Próximo a Aécio, Anastasia fiscalizará gasto do presidente
Próximo ao Tribunal de Contas da União (TCU), o senador Antonio Anastasia (PSD-MG) venceu de lavada o indicado por Jair Bolsonaro (PL). Integrante da Comissão que destituiu Dilma Roussef (PT), ele já foi citado na Operação Lava Jato
Com 52 votos obtidos nessa terça-feira (14), a indicação do senador Antonio Anastasia (PSD-MG) ao Tribunal de Contas da União (TCU) deverá ser aprovada pela Câmara dos Deputados. Apoiado por apenas 7 dos 78 senadores, a surpresa foi a baixa adesão ao concorrente do presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Distante dos adversários: Kátia Abreu (PP-TO), que recebeu 19 votos, e do próprio Bezerra Coelho, com 7, a vitória de Anastasia também é vista como uma vitória do correligionário e presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Nos bastidores, a senadora esperava que o pernambucano desistisse do pleito e unisse forças por sua indicação.
Com a vaga deixada pelo ministro Raimundo Carreiro, que será embaixador em Portugal, Anastasia assume o TCU e deixa a cadeira no Senado para o suplente Alexandre Silveira (PSD-MG). Caso aprovado, o futuro ex-senador se junta a oito ministros para acompanhar contas prestadas pela Presidência e o uso de recursos da União.
Aos 60 anos, Anastasia é mestre em Direito Administrativo e deu aula na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) até 2006. Ele foi vice-presidente do Senado até o início deste ano e titular das comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ); de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE); e de Educação, Cultura e Esporte (CE).
Com a carreira política estreitamente ligada a Aécio Neves, o senador participou da relatoria da Comissão Especial do Impeachment contra a ex-presidente Dilma Roussef (PT) e chegou a ser citado na Operação Lava Jato por suspeita de receber dinheiro do doleiro Alberto Youssef.
Youssef confirmou à Polícia Federal que mandou recursos a Belo Horizonte, que era governado por Anastasia, mas não confirmou se o repasse foi feito ao gestor. Na época, o então procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, arquivou o processo.
Em sua atuação no Senado, concordou com a Reforma da Previdência e se mostrou contra o Decreto das Armas que Bolsonaro tentou viabilizar em 2019 para flexibilizar o porte a civis.
O ponto que marca sua trajetória política ocorreu na década de 90, quando assumiu interinamente o Ministério do Trabalho do governo de Fernando Henrique Cardoso, que depois o nomeou como secretário executivo do Ministério da Justiça.
Anastasia participou da primeira campanha de Aécio ao governo de Minas Gerais e foi secretário de Planejamento e Gestão e de Defesa Social com a vitória. Ele foi efetivado a vice-governador e depois assumiu a gestão quando o titular abandonou o mandato para concorrer ao Senado.
Reeleito ainda em 2010 com 62,72%, foi até o último ano da gestão no Governo, mas deixou o cargo para, novamente, participar da campanha de Aécio, dessa vez à Presidência. Em 2014, concorreu ao Senado e foi eleito como representante de Minas Gerais.