Coronavírus: EUA podem ser os primeiros a receber vacina

Devido à capacidade de investimento, os americanos assumem o topo na lista de distribuição de uma gigante farmacêutica francesa

por Victor Gouveia qua, 13/05/2020 - 11:49
Pixabay Países sem poder aquisitivo podem sofrer com novos surtos da pandemia Pixabay

Caso a gigante farmacêutica Sanofi crie uma vacina eficaz contra o novo coronavírus, provavelmente os Estados Unidos terão prioridade. Em entrevista ao Bloomberg, o CEO da empresa francesa afirmou que, desde fevereiro, os americanos financiam as pesquisas para a criação de uma prevenção e assumem o topo na fila de distribuição por serem os primeiros a investir.

Embora o laboratório seja francês, a Europa pode ficar para trás, a não ser que promova mais esforços para a criação da vacina contra a pandemia. "O governo dos EUA tem direito à maior pré-encomenda, porque investiu em assumir o risco", explicou Paul Hudson.

No projeto que já recebeu US $ 30 milhões da Casa Branca, a Sanofi firmou parceria com a rival britânica GlaxoSmithKline Plc, e garante a capacidade de produzir 600 milhões de doses por ano. Uma produção que pode ser dobrada, segundo o representante.

O plano é iniciar testes em humanos no segundo semestre deste ano e disponibilizar a vacina até o segundo semestre de 2021. A Safoni divide-se em dois projetos distintos. O primeiro se baseia na tecnologia empregada no combate a SARS, e a segunda frente estuda o RNA mensageiro do vírus para produzir uma proteína que garanta a imunidade.

A farmacêutica faz campanha para que a Europa se una ao investimento, mas o Reino Unido está mais interessado em uma proteção experimental produzida pela Universidade de Oxford junto à AstraZeneca Plc. Já os líderes Emmanuel Macron e Angela Merkel, da França e Alemanha respectivamente, lideram uma campanha de US $ 8 bilhões em apoio à distribuição igualitária.

A busca por uma resposta eficaz ao vírus pode excluir países que não têm condições de arcar com o preço das doses. Dessa forma, quem não tem dinheiro suficiente poderá ficar vulnerável aos impactos sociais e econômicos de novas ondas da Covid-19. "Estamos recebendo telefonemas rotineiramente", garantiu Hudson ao revelar o interesse de outros países em assumir o risco financeiro.

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