Intuições eleitorais e estratégias

Adriano Oliveira, | qua, 03/08/2011 - 14:15
Compartilhar:

Às vésperas da eleição municipal, atores expõem as suas intuições. Intuições são, às vezes, verdadeiras. Entretanto, elas devem ser reconhecidas como hipóteses, as quais precisam ser testadas através de pesquisas qualitativas e quantitativas. Se as intuições são falsas, elas possibilitam a construção de estratégias políticas e eleitorais ineficientes. Mas se elas são verdadeiras, permitem estratégias eficazes.

Recomendo aos candidatos em 2012 que testem as suas intuições antes de agir. No caso, os atores devem verificar se as intuições são verdadeiras ou falsas. É possível que pesquisas não consigam comprovar a veracidade da intuição. Desta feita, é importante avaliar com outros atores a intuição. O importante é que o competidor não parta do principio de que intuição ganha eleição.

Neste instante, atores publicizam diversas intuições. Muitas falsas. Dentre várias, destaco as seguintes:

                1. Intuição 1: Prefeitos bem avaliados perdem a eleição. Resposta: falso. Nem sempre prefeitos bem avaliados perdem a eleição. Eleitores formam a sua preferência eleitoral numa trajetória. Nesta ocorrem fatos que interferem na escolha do eleitor. Portanto, eleitores podem reprovar, neste instante, a administração do prefeito X. Contudo, em razão de estratégias eleitorais eficientes, o prefeito mal avaliado poderá reconquistar eleitores e vencer a disputa eleitoral.
                2. Intuição 2: Presidentes bem avaliados elegem candidatos a prefeito. Resposta: Falso. Cada disputa tem uma lógica própria. A eleição para prefeito tem sua lógica específica. O eleitor avalia o seu bem estar na cidade. E não o seu bem estar na economia, por exemplo. O eleitor sabe as responsabilidades de cada cargo. Neste caso, ele sabe o que o prefeito pode fazer ou não. Temas como trânsito, organização urbana, limpeza da cidade e obras de infraestrutura fazem parte da agenda municipal. Porém, presidentes bem avaliados não devem ser dispensados. Eles contribuem, mas não determinam!
                3. Intuição 3: “Estou na frente hoje. Por isto, devo ganhar a eleição em 2012”. Resposta: Falso. O senso comum sugere que pesquisa reflete o momento. Em parte, o senso comum tem razão. Mas pesquisas realizadas neste instante possibilitam a construção de prognósticos eleitorais. Com isto, o candidato, a partir da construção de cenários eleitorais, adquire condições de definir as suas estratégias, as quais devem vislumbrar resultados futuros. As pesquisas eleitorais realizadas neste instante, além de possibilitar a construção de prognósticos, permitem descobrir quais candidatos têm condições de crescer numa trajetória eleitoral. Portanto, a posição de hoje nas pesquisas, pode não ser a do amanhã.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Carregando