Ausência de Campos pode influenciar disputa em PE

Apesar de ser indicado como responsável pela mudança estadual e ter a administração bem avaliada, o ex-governador caiu como cabo eleitoral no estado

por Giselly Santos sab, 02/08/2014 - 12:00
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Será necessário 'trazer de volta a presença dele' para ampliar as intenções de votos ao candidato do PSB para governar Pernambuco Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

A administração do ex-governador e candidato à presidência da República, Eduardo Campos (PSB), continuará influenciando na disputa pelo cargo ocupado por ele durante sete anos e três meses. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgados neste sábado (2), para 54% dos eleitores pernambucanos o estado mudou para melhor nos últimos anos. Tal mudança é atribuída, por 51,3% desses entrevistados, a administração de Campos.

“Este é um retrato da importância que ele reflete em Pernambuco”, avaliou o analista e coordenador da pesquisa, Maurício Romão. “O governo dele é um dos mais avaliados, em todas as pesquisas”, completou. 

Em contrapartida, 39% dos pernambucanos disseram que o estado não melhorou. E para aqueles que apontaram a melhora, os ex-aliados do socialista, pernambucano e ex-presidente Lula (PT), seria o responsável pela melhoria do Estado para 19,5%. Já a presidente Dilma Rousseff (PT) é apontada por 5%.

 

O levantamento do IPMN aferiu também o sentimento do eleitor após o fim do governo de Eduardo Campos. Para 41% dos eleitores ele deixará saudades, já 31% afirmou que não deixará nenhuma saudade e 23% se colocou como indiferente.

 

Já como cabo eleitoral, 26% dos entrevistados votariam em alguém indicado por Eduardo Campos, 21% prefere algum postulante do campo de oposição e um percentual maior, 36%, apontam como indiferente à indicação do ex-governador. 

Após a mudança para São Paulo, em abril, Campos perdeu um pouco a influência no estado. “A ausência dele contribui, pois a presença é sempre lembrada e, principalmente, a dele que é atuante e protagônica. A ausência não só para os percentuais baixos de Paulo Câmara, como a indiferença a indicação dele”, pontuou Romão. 

De acordo com o cientista político e coordenador do levantamento, Adriano Oliveira, será necessário “trazer de volta a presença dele” para ampliar as intenções de votos ao candidato do PSB para governar Pernambuco. “O governador Eduardo Campos deverá em algum momento priorizar a eleição em Pernambuco. Ele é um grande eleitor e para o candidato indicado dele crescer, ele precisa participar da campanha no estado”, observou Oliveira. 

A continuidade

Dos 54% que indicaram Pernambuco com uma mudança para melhor nos últimos anos, 81% frisou acreditar que o estado continuará mudando e 11% apontou que não. A continuidade desta mudança, não seria tão favorável às indicações de Eduardo Campos para assumir a gestão. Para 23,3% o poder de mudança está nas mãos do candidato a governador Armando Monteiro (PTB), 18,3% colocou Campos como responsável pela permanência no ritmo de gestão e, em terceiro lugar, aparece Paulo Câmara com 9,3% da indicação. A presidente Dilma também é indicada pelos entrevistados, com 8%, e Lula com 2,5%. 

 

 

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