “O edital é de suma importância para o fazer cultural no Estado. Ele é o fomentador não sé de um espetáculo, mas de uma cadeia produtiva imensa que envolve diretores, produtores técnicos, figurinistas, cenógrafos; além desse resultado material que a gente visualiza no período da Paixão, durante os espetáculos, a gente também tem o resultado que fica, que são os grupos de teatro que começam a se formar a partir desses encontros das Paixões, os atores novos que são descobertos, novos técnicos”.

Leidson Ferraz fez o mesmo em sua publicação no Facebook, e lamentou o descaso com o qual o edital vem sendo tratado: “Saliento o quão importante é a continuidade e a valorização do projeto “Pernambuco de Todas as Paixões”, que agrega centenas de artistas e técnicos e milhares de espectadores estado adentro. Ou seja, essa é realmente a terra dos Paixões de Cristo mais do que sofridas. Vergonha! Descaso! Absurdo! Ao governador Paulo Câmara e aos novos presidentes da Fundarpe e Secretaria de Cultura, só resta pedirmos respeito à classe artística”!

Governo do Estado

Procurada pelo LeiaJá, a Fundarpe informou que os pagamentos do edital 2018 serão realizados até o fim deste mês de março para que não haja prejuízo algum na realização do edital 2019, aberto no momento. “O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura (Secult) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), confirma que estará realizando o pagamento dos selecionados no EDITAL 2018 até o final deste mês de março.  Assim como foi feito com o ciclo carnavalesco deste ano, há um compromisso do Governo do Estado de honrar os débitos referentes ao ano de 2018. Os pagamentos serão feitos durante todo o mês de março, para não comprometer a realização dos espetáculos”.

A  suposta reunião que estaria marcada para a discussão do problema, no entanto, não foi confirmada, embora o órgão tenha deixado aberta a possibilidade de uma conversa entre gestores e classe artística: “Não há qualquer reunião agendada, seja com o secretário de Cultura, Gilberto Freyre Neto, seja com o presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto.  Apesar disso, ambos demonstram completa disposição para atender os representantes dos grupos envolvidos com os espetáculos da Paixão”.

Há mais de duas décadas, o público recifense tem uma tradição na época da Páscoa: assistir ao espetáculo A Paixão de Cristo do Recife, uma das histórias mais conhecidas do ocidente. A montagem da capital pernambucana foi idealizada e realizada, durante os últimos 22 anos, pelo ator e diretor José Pimentel. Porém, o falecimento do artista em agosto de  2018, pode levar o espetáculo a um lugar nunca antes imaginado.

Meses após a morte  de Pimentel, uma disputa judicial em torno do espetáculo ao qual dedicou parte de sua trajetória artística, se instaurou. A filha do diretor, Lílian Pimentel, e membros da Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), com quem o diretor dividia a produção da peça, passaram a divergir quanto a sua encenação.

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A família de José Pimentel não aceita a realização do novo espetáculo pela Apacepe, e pediu na Justiça que a produtora se abstenha de utilizar a imagem, o nome e a obra do falecido diretor, tendo alcançado ganho de causa.

Agora, a apresentação do espetáculo está diante de um impasse. Segundo a assessoria da família Pimentel, A Paixão de Cristo do Recife será realizada, entre os dias 18 e 21 de abril, no Marco Zero do Recife, com apoio da Prefeitura, tendo Emerson Moura, ator escolhido por José Pimentel, no papel de Cristo, como feito em 2018, última edição dirigida pelo idealizador do espetáculo.

Por sua vez, a assessoria da Apacepe garante a apresentação da peça  Paixão de Cristo do Recife - Jesus, a luz do mundo, de 19 a 21 de abril, também no Marco Zero e com apoio da Prefeitura do Recife e Governo do Estado. Neste espetáculo, Jesus será interpretado pelo ator Bruno Garcia; com figurinos, cenários e produção toda renovada.

Sobre apoio

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura do Recife negou a utilização do Marco Zero no período citado por ambas as produtoras. Através de nota oficial, o órgão também não confirmou qualquer tipo de apoio a nenhuma das produções. O Governo do Estado, igualmente procurado, não respondeu até o fechamento dessa reportagem. Confira a nota da PCR na íntegra.

A Prefeitura do Recife informa que não há autorização emitida, até o presente momento, para a realização de qualquer evento no Marco Zero durante a Semana Santa. Desde 2013, a gestão adotou critérios e trâmites rigorosos para espetáculos e programações que se candidatem a ocupar Marco Zero, um dos principais e mais usados equipamentos de lazer da cidade, priorizando o usufruto da população.

 

Na manhã desta sexta-feira (30), no Museu do Trem, na área central do Recife, foram revelados alguns detalhes da Paixão de Cristo do Recife em 2019. Imortalizado por José Pimentel, falecido em agosto deste ano, o espetáculo contará com a presença do ator Bruno Garcia no papel principal. Em meio as novidades da peça, um imbróglio envolvendo a família de Pimentel e os produtores da peça está dando o que falar.

Para o produtor Paulo de Castro, a decisão da filha de José Pimentel, Lilian, de mover uma ação na Justiça para proibir que a imagem e o texto original do pai sejam incuídas na peça do ano que vem, acendeu a ideia de defender também o projeto. "Será uma 'Paixão' de resistência e afeto. Jamais vou deixar de citar o nome de José Pimentel. Nunca. Foram 44 anos de vida ao lado dele, mais tempo comigo do que com a própria família", disse Castro, em entrevista ao LeiaJá.

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Sobre a possibilidade de haver uma dupla apresentação do espetáculo, por parte dele e dos familiares de Pimentel, Paulo de Castro pontua que é viável que isso aconteça. "A família tem todo o direito de continuar com a peça. Vamos apresentar o espetáculo sem texto, sem Pimentel, sem nada dele. Não queremos briga. Não há a menor possibilidade dessa 'Paixão' ser feita por nós", afirmou.

"Eu tenho certeza que se Pimentel estivesse aqui faríamos nós e não ela [filha]. A qualidade é que vai reger esse processo todo. Eu não tenho conhecimento jurídico, mas tenho conhecimento da verdade, de ser sincero", completou Paulo, ao citar Lilian em relação a polêmica de quem vai exibir na capital pernambucana a nova etapa da Paixão de Cristo.

  Foi divulgada, na manhã desta sexta-feira (30), a nova montagem da Paixão de Cristo do Recife. Em 2019, o espetáculo será recheado de novidades, entre elas a presença do ator Bruno Garcia no papel de Jesus, substituindo José Pimentel, falecido em agosto deste ano.

Sob a produção  de Paulo de Castro, Antônio Pires e Octavio Catanho, a reestruturação da peça do ano que vem renderá homenagem a Pimentel, que por quatro décadas protagonizou a história de Cristo em Fazenda Nova, em Nova Jerusalém, e depois na capital pernambucana. 

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Para Bruno Garcia, o convite para interpretar Jesus Cristo após a morte de Pimentel, na "nova Paixão" está sendo assimilado aos poucos. “A ficha está caindo. O legado dele [José Pimentel] 'tá' aí. Em entrevista ao LeiaJá, Bruno explicou que sua participação no espetáculo não é uma substituição a Pimentel.  

"É impossível dizer que alguém possa substituí-lo. Eu não vou substituir José Pimentel. Eu, simplesmente, vou interpretar Jesus Cristo dentro do teatro pernambucano que marcou a história desse 'vulto'", contou.

Dirigido por Carlos Carvalho, a Paixão de Cristo do Recife será encenada de 19 a 21 de abril, no Marco Zero, a partir das 18h.

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As homenagens ao ator e dramaturgo pernambucano José Pimentel, que faleceu na última terça-feira (13), não param. Depois de uma multidão emocionada ter se despedido do artista na Assembleia Legislativa do Estado (Alepe), o público terá uma nova oportunidade de homenagear o ídolo e sua história, durante a missa de sétimo dia - que será realizada na próxima segunda-feira (20), no pátio da feira do Arruda, Zona Norte do Recife, bairro que Pimentel era apaixonado e morou durante décadas.

A cerimônia tem início previsto para às 19h e será celebrada pelo Padre João Carlos. No local, será montada uma estrutura com palco e cadeiras. São esperados, além de familiares, amigos e artistas, centenas de fãs do ator, que teve como grande papel no teatro o de Jesus Cristo nas encenações da Paixão de Cristo do Recife e de Nova Jerusalém.

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“Essa é uma forma de mostrar aquilo que Pimentel sempre foi: uma homem, um artista, próximo de seu público. Isso é um agradecimento à toda história dele, a todo carinho que ele teve com o teatro, com a entrega que ele teve com as pessoas e com a sua arte. Não poderia ser diferente, Pimentel era do povo”, ressalta a sobrinha Heloísa Pimentel, fiel escudeira por anos do dramaturgo em encenações clássicas, como a Paixão de Cristo - espetáculo a qual acompanhou de perto por 15 anos.

José Pimentel faleceu aos 84 anos, em decorrência de um enfisema pulmonar. O ator - que também era diretor, jornalista e professor - estava internado na UTI do Hospital Esperança, no Recife, desde o dia 8 de agosto. Natural de Garanhuns (PE), ele começou sua carreira em 1956, participando como figurante no espetáculo “O drama do Calvário” - que futuramente se tornaria “A Paixão de Cristo”. Em 1969, um ano após o espetáculo ser levado para Fazenda Nova, no município de Brejo da Madre de Deus (PE), o ator assumiu a direção da montagem e, quase uma década depois, em 1978, acumulou também a missão de atuar no papel principal da produção, o de Jesus Cristo, com o qual ficou eternamente conhecido em todo o país.

Nos anos 90, levou o espetáculo para o Recife, apresentando-o no estádio do Arruda e, posteriormente, no Marco Zero, no Centro da Cidade, tornando a encenação uma tradição do calendário da Semana Santa na capital pernambucana. Em 2017, tornou-se Patrimônio Vivo de Pernambuco pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural e chegou à aposentadoria do papel de Cristo este ano. Apesar de se despedir do personagem, Pimentel seguia na ativa - dirigindo a encenação do espetáculo “O Massacre de Angico - A Morte de Lampião”, em Serra Talhada, sertão de Pernambuco.

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Familiares, amigos, artistas e fãs compareceram ao velório do dramaturgo José Pimentel, nesta terça (14), na Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe), para prestar-lhe uma última homenagem. O ator que interpretou o papel de Jesus, na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e, em seguida na do Recife, por quatro décadas, faleceu na manhã desta terça (14), aos 84 anos, em decorrência de um enfisema pulmonar e um câncer no pâncreas, descoberto durante a internação.

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A pedido do próprio Pimentel, e de muitos que o cercavam, o corpo foi velado com o figurino do personagem Jesus. A filha do ator, Lílian Pimentel, explicou porque acatou o desejo: "Ele sempre dizia: 'Deixe minha roupa aí, quando eu morrer, quero ir com ela'. O pessoal pediu, também. E é justo, todo mundo sempre o viu vestido assim". Antes do início do velório, ela também revelou outro desejo do pai, o de que ela desse continuidade ao seu trabalho: "Vou fazer de tudo para conseguir isso", disse.

Muitos dos figurantes que trabalharam na Paixão do Recife também compareceram. Chorando muito, o estudante Antônio Carlos, que já atuou por oito anos ao lado de Pimentel, lembrou da alegria e generosidade do dramaturgo. "Quando eu soube, passei mal, estou à base de remédios. Vai ser muito difícil sem ele, mas vou continuar fazendo o espetáculo com muito carinho, por ele".

O ator Hemerson Moura, que substituiu Pimentel no papel de Jesus, em 2018, também falou com reverência sobre o seu ídolo: "Ele é um símbolo da resistência do teatro". A secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, reconheceu a contribuição do dramaturgo para o teatro pernambucano: "Eu agradeço a Pimentel pelos serviços que ele prestou a esta cidade. Agora, ele descansa".

O enterro de José Pimentel está marcado para quarta-feira (15), no Cemitério de Santo Amaro, área central do Recife, às 10h. Antes do sepultamento, será realizada uma missa aberta ao público na capela do cemitério.

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Reconhecido pela sua fervorosa dedicação às artes cênicas, e a habilidade de desempenhar, no teatro, as mais diversas funções, José Pimentel angariou, ao longo da vida, uma legião de fãs e admiradores. Entre os artistas, ele era tido como “gênio”, “mestre” e um “professor”, função esta que Pimentel desempenhou literalmente na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), durante muitos anos.

Em 2017, o ator foi agraciado com o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, no ano seguinte, ele deixava o papel de Jesus, após 40 anos, ficando apenas na direção do espetáculo.


A filha do ator e dramaturgo José Pimentel, Lílian Pimentel, falou sobre o pai e seus últimos desejos, durante o velório realizado nesta terça (14), na Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Ela revelou ter recebido, do advogado da família, na última semana, ainda no hospital, um documento escrito com as diretrizes para dar seguimento e salvaguarda ao legado do artista.

Entre os desejos, estão a continuidade dos espetáculos que já vinham sendo realizados, como a Paixão de Cristo e O Massacre do Angico - A Morte de Lampião. Além disso, Pimentel desejava a abertura de um teatro com seu nome.

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O local se destinaria à apresentação de peças e realização de cursos e oficinas artísticas. "Ele disse que eu estava apta a dar continuidade a tudo, porque o melhor ensinamento foi eu ter convivido e aprendido tudo com ele. E eu vou fazer de tudo para conseguir".

Lílian também falou, com muito carinho, sobre o exemplo deixado pelo pai: "Eu agradeci a ele por tudo. Tive muita sorte de tê-lo como pai". Tranquila, a herdeira única de Pimentel acredita que o ator deixou esta vida feliz: "Ele se despediu fazendo um espetáculo ao ar livre (O Massacre do Angico, apresentado em Serra Talhada na última semana), que era o que ele tanto gostava. Ele sabia que tinha uma missão e a cumpriu. Ele foi em paz".


O ator Hemerson Moura, primeiro a substituir José Pimentel no papel de Jesus, no espetáculo A Paixão de Cristo do Recife, falou sobre seu grande 'ídolo' e as licões deixadas por ele, durante o velório do artista, nesta terça (14). Extremamente emocionado, Hemerson relembrou as palavras que ouviu do diretor durante a primeira temporada em que encarnou Cristo para o público tão acostumado a ver o próprio Pimentel naquele lugar.

Em 2018, ano em que o estreante, escolhido em uma espécie de concurso que avaliou vários candidatos, assumiu o espetáculo, a falta de verba e estrutura quase inviabilizou a realização da temporada: "Nunca vou esquecer quando ele me ligou e disse: 'Vamos botar essa paixão na rua?'".

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Após a estreia, quando Pimentel deu 'a benção' ao sucessor, dizendo-lhe que estava "pronto", o momento que mais marcou Hemerson, e que ele garante, nunca esquecerá, foi quando o diretor o reconheceu diante do público: "Ele me chamou de filho, em praça pública".

As múltiplas funções exercidas no teatro faziam do pernambucano José Pimentel, que faleceu na manhã desta terça-feira (14), no Recife, um artista completo. Responsável por ser um dos fundadores do espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova, Pimentel deixou um legado de persistência e atitude nas artes cênicas.

Para Leidson Ferraz, autor da série de livros "Memórias da cena pernambucana", José Pimentel era uma das pessoas mais queridas da cena cultural do Estado. "Ele conseguiu reunir todas as estéticas artísticas. Pimentel vai fazer muita falta. Era um ser humano incrível. Eu posso dizer que ele era fiel às pessoas. Só quem conviveu com José Pimentel sabe que ele era um grande homem", disse o pesquisador, em entrevista ao LeiaJá.

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Amigos de longas datas, Leidson relembrou sua parceria de trabalho com Pimentel durante a peça religiosa, encenada na capital pernambucana. "Eu trabalhei com ele durante 11 anos. Eu era assessor de comunicação do espetáculo e também ator, em que eu fazia o demônio de Judas. Eu sempre tive admiração. Comecei a fazer teatro por conta dele, aos oito anos. É tanta dor nesse momento. Impossível esquecê-lo", contou.

Nascido em Garanhuns, José Pimentel comandou por mais de 20 anos, dirigindo e atuando, a Paixão de Cristo do Recife. Ele saiu da mira dos holofotes em 2018, deixando de interpretar pela primeira vez o papel de Jesus Cristo. A produtora cultural Misia Coutinho, que foi parceira do ator este ano, lamentou a morte.

"Um gênio. Nós perdemos um grande homem. Ele deixa um grande legado. Uma pessoa muito querida pelos artistas e pela população", comentou Misia. Em 2017, José Pimentel foi considerado um dos Patrímônios Vivos de Pernambuco, pela importância do talento explícito no papel de Jesus por mais de 40 anos.

Morreu nesta terça-feira (14), aos 84 anos, o ator, diretor, professor e dramaturgo pernambucano José Pimentel. Ele estava internado na UTI do Hospital Esperança, no Recife, desde o dia 8 de agosto e  faleceu em decorrência de um enfisema pulmonar.

Natural de Garanhuns (PE), José Pimentel começou sua carreira em 1956, participando como figurante no espetáculo O drama do Calvário - que mais tarde se tornaria A Paixão de Cristo -, a convite do amigo Otávio Castanha, o Tibi. A amizade entre os dois começou no Ginásio Poder Muscular, anos antes, onde Pimentel treinava como fisiculturista. Após a estreia nos palcos, o garanhuense se descobriu como ator e passou a aprender diversas funções dentro do teatro, como iluminação, cenografia e direção, tornando-se um artista multifunções. Ele também formou-se em jornalismo e foi professor na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).  

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Em 1968, O Drama do Calvário passou a ser encenado em Fazenda Nova, na então recém construída cidade-teatro de Nova Jerusalém.  À essa época, o espetáculo passou a chamar-se Paixão de Cristo e, no ano seguinte, o ator assumiu, também, a direção da montagem. Em 1978, Pimentel passou a atuar no papel principal da produção, Jesus Cristo, função pelas quatro décadas seguintes. 

Em 1996, Pimentel passou a dirigir e encenar um novo espetáculo da Paixão, desta vez no Recife. Foi nela que o artista se aposentou do papel de Jesus, em 2018, após 40 anos interpretando o mesmo personagem. Um ano antes, em 2017, Pimentel foi eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural.  

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O ator José Pimentel, conhecido por interpretar Jesus Cristo na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e do Recife, está internado na UTI do Hospital Esperança do Recife, desde a última quarta (8). 

Aos 84 anos, Pimentel está tratando de um enfisema pulmonar. Nesta sexta (10), a família do ator enviou à imprensa um comunicado informando sobre sua internação. Segundo Lilian Pimentel, sua filha, José está sob os cuidados dos médicos especialistas Henrique Guido e Roberto Borges, profissionais que acompanham a família há vários anos.

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A nota também pede que os fãs façam orações pela saúde do artista. Confira na íntegra.

A família do ator e diretor José Pimentel comunica À sociedade pernambucana e à imprensa que ele encontra-se internado no Ospital Esperança Recife para tratamento de um efizema pulmonar.

José Pimentel tem 84 anos e há 21 dirige e atua na Paixão de Cristo do Recife, tendo sido substituido no papel título de Jesus este ano.

Pimentel é precursor dos dramas da Paixão de Cristo em Pernambuco, tendo sido fundador da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém há 52 anos.

Ele está na UTI, aos cuidados dos médicos especialistas Henrique Guido e Roberto Borges, que já há muitos anos acompanham a família. As visitas ao paciente estão restritas aos familiares e amigos mais próximos. Os familiares de Pimentel pedem, a todos, oraçoes para o seu restabelecimento. 

Assina a nota, a filha do diretor, Lilian Pimentel.


O encontro entre militares do Governo Getulista e cangaceiros liderados por Lampião e Maria Bonita é tema do espetáculo gratuito O Massacre de Angico – A Morte de Lampião, que tem texto e Anildomá Willans de Souza e direção de José Pimentel, está em cartaz até o próximo domingo (29), às 20h, na Estação do Forró (antiga Estação Ferroviária), em Serra Talhada.

No palco, 50 atores e 70 figurantes apresentam o fato histórico do Sertão pernambucano. “Este trabalho é mais do que um desafio profissional. É quase uma missão de vida, ainda mais quando se trata de Cangaço, tema polêmico que gera divergências, contradições e até preconceitos”, conta o ator e dançarino Karl Marx, que dá vida a Lampião na montagem.

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A peça faz parte da programação do “Tributo a Virgolino - A Celebração do Cangaço”, evento promovido pela Fundação Cabras de Lampião para recordar os 80 anos da morte do cangaceiro.

Serviço

O Massacre de Angico – A Morte de Lampião

Quarta (25) a Domingo (29)| 20h

Estação do Forró (Serra Talhada)

Gratuito

Este Sábado de Aleluia (31) foi de muita chuva ao longo do dia na capital pernambucana, apesar disso, o público não temeu o mal tempo e foi à Praça do Marco Zero, no Bairro do Recife, para assistir à segunda noite de apresentações da Paixão de Cristo do Recife. Além de ser um evento tradicional da época de Páscoa na cidade, o momento de dificuldade enfrentado pelo espetáculo - que chegou a ser anunciado como cancelado - e um novo Cristo em cena - interpretado pelo ator Hemerson Moura, em substituição a José Pimentel, que deu vida ao personagem por quatro décadas -  estimularam os recifenses a comparecerem para conferir o trabalho de resistência dos atores e as novidades da montagem nesta edição.

O espetáculo conta os últimos momentos de Jesus antes da ressurreição e é tradição sua montagem em inúmeras cidades do País e do mundo, que compartilham da cultura cristã. No Recife, o espetáculo vem se repetindo há 22 anos, sob a batuta do diretor e ator José Pimentel. Em seus primeiros anos, quando ainda era chamada A Paixão de Todos, a montagem era apresentada no Estádio do Arruda e, em seguida, teve o Forte do Brum como palco. No Marco Zero, a Paixão conta com um palco principal de 20 metros de largura por 16 de profundidade, interligado a dois outros palcos, onde 100 atores e 300 figurantes encenam uma das mais famosas histórias do ocidente.

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O público chegou cedo para garantir um lugar perto do palco. Maria da Silva, de 60 anos, mora nas proximidades do Forte do Brum e veio ver, novamente, a presentação. Ela fez questão de prestigiar a estreia, na última sexta (30): “Já faz parte da nossa Páscoa, todo ano eu vou vir agora”. Ela aprovou o ‘novo Jesus’, o ator Hemerson Moura: “Ele é muito bonito, eu gostei”. A família De Sóstenes da Silva, 58 anos, e Alexsandra Gonzaga, 41, também chegou cedo, vindos da Iputinga. Eles reclamaram da pouca quantidade de cadeiras disponibilizada na praça: “Não tem as três mil cadeiras que foi anunciado no rádio”, disse Sóstenes. Apesar da surpresa, eles garantiram que ficariam para ver o espetáculo pela primeira vez. E afirmaram estar torcendo pelo ator estreante: “Espero que ele se dê bem”, disse Alexsandra.

A plateia ficou cheia, ainda que muitos em pé, e só deixou o Marco Zero após a cena final da peça. Telões colocados nas laterais do palco ajudaram aqueles que ficaram mais distante. No encerramento da noite, o diretor José Pimentel subiu ao palco para agradecer ao público e à equipe por mais um ano de Paixão de Cristo do Recife. Emocionado, ele prometeu rever a todos em 2019: “Tenho certeza que ano que vem, estaremos aqui de novo”, disse sob as palmas do público. Neste domingo (1º), uma última apresentação encerra esta temporada, às 20h.

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A noite desta quinta (29) foi de ensaio geral para a equipe da Paixão de Cristo do Recife. A 22ª edição do espetáculo será realizada sexta (30), sábado (31) e domingo (1º), mantendo a tradição da Semana Santa na capital pernambucana e, mais uma vez, reforçando o espírito de resistência de técnicos, figurantes e atores responsáveis pela montagem. Este ano, parte da equipe abriu mão do cachê para poder viabilizar o evento.

Não são novidade as dificuldades pelas quais passam toda a equipe do espetáculo para levá-lo para a praça pública. Mesmo assim, todos os envolvidos se dedicam, com bastante paixão, a cada ano, para que o espetáculo não deixe de acontecer. “A gente faz isso com muito carinho, se desloca da casa da gente pra vir aqui pro Marco Zero, na chuva, no sol, mas a gente não perde esse espetáculo. A gente fica realizado, é muito bom”, disse Antônio Carlos, figurante da Paixão há cinco anos.

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Estreando no papel principal da montagem, o ator Hemerson Moura afinava com a equipe os últimos detalhes para a temporada 2018. Entre uma cena e outra, ele parava para atender ao público: “É a força do personagem, Jesus é um personagem que contagia. Acho que isso é um reflexo da fé das pessoas.” Ele revelou que a vontade de participar do espetáculo era antiga e que o ‘ex-Jesus’, e diretor da montagem, José Pimentel, o ajudou muito na sua preparação: “Ele se demonstrou um artista extremamente generoso, só tenho a  agradecer. Foram muitas dicas, verdadeiras aulas tive com ele.”

Observando tudo de perto, José Pimentel falou sobre a conquista de montar a Paixão de Cristo pela 22ª vez: “Este é um ano cansativo, mas que quando terminar tudo isso, a gente vai estar muito feliz por ter conseguido vencer um conjunto de dificuldades”. Sobre o seu sucessor, Pimentel confessou ter ficado surpreso com o desempenho de Hemerson: “É um papel difícil, no primeiro ano ele ainda não vai fazer direito, vai precisar de alguns anos para se acostumar, mas me surpreendeu, é um bom ator e é um cara do bem, principalmente”. O diretor ainda entregou que estará no palco interpretando um personagem: “Vou fazer um papel, só não vou dizer qual para não estragar a surpresa”.

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Para manter a tradição durante a Semana Santa na capital pernambucana, direção e elenco da Paixão de Cristo do Recife garantem a realização do espetáculo, que será entre os dias 30 de março e 1 de abril, às 20h, na Praça do Marco Zero, área central da cidade. Para isso, alguns integrantes da montagem abdicaram do cachê e encararam o desafio de apresentar a peça com pouco recurso financeiro e ensaios reduzidos. A justificativa do elenco para levar o projeto adiante é unanime. Todos afirmam que permanecem por amor ao teatro e a Paixão de Cristo.

Há sete anos interpretando a Virgem Maria, Angélica Zenith fala que a encenação é uma resistência e o amor pelo teatro foram crucias para a permanência diante do imbróglio envolvendo o espetáculo. “Pimentel foi meu professor de teatro, então, eu aprendi com ele e nas oficinas, que o teatro ele usa a imaginação, que o teatro é resistência. Tendo a plateia e os atores tem teatro. Então, o que nos motiva a estar aqui é o amor pelo teatro e a liderança de Pimentel, que sempre ensinou o que é teatro de verdade e isso é o que nos move a estar aqui”, ressalta.

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Os atores também relatam que o argumento principal para a resistência e realização do espetáculo foi o apelo do público. “Todo mundo comenta comigo o ano inteiro e pergunta sobre a Paixão de Cristo. Isso move muito a gente e é muito importante para a cultura de Pernambuco, é importante para o teatro pernambucano essa resistência, principalmente, porque nem sempre a gente tem tanta cultura com apoio. E esse apoio veio do povo, das redes sociais”, destaca a atriz Gabriela Quental, que integra o espetáculo há 15 anos e em 2018 interpreta Maria Madalena.

Carregando a responsabilidade de substituir José Pimentel no papel de Jesus, o ator Hemerson Moura, em entrevista ao LeiaJá, comenta sobre a estreia marcada por confusões. “Eu costumo dizer que a Paixão de Cristo se tornou uma grande causa cultural e artística pela dificuldade de levá-la para a Praça e para o povo. E isso torna a minha responsabilidade maior”, diz.

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Durante coletiva de imprensa, realizada na tarde desta terça-feira (27), no bairro da Boa Vista, José Pimentel confirmou a realização da Paixão de Cristo do Recife. O dramaturgo contou que, após o anúncio do cancelamento, recebeu inúmeras mensagens de apoio e decidiu retomar a produção. "Muitas pessoas criticaram a decisão de realizar o espetáculo, porque eu tinha afirmado que não haveria a Paixão de Cristo. Além disso, produtores e amigos abandonaram a produção, mas eu estou mantendo a minha palavra. Faço questão de fazer essa Paixão!", afirmou.

Em 2018, a montagem será encenada em três dias, de 30 de março a 1 de abril, na Praça do Marco Zero, área central do Recife. A 22° edição do espetáculo tem a direção de José Pimentel, que após quatro décadas, não interpretará Jesus Cristo. Este ano, o ator Hemerson Moura, escolhido após seleção, encara o desafio de substituir Pimentel na tradicional peça.

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A Via Crúcis da Paixão do Recife mantém o projeto original. Como não houve tempo hábil para a gravação de um novo áudio, as vozes continuaram as mesmas. “Para mim, como ator, fazer o papel de Jesus é uma grande responsabilidade, porque quando se fala do Cristo já se pensa em José Pimentel. Estamos ensaiando bastante e ter que dublar o Pimentel é um desafio triplo para mim”.

Ao falar do cancelamento, José Pimentel justificou que a falta de recursos financeiros e o estado dos figurinos e cenários estavam desgastados e algumas peças estavam com cupim. Questionado sobre isso, o diretor foi categórico: “A gente vai levar a Paixão de Cristo para a Praça do Marco Zero mesmo com o perigo do figurino rasgar ou cenário não resistir, a gente faz o espetáculo no chão”.

Ainda de acordo com ele, a montagem recebeu investimentos de R$ 400 mil da Prefeitura do Recife e Governo do Estado de Pernambuco, mas o diretor afirma que ainda não é o suficiente para arcar com as dispesas da peça. "A gente recebeu R$ 150 mil da Prefeitura do Recife e R$ 250 mil do Governo do Estado. Não é o necessário para fazer o espetáculo, mas com a ajuda dos atores, que abdicaram dos cachês, e de fornecedores, que baratearam os preços, estamos seguindo", explicou.

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